Como os agrotóxicos afetam a biodiversidade

Autor: Vitor Diniz - Estagiário de Jornalismo

O Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo. A explicação mais óbvia é que estamos entre os países com maior volume de produção agrícola. Além disso, utilizamos defensivos agrícolas há muitos anos, consequentemente algumas pragas ficaram mais resistentes, então os agricultores buscam novos tipos de agrotóxicos para resolver o problema.

Esse assunto foi discutido durante a Maratona Ecos do Brasil Uninter, realizada no dia 25.set.2020, pela Escola de Saúde, Biociência, Meio Ambiente e Humanidades da instituição. A palestra “Utilização indiscriminada de agrotóxicos, como isso afeta a biodiversidade”? foi transmitida pela página Maratonas Para Desenvolvimento Sustentável Uninter no Facebook.

A live contou com a mediação do professor Benisio Ferreira, do curso de Biomedicina, e teve como convidado especial o professor Alisson David Silva, do curso de Nutrição.

Alisson destacou que muitas pessoas condenam os agrotóxicos sem ter um conhecimento aprofundado sobre o assunto. “As pessoas falam dos problemas do agrotóxico sem ter um conhecimento sobre o efeito de cada um deles”, enfatizou.

Ele ainda citou o decreto n° 4.074 de 2002 do Governo Federal, que define os agrotóxicos como “produtos e agentes de processos físicos, químicos, ou biológicos, cuja finalidade seja alterar a composição da flora ou da fauna”.

Durante a palestra, também foi explicada a definição de agrotóxicos de acordo com sua finalidade. Os herbicidas são agentes biológicos ou substâncias químicas capazes de matar ou suprimir o crescimento de pragas. Os inseticidas, que inclui também os venenos convencionais que são usados para matar insetos dentro de residências, são compostos químicos, e quando aplicados provocam a morte do inseto. Quando respiramos esse produto, ele pode atuar no sistema nervoso, afetando o crescimento e/ou desenvolvimento da musculatura. Fungicidas são agentes de origem natural ou sintética que protegem as plantas contra infecções estabelecidas.

Segundo Alisson, quando o agricultor faz uma lavoura para plantar somente uma cultura de alimento, ele elimina a biodiversidade local, e nesse cenário acaba ocorrendo a proliferação de algumas pragas e ervas daninhas.

“O objetivo maior do agricultor é a colheita. Se não fossem utilizados agrotóxicos, não haveria a limpeza do terreno, as pragas e ervas daninhas tomariam conta da plantação. A colheita ficaria comprometida, pois não é possível fazer a remoção manual dessas pragas”, explica.

Mas o professor enfatiza que existem cuidados para que os agrotóxicos não prejudiquem os consumidores dos alimentos. Existe um tempo de carência, ou seja, somente após 15 dias depois da aplicação do agrotóxico na lavoura é que os alimentos podem ser levados para consumo. Além disso, os engenheiros agrônomos fazem um receituário com o limite máximo de resíduos (LMR), e essas doses devem ser aplicadas na quantidade certa pelos agricultores. Usar agrotóxicos de forma incorreta provoca contaminação de solo, água e alimentos. Também pode afetar plantas nativas, os insetos e peixes.

Alisson reforça que o conhecimento técnico é a melhor solução para esses problemas.  Ele deixou claro que é necessário que um agrônomo acompanhe as atividades do agricultor. “Sabemos que o pequeno agricultor não tem renda suficiente para pagar um engenheiro agrônomo. Mas se tivermos políticas públicas que ajudem esse trabalhador no meio rural, ele poderá contratar um profissional especializado”, conclui.

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Autor: Vitor Diniz - Estagiário de Jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Vitor Dutra Kaosnoff/Pixabay


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