Como o brasileiro pensa e age em relação à sua aposentadoria

Autor: Ademir Bueno*

 

Com quantos anos você começou a planejar a sua aposentadoria? A maior parte das pessoas ainda não iniciaram sua preparação. Mas qual é a melhor época? A resposta é: você deveria já estar se preparando, planejando e agindo para essa fase da vida, que uma hora chegará.

Você pode estar com 30, 40, 50 ou 60 anos no momento, se já iniciou esse processo de planejamento, parabéns, se não, pense na máxima: “antes tarde do que mais tarde”. O meu objetivo é apresentar alguns números, frutos de pesquisa, para que você reflita sobre o tema, parta para ação e possa chegar preparado para esse importante momento da sua existência.

Os dados que serão trabalhados se referem aos resultados da pesquisa realizada pelo SPC Brasil, que, em 2018, fez uma ampla análise, gerando números bem interessantes, que podem nos levar a ter um olhar mais atento em relação ao tema.

Você sabia que oito em cada dez brasileiros não estão se preparando para a aposentadoria? Esse número é bastante elevado e a pergunta que fica é: qual será o futuro desses oito cidadãos? Provavelmente serão cidadãos que dependerão da sorte, de familiares, dos governos, amigos ou mesmo desconhecidos para ter alguma dignidade no final de sua existência, afinal os rendimentos não serão os mesmos da época em que eram produtivos e estavam  no mercado de trabalho. Você é um dos dois que planeja, ou um dos oito que ainda não evoluíram para essa preocupação?

Na década de 1950, a expectativa de vida era de 54 anos, atualmente esse número aumentou para 75,5 anos, uma diferença significativa, de chamar a atenção dos cidadãos, entidades assistenciais, governos e empresas de forma geral. E esse aumento continua em curso, ou seja, aumentará a cada ano. Com isso, teremos mais idosos no futuro do que temos na atualidade. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) prevê que aqueles com 65 anos ou mais representem 38% da população brasileira até 2050.

Perguntados sobre o que pretendem fazer depois de aposentados, tivemos as seguintes respostas: 1º viajar; 2º passar mais tempo com amigos e família; 3º praticar novos hobbies; 4º realizar trabalho voluntário; 5º abrir um negócio e 6º estudar. No entanto, é importante esclarecer que essa realidade muito possivelmente será um privilégio somente do pequeno grupo que está se planejando para a aposentadoria. Os demais, provavelmente, ficarão somente no desejo, pois não há milagres e tudo tem um custo, Por isso, movimente-se para tornar realidade esses objetivos.

Quase dois, em cada cinco, ou seja, 39% dos trabalhadores no Brasil têm o hábito de economizar para a aposentadoria, esse é um dado positivo, mas não muito animador, e os 61%  viverão somente da renda de sua aposentadoria proveniente do INSS? Deixando claro que, se for trabalhador da iniciativa privada, ao se aposentar, receberá em média 60% do teto do INSS para desconto, hoje esse valor é de $ 7 mil. Assim, poupar é um dos caminhos, mas não o único.

Outros dados relevantes da mesma pesquisa mostram que os entrevistados, ao serem perguntados sobre seus medos, 52% disseram que ficar sem dinheiro era sua maior preocupação depois de aposentados; e  para 48%, o declínio da saúde física. Para se resolver esses medos, o melhor caminho é se dar conta que o planejamento não é só importante, mas sim necessário.

Todos esses dados nos remetem ao fato de que estamos envelhecendo desde o momento que nascemos. Passamos por vários ciclos e fases, e a última delas é a velhice. Encará-la, tendo, é claro, as limitações que nos serão impostas, mas sem esquecer as alegrias que poderemos viver e que devem nos fazer partir para a ação, planejando e colocando em prática um projeto para que se possa viver bem e melhor quando o momento da aposentadoria chegar.

Um desafio para você começar ainda hoje: pense em sua aposentadoria, investindo tempo e economizando dinheiro para que esteja entre os 20% que estarão preparados para essa importante fase da vida. Boa sorte!

* Ademir Bueno é psicólogo, mestre em Sociologia e professor adjunto do curso de Administração e de cursos de pós-graduação da Uninter.

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Autor: Ademir Bueno*


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