PRÁTICAS PEDAGÓGICAS

Como o administrador pode contribuir para um mundo mais igualitário

Você já ouviu falar sobre a Agenda 2030 da ONU? Este é um plano para o desenvolvimento sustentável do Planeta, elaborado através de um consenso entre representantes dos 193 países a respeito da erradicação da pobreza em todas as suas formas e dimensões. Ele foi oficialmente implementado em setembro de 2015, e tem 169 metas, que devem ser cumpridas até o ano de 2030, para promover uma vida digna a todos.

Este assunto tão importante está sendo trabalhado no PBL (sigla que significa Aprendizagem Baseada em Problemas) dos alunos do curso de Administração da Uninter. “O PBL buscou trabalhar com temas atuais para que eles desenvolvam a capacidade de socialização e promoção do bem-estar, repensando o seu papel na sociedade e contribuindo para um mundo mais igualitário e sustentável”, explica a professora-orientadora Aline Purcote.

É importante que essas habilidades e competências sejam desenvolvidas ao longo da graduação, a fim de preparar os futuros gestores. Um administrador não pode se preocupar apenas em como lidar com problemas, mas precisa pensar em ideias e propor melhorias. Isso também envolve “temas como a desigualdade, a discriminação e o preconceito”, reforça a professora.

A inclusão social nas escolas

Partindo do tema, os alunos Alan Maximo, Lucas Becker, Luciane Iachitzki, Guilherme Viegas, Jessica Morandi, Jennifer de Cassia e Vanessa Bilovus desenvolveram um trabalho sobre inclusão social na Escola Estadual Ottilia Homero da Silva, em Pinhais, região metropolitana de Curitiba (PR).

O desafio era apresentar uma peça teatral interativa para crianças entre 10 e 12 anos de idade, e exemplificar as formas de discriminação ou exclusão dentro do ambiente escolar. Em contraponto, eles também mostraram como essas situações podem ser resolvidas pelos próprios alunos, através de atitudes simples. A ação aconteceu no dia 26 de abril.

“A idade escolhida foi fruto de uma pesquisa, onde avaliamos que eles já têm condições de entender o que estava sendo passado, e que não é muito tarde para que isso seja aplicado; para que eles possam fazer a diferença lá na frente”, disse Alan Maximo. No total, participaram 47 alunos de diferentes turmas.

Ao final das apresentações, alguns alunos foram até a frente para falar sobre a tarde que tiveram. Júlia Soares, de 11 anos, surpreendeu a equipe de estudantes da Uninter. A menina, timidamente, contou sobre suas próprias experiências com o bullying sofrido em outra escola, e se emocionou ao falar diante de toda a turma.

“Acho que foi bem divertido, me identifiquei bastante com a peça que eles apresentaram. Eu me emocionei porque é uma sensação muito boa saber que agora estou num lugar que eu me encaixo. Quando eu vim para cá eu encontrei novos amigos”, declarou a menina.

Ela ainda contou que faz terapia, e agora está mais preparada para agir da melhor forma diante de um ambiente com tanto risco de exclusão, como a escola.  “Eu sempre avisava a professora. E quando a professora não resolvia, ia para a diretoria. Acho que o melhor é conversar com a pessoa e entender o problema dela, o porquê ela está fazendo aquilo com os outros”, comenta.

A integrante do grupo, Luciane Iachitzki, também se comoveu com a atitude de Júlia. “Foi bem significativo, principalmente o final. Foi algo que mexeu comigo, quando ela subiu e se expôs daquela forma. As crianças precisam fazer isso mais vezes, ter a coragem de se abrir e contar o que estão passando para que isso não chegue a conhecimento só quando já é tarde demais”, enfatiza.

Para ela, a postura de Júlia pode ajudar outros colegas que passam por situações como a da menina, além de chamar a atenção daqueles que praticam a exclusão social, mesmo que não percebam. “As crianças não têm noção de que rir quando alguém cai é um tipo de bullying; é constrangedor. É preciso trazer esses assuntos mais vezes para as crianças”, reforça.

A escolha da escola não foi por acaso, Lucas Becker estudou no local quando era mais jovem. “Eu estudei nesse colégio, e sofri bullying. Na época, eu não tinha essa oportunidade que eles tiveram hoje. Era um assunto esquecido, o pessoal só lembrava quando uma fatalidade acontecia. Foi uma experiência incrível para nós”, completa.

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Autor: Jaqueline Deina - Estagiária de Jornalismo
Edição: Mauri König
Edição: Mauri König / Revisão Textual: Jeferson Ferro
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Jaqueline Deina - Estagiária de Jornalismo


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