Como manter a saúde mental em tempos de pandemia
Autor: Milena SouzaA pandemia da Covid-19 trouxe grandes impactos físicos e emocionais para vida de grande parte das pessoas. A solidão do distanciamento, o medo, angústia e as preocupações financeiras ocasionaram um agravamento da saúde mental da população.
Esse foi o assunto discutido na última edição do programa Fala Prof, que trouxe como tema Saúde mental na pandemia: desafios e reflexões. A live, mediada pelas professoras Talita Cabral e Relly Amaral, teve como convidada a professora e psicóloga Taís Martins, que falou sobre os desafios da saúde mental em tempos de pandemia. O programa foi transmitido via canais da Rádio Uninter no YouTube e no Facebook, no dia 1° de junho de 2021.
A professora Tais começa comentando como todos foram afetados de alguma maneira pela pandemia. “Estamos todos confrontados pelas nossas angústias e emoções. A Covid-19 é um grande desafio em termos psicológicos emocionais e físicos”. Para a professora, o excesso de notícias sobre a pandemia também pode afetar a nossa saúde mental e nos deixar mais aflitos.
Mas outras questões também influenciam na saúde mental e emocional das pessoas nesse período, como a diminuição de salários, aumento de trabalho e o medo da contaminação, tudo isso interfere o nosso bem-estar. Para Taís, a Covid forçou uma igualdade na vida e na morte. “A doença afetou pessoas de todas as idades e classes socais e fez muitas vítimas independente da sua condição financeira. Vimos muitos famosos também sendo vítimas dessa doença, o que prova que não depende da classe social”.
Temos vidas muita cheias, com excesso de compromissos, e frequentemente esquecemos dos prazeres e do bem-estar. A professora lembra que fomos impedidos de fazer muitas coisas por causa da pandemia, e que sente muita falta do abraço, do contato e de estar em sala de aula. “Mudou muita coisa na minha vida, como abraçar, isso eu sempre gostei, e estar em sala de aula me faz muita falta, por não ter esse contato”, diz.
Um dos pontos abordados na live foi a questão da tecnologia. O uso de redes sociais pode interferir na saúde mental, quando nos comparamos com as representações idealizadas das vidas de outras pessoas, pode surgir o sentimento de inferioridade e isso afeta a autoestima. Por outro lado, a tecnologia tem sido uma grande aliada para aproximar as pessoas nesse período de isolamento. “A internet pode ajudar amenizar a distância entre as pessoas através de videochamadas, mensagens, como forma de nos conectar uns com os outros”.
O distanciamento da família e das pessoas que amamos é um dos pontos que mais interfere na saúde mental, pois o contato é muito importante para o bem-estar das pessoas. Para Taís, as pessoas não estão sabendo conviver neste momento e não praticam a empatia. “O número de divórcios aumentou nesse período, a pandemia nos enclausurou, e as pessoas conviviam mas não a todo tempo como agora, e muitos tiveram que renovar suas experiências”.
Também o número de pessoas com depressão, e até o de casos de suicídio, aumentou por conta do isolamento. O excesso de trabalho e o medo de morrer são os fatores de influência. “As pessoas desejam estar nos controle das situações, por isso não saber quando tudo vai passar é extremamente angustiante, e esse temor pode levar ao suicídio”.
Para concluir, Taís reforça a necessidade de tomarmos cuidado com o acúmulo de atividades no dia a dia, devemos buscar um tempo para o lazer e o bem-estar, mantendo a empatia e a esperança. “Não há remédio melhor que a esperança de dias melhores e de que iremos todos nos reencontrar”, conclui.
Autor: Milena SouzaEdição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Prostooleh/Freepik