Competições por um fio… ou sem fio
Autor: Ana Zattar e Marcos Ruiz da Silva*Piscamos nossos olhos! Repentinamente nos deparamos com uma situação sem precedentes. Pandemia, isolamento, distanciamento, máscara, álcool em gel tornaram-se palavras comuns em nosso vocabulário. Nossas atitudes corriqueiras ficaram inviáveis sem os cuidados especiais com a higiene, por exemplo. Um simples passeio no parque já trazia alguns riscos, se levarmos em conta a exposição que as pessoas tinham com vários fatores. Agora então, até encontrar os amigos virou uma atitude imprudente.
Nos primeiros dias de distanciamento social, em que as crianças não puderam mais ir às aulas, até gostaram de não ter que ir à escola. Com o passar do tempo e sem a perspectiva de a vida voltar ao normal, a rotina das pessoas foi se conformando com a vida reclusa nos lares.
Novas descobertas sobre a Covid-19 surgiram e permitiram saber mais sobre este vírus. As concepções foram se modificando e, da mesma forma, a rotina de cada um de nós.
Um exemplo a se destacar no meio esportivo foram as competições. O modelo convencional, onde prevalecia o contato corporal, não aconteceu durante a fase mais aguda. Em uma segunda etapa, sob a pressão de diversas instituições – patrocinadores, público consumidor, clubes, entre outros – alguns jogos do campeonato de futebol profissional aconteceram. No entanto, sem a presença do público nos estádios e com rigorosos cuidados para prevenção de um possível contágio.
Com o tempo, novas formas de convívio social foram surgindo e diversas atividades de entretenimento foram sendo criadas ou adaptadas. A criatividade rolou solta.
Uma novidade foi a Liga Estudantil do Estado do Paraná ter criado uma competição de jogos online. A competição compreendia as modalidades de PES 2020, Fortnite, Brawl Stars e Clash Royale (foto), muito populares entre os jovens estudantes de 14 a 18 anos, moradores do Paraná. Para participar dos jogos online era preciso estar matriculado regularmente em uma escola pública ou privada.
Com o cancelamento dos Jogos Escolares, tradicionalmente realizados, esse novo modelo de competição foi idealizado num formato inédito e que veio atender as necessidades dos jovens nesse momento ímpar.
Provavelmente esse conceito de competição, de forma remota, utilizando as plataformas de jogo, veio para ficar e para compor o calendário oficial das competições nos anos subsequentes.
Cabe salientar que os jogos eletrônicos são conteúdos previstos na BNCC dentro da disciplina de Educação Física, aparecendo entre as competências gerais e habilidades específicas para a educação básica; desenvolvem nos praticantes o raciocínio lógico, estratégia, cooperação, trabalho em equipe, coordenação motora fina, atenção, dentre outros.
Isto nos leva a acreditar que é possível considerar fatores positivos na formação desses jovens. Contudo, para isto é necessário que essas propostas estejam em consonância com aspectos ligados à promoção da educação. Vamos acompanhar as próximas jogadas!
* Ana Zattar é especialista em Gestão Educacional e Liderança, professora da área de linguagens cultural e corporal nos cursos de licenciatura e de bacharelado em Educação Física da Uninter. Marcos Ruiz da Silva é doutor em Educação Física, coordenador da área de linguagens cultural e corporal e dos cursos de licenciatura e de bacharelado em Educação Física da Uninter.
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