Como as atividades culturais podem auxiliar na inclusão social
Autor: Milena Souza - Estagiária de JornalismoA arte e a cultura podem ser vistas como ferramentas de inclusão social, promovendo maior acessibilidade e conhecimento para diversas esferas da sociedade, seja através da música, pintura, teatro ou da dança. Cada pessoa pode se enquadrar em um tipo de atividade artística com que mais se identifica, independente da sua condição física.
Esse foi o assunto do programa Humanidades, da Rádio Uninter, transmitido no dia 09.jun.2021. O bate-papo teve a participação da professora Denise Erthal de Almeida, coordenadora do curso de Gestão de Organizações do Terceiro Setor da Uninter, que recebeu como convidada especial a arte-educadora Adriana Villar.
A live abordou o tema A arte e a cultura como instrumentos de inclusão social e teve como foco ressaltar a importância das atividades artísticas e culturais no processo de inclusão social. Adriana Villar é fundadora da organização Inclusive nas Artes, um centro de arte, cultura e inclusão localizado em Curitiba, em que trabalha com pessoas com deficiências, dando oportunidade pra que elas possam se desenvolver.
A organização de Adriana é uma instituição do terceiro setor, com objetivo de realizar eventos e oficinas culturais de forma que as pessoas deficientes sejam incluídas na sociedade. “As pessoas adultas que têm algum tipo de deficiência perdem muito da sua identidade, convivem muito com a família e dependem da ajuda de outras pessoas, além de não conseguirem sair de casa porque os grupos não as incluem no seu convívio”, comenta. As pessoas com deficiência ainda têm muita dificuldade de inclusão em cursos, na escola e no trabalho, por falta de acessibilidade e até por preconceito de muitas pessoas.
A inclusão acontece a partir do momento em que a pessoa se reconhece e que sabe da sua importância. “Uma pessoa com deficiência é recebida na instituição com uma série de atividades envolvendo as artes, participando de diferentes oficinas, como de habilidades motoras, culinária, dança, música, teatro, pintura, desenho e mosaico. Tudo isso para despertar a consciência de que a pessoa é importante, resgatando sua identidade”.
Além de trazer a felicidade para todos, a arte educadora garante que o terceiro setor tem grande importância na inclusão social e faz um papel que outros setores e o governo não fazem. Para ela, quando a pessoa chega “meio sem querer” na organização, é preciso incentivo, pois leva algum tempo para que ela aprenda a interagir livremente com os demais e sinta que sua identidade foi resgatada.
“Com a pandemia, as atividades estão sendo feitas de forma remota, o que também ajudou na inclusão digital, embora muitas pessoas não tenham acesso à internet. Para muitas esse modo de estudo vai permanecer”, acrescenta.
Para concluir, a educadora afirma que é preciso individualizar, humanizar e coletivizar as relações. “É preciso tratar cada um de forma única, mostrando suas qualidades e colocando as pessoas em contato, de forma que se encontrem na sociedade e se sintam incluídas”.
Autor: Milena Souza - Estagiária de JornalismoEdição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
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