Como os partidos se comportam na arena política
É quase impossível não sermos impactados de alguma forma pelo momento político atual. A enxurrada de conteúdos, notícias falsas, comentários e opiniões vagas, aliados a falta de checagem, acabam por gerar mais desinformação do que informação. Mas, no meio de toda essa “politicagem”, é importante entender alguns processos que regem nosso sistema político.
O Núcleo de Pesquisa e Prática em Ciência Política (NuPP-CiPol), em parceria com o Centro Acadêmico de Ciência Política (CACiP), promoveu o minicurso “Comportamento dos Partidos Políticos na Arena Parlamentar”, para apresentar aos alunos como são os processos de tomada de decisão de políticos.
O evento, direcionado aos graduandos de Relações Internacionais e Ciência Política da Uninter, serviu também para preparar os estudantes que participam do Simulado de Política (SiPol), que acontece todo ano, no segundo semestre.
A convite da professora Audren Azolin, que também faz parte do núcleo, a pesquisadora e mestranda da UFPR Karolina Roeder ministrou o curso dia 21 de setem bro, no campus Divina. Ela conta que essas atividades são importantes para aproximar os estudantes da prática. “A intenção foi de ajudar os alunos a entender como surgiram os partidos políticos no Brasil, no mundo e a importância deles no Legislativo”, comentou.
“Desenvolvi com eles como os partidos surgiram no Brasil, fazendo paralelos com os europeus. Vimos quantas rupturas e descontinuidades tivemos em nosso sistema partidário. Por fim, argumentamos se os partidos atuam de maneira a reforçar sua identidade e ideologia ou se os parlamentares são mais individualistas, sem uma orientação maior do partido”, explicou a pesquisadora.
Karolina é integrante do Laboratório de Partidos Políticos e Sistemas Partidários (LAPeS), e em sua tese analisa como os partidos brasileiros gastam dinheiro em sua organização. “Minha análise será de 20 anos e meu foco é entender como os partidos gastam seus recursos financeiros fora do período eleitoral, se mantêm a organização, estrutura partidária ou se a desprestigiam, focando nas eleições”, completa.
O aluno do último período de Ciência Política Lucas Vicente, que contribuiu para a organização do simulado e participou dos dois eventos, falou da importância desse reforço para o aprendizado dos estudantes. “Foi muito bom, o tema contribuiu demais para o simulado que aconteceu agora em outubro. Ajuda a entender como os partidos se posicionam dentro do Congresso. A Karolina nos apresentou todo o aparato histórico da política brasileira. Sinceramente, temos só elogios”, acrescenta.
Sobre o NuPP – CiPol
O NuPP-CiPol foi criado em agosto de 2014, e em parceria com o curso de Bacharelado em Ciência Política, desenvolve atividades relacionadas à pesquisa e extensão. Funciona como laboratório de pesquisa e também de prática. Na interação entre esses dois lados, o NuPP-CiPol tem enquanto objeto maior de pesquisa e extensão a relação entre o campo científico, o ensino de ciência política e o mercado extra-acadêmico (atuação do cientista político).
O laboratório de Práticas atua como um Escritório Modelo de Consultoria Política na área de Relações Governamentais. Uma vez que as atividades do Núcleo se estendem para a modalidade EAD, o escritório atua em nível nacional.
O ponto desta inovação é a prestação de serviço, a partir de métodos e técnicas como as de monitoramento legislativo e político, para entidades que defendem causas/interesses de segmentos em situação de vulnerabilidade, (relacionadas aos Direitos Humanos) em todo país.
Para concretizar esse objetivo, os discentes recebem diversos treinamentos e adquirem conhecimentos que complementam sua formação, fortalecendo a relação entre teoria e prática, aprimorando a aplicação dos conhecimentos adquiridos nas disciplinas, relacionando os conteúdos privilegiando a interdisciplinaridade.
Autor: Jaqueline Deina - Estagiária de JornalismoMauri König
Créditos do Fotógrafo: Arquivo pessoal e Câmara dos Deputados