Como viajar pelo mundo antes mesmo de começar a trabalhar

 

Heloisa Alves Ribas – Estagiária de Jornalismo

Conhecer países diferentes, integrar-se por um período à cultura local, aprender ou aperfeiçoar outro idioma, expandir os conhecimentos e incrementar o currículo. Aí vem a parte chata, com os custos com transporte, acomodação, alimentação etc. Tem gente que passa anos juntando dinheiro para fazer isso, outros conseguem antes mesmo de começar a trabalhar. Essa “mágica” se chama intercâmbio. E nem é tão difícil como pode parecer à primeira vista.

Em 2016, o Centro Universitário Internacional Uninter enviou nove alunos para diversos países em intercâmbio. Uma delas foi a estudante de Administração na modalidade a distância Ana Christina Godois, que viajou para a cidade de Tomar, em Portugal, onde ficou de setembro de 2016 até fevereiro deste ano. Segundo ela, os seis meses valeram muito a pena e o aprendizado foi imenso devido a nova cultura e também pelo fato de ter de se adaptar a um novo país e ser responsável por cuidar de afazeres domésticos juntamente com sua colega de quarto.

“A ida para Portugal foi uma conquista. No Instituto Politécnico de Tomar, além de ser muito bem recebida, fui muito bem cuidada por toda a equipe educacional e do alojamento, onde pude ficar o período todo do intercâmbio. Ali, aprendi a conviver com alunos do Instituto e dividir tanto o quarto como a cozinha e afins. A convivência com alunos de diferentes idades, cursos e nacionalidades é uma lição que levo para a vida. São amizades que trouxe no coração para o Brasil e aguardo visitas”, conta Ana.

Para partir em uma viagem como esta, Ana precisou se programar. Entrou em contato com professor responsável pelo Núcleo de Prática em Relações Internacionais (NUPRI), Leonardo Mercher, e assim conseguiu informações sobre parcerias com instituições de ensino superior estrangeiras. Ana contou com a valiosa ajuda de Mercher para fazer contato com a instituição de Portugal e apoio em todo o procedimento burocrático, como o preenchimento de formulários e os acordos do intercâmbio.

A intercambista aprendeu a fazer o dinheiro render. “Em média, sem viajar, eu gastava de 300 a 350 euros por mês. Eu cozinhava, então gastava em média 30 euros a cada 15 dias no mercado. Tive a graça de dividir o quarto com uma brasileira e ficarmos amigas, cozinhávamos juntas, então o gasto de comida era dividido”, diz. Quanto a aproveitar a ida para a Europa, Ana garante que as viagens cabiam no bolso, desde que houvesse economia. “Se optar por viajar, o que lá era fácil e barato, é possível gastar uma média de 500 euros no mês”.

De acordo com dados da Associação das Agências Operadoras de Intercâmbio Belta, em 2003, 34 mil estudantes fizeram intercâmbio no exterior. Doze anos depois, em 2015, o número saltou para 220 mil. A previsão é de que os resultados de 2016 tenham tido um aumento de até 10% (os números oficiais ainda não foram divulgados).

Bolsas Ibero-Americanas

O Programa de Bolsas Ibero-Americana do banco Santander, que oferece bolsa de 3 mil euros por aluno para custear transporte, alimentação, hospedagem e o curso, fica por conta de acordo firmado entre a faculdade de origem e a de destino. Em 2016 o programa proporcionou esta bolsa de intercâmbio para nove alunos da Uninter. Foram três alunos do curso de Relações Internacionais e um dos respectivos cursos de Secretariado Executivo, Turismo, Análise e Desenvolvimento de Sistemas, Ciências Contábeis, Administração e Mestrado em Educação e Novas Tecnologias.

A professora e atual responsável pelo NUPRI da Uninter, Heloise Guarise Vieira, explica que o intercâmbio pode abrir muitas portas para o futuro profissional do estudante. Oportunidades de viagens como essa incrementam o currículo e possibilitam uma melhor fluência em outra língua.

“O intercâmbio é uma forma de melhorar o currículo, conhecer novas culturas e criar independência. Várias empresas pedem intercâmbio como um pré-requisito para muitas vagas, não apenas de área internacional, pois entendem que esse profissional traz uma maior bagagem cultural e de autoconhecimento. Também expõe os alunos a novas realidades, padrões diferenciados de comportamentos e o leva a sair da sua zona de conforto, tendo que se adaptar a novas realidades”, diz Heloise.

Ela observa que um aluno em intercâmbio fica mais distante da família e de pessoas conhecidas, e precisa aprender várias atividades que não são apenas profissionais, mas também de administração do lar, de finanças pessoais e de organização de tempo. “Assim, o intercâmbio engrandece, de diferentes formas, o profissional e a pessoa”, esclarece a professora.

Edição: Mauri König

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