Congresso reúne 86 países em Cartagena para debater a comunicação
Denise Becker – Estagiária de Jornalismo
Quer ver o brilho nos olhos de um pesquisador? Observe-o falar de sua pesquisa. E para vê-lo vibrar, dê um feedback sobre o estudo dele, acrescente, indique autores novos. Esse exercício de compartilhar conhecimentos é o que move todo pesquisador a enviar seus trabalhos para congressos, com o propósito de trocar saberes e novas descobertas. Em pesquisa, não há perdas, somente ganhos.
O coordenador do curso de Jornalismo da Uninter, Guilherme Carvalho, embarca neste sábado (15) para Cartagena, na Colômbia, onde participará do congresso da Associação Internacional de Estudos em Comunicação Social (IAMCR). O evento recebeu 1,4 mil trabalhos de pesquisadores de 86 países. A conferência de abertura será no domingo (16), com a participação de Jesús Martin-Barbero, referência nos estudos da comunicação latino-americana. Serão quatro dias de evento.
Carvalho é líder do grupo de pesquisas Jornalismo Alternativo na Era Digital, iniciado em 2015 na Uninter. A linha de pesquisa tem como base conceitual um tipo de jornalismo que já existia muito antes da internet e que Bernardo Kucinski desenvolveu nos anos 1980, e identificado antes dele por Muniz Sodré e José Marques de Melo. “A ciência, de modo geral, é sempre resultado de contribuições que foram feitas antes de você. É uma construção coletiva que depende de atores dispostos a aprofundar o conhecimento que alguém desenvolveu até determinado ponto antes dele”, explica.
O trabalho a ser apresentado no congresso da IAMCR 2017 é baseado em dados obtidos no projeto de pesquisa sobre Jornalismo Alternativo na Era Digital e contou com a participação da ex-professora da Uninter Nivea Canalli Bona. “Queremos saber a quem o jornalismo alternativo dá voz, porque uma das coisas que podem ser demarcadas como diferenciais no que entendemos como jornalismo convencional e jornalismo alternativo é justamente as fontes de informação desses dois jornalismos”, enfatiza Carvalho.
O maior ganho que a pesquisa científica pode trazer para uma instituição de ensino é o aprofundamento que professores e alunos adquirem ao participar desses eventos. “Porque a partir do momento que você participa desses congressos, traz para a realidade, aplica na sala de aula, nos projetos de extensão, de pesquisa. Portanto, conseguimos contribuir de maneira mais aprofundada na formação acadêmica dos alunos. Esse é o retorno e, de forma indireta, enviamos à sociedade, um profissional mais bem formado e projetos de pesquisa que propõem soluções para a sociedade e mercado de trabalho. O ganho é intelectual e social. É nisso que apostamos. Por isso a importância de participar desses eventos”, reitera Carvalho.
Edição: Mauri König