Como aproveitar novas oportunidades para empreender

Autor: Matheus Pferl - Estagiário de Jornalismo

Diz um provérbio chinês que “há três coisas na vida que nunca voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida”. Quando uma boa oportunidade aparece, sem aviso prévio, só poderá aproveitá-la quem estiver bem preparado. O Brasil vive uma crise econômica e sanitária que obrigou boa parte da população a se arriscar no empreendedorismo, por simples necessidade de sobrevivência, e sem o prepara necessário.

Com apresentação do professor Guilherme Rodrigues e participação do professor Nelson Tadeu Galvão de Oliveira, coordenador dos cursos de Gestão da Produção Industrial e Mecatrônica Automotiva, e do aluno de Engenharia Elétrica Wallysson Silva Oliveira, o programa Nas ondas da Politécnica do dia 02.julho.2021, falou sobre empreendedorismo e como aproveitar novas oportunidades.

Conceituar oportunidade é fácil, o difícil é identificá-la. “Às vezes a oportunidade passa e você não percebe. Aproveitar a oportunidade é fazer a coisa certa no momento certo. Identificar que aquilo é uma oportunidade para te favorecer na tua vida e no teu futuro, esse é o difícil”, afirma Nelson.

Costumamos ver a oportunidade mais facilmente quando estamos em um momento bom, mas quando estamos passando por um momento difícil, isso é mais complicado. “Em momentos difíceis geralmente surgem muitas oportunidades, mas às vezes fechamos os olhos, enxergamos apenas as dificuldades e esquecemos das oportunidades”, diz Wallysson.

Os desafios de empreender

Quem tem a vocação para empreender consegue vislumbrar oportunidades mesmo nos momentos mais difíceis. Para isso é preciso enfrentar uma situação e analisar como podemos tirar melhor proveito dela, como podemos fazer daquela dificuldade uma boa oportunidade para seguir em frente. Porém, empreender não é tão simples, existe sempre um risco e não há garantias.

“Ser empreendedor é ter aquela vocação. Tem gente que acha uma oportunidade em qualquer situação e transforma essa oportunidade em empreendedorismo, essa pessoa transforma uma oportunidade em negócio. Outros já têm um pouco mais de dificuldade para entender isso. Tem aqueles que nascem para ser empreendedor, e outros que preferem trabalhar no empreendimento de outro”, ressalta Nelson.

Segundo pesquisa realizada pelo Sebrae, três a cada dez MEIs (microempreendedores individuais) não conseguem se manter atuando cinco anos após o início do negócio. Em recente entrevista à Agência Brasil, o presidente do Sebrae, Carlos Melles, afirmou: “Quando avaliamos a realidade da maioria dos MEI, a pesquisa mostra que, nesse segmento, há maior proporção de pessoas que estavam desempregadas antes de abrir o próprio negócio e que, por isso, não tiveram condições de se capacitar adequadamente e aprimorar a gestão”.

A realidade é que não adianta ser empreendedor, estar no lugar certo e na hora certa, mas não estar preparado. O mundo do empreendedorismo é desafiador, e antes de se aventurar e cometer erros amargos, que custarão tempo, esforço e dinheiro, é fundamental conhecer o terreno onde está se aventurando.

Wallysson mora em Imperatriz, no Maranhão, e está se preparando para agarrar as oportunidades que surgem na sua região. “O curso de Engenharia Elétrica é uma grande oportunidade para mim. Aqui na região temos predominância do sol, e a energia solar está em alta. A oportunidade de empreender nessa área de energia solar é muito boa”, conta.

Na percepção de Nelson, é importante entender que emprego e trabalho são coisas diferentes. “Faz muito tempo que você não tem mais emprego de engenheiro e outras profissões. O emprego era quando você entrava de alguma maneira e não precisava mais mostrar ser competente para se manter nele. O trabalho é diferente, você tem que mostrar no dia a dia que merece permanecer nele, seja você o empreendedor ou o empregado. Se não existir trabalho e desafio, eu não tenho interesse em permanecer”, afirma.

Guilherme ressaltou como os cursos de graduação mudaram e evoluíram com o tempo: “Eu percebi que o perfil do curso de engenharia, da minha época de aluno para agora, sofreu uma enorme mudança. Nós estamos dando aula visando essa autonomia, forçando o aluno a procurar, pesquisar, a se virar sozinho porque é isso que o mercado de trabalho pede”, diz.

Currículo ou portfólio?

Currículo se refere aos diplomas, certificados, competências e habilidades desenvolvidas. Já o portfólio é aquilo que você fez, são suas competências e habilidades colocadas na prática. Currículo e portfólio andam em conjunto, ambos são importantes e se complementam.

Segundo Nelson, o currículo costumava ser um fator decisivo para conseguir um emprego, mas as coisas mudaram: “Quando eu me formei, era muito comum a empresa fazer uma análise de currículo ou de uma universidade da qual você saia para dar uma oportunidade de trabalho. É aluno da federal ou de outra faculdade? Isso era importante, você obtinha colocação por ser egresso de uma universidade de renome. Também era muito comum as pessoas trabalharem na mesma empresa sempre. Hoje não, o jovem se forma com um currículo bastante direcionado para a vida profissional dele, muito mais prático do que no passado, e ele escolhe muito as atividades, ele escolhe as oportunidades”, diz.

“Hoje o portfólio é muito mais importante do que o currículo. O portfólio é onde se mostra a bagagem, a experiência e a diversidade de conhecimento que ele vai adquirir na vida profissional ao longo de muitas empresas. Não digo que o currículo não tem importância, só dou mais importância ao portfólio”, completa Nelson.

Para Wallyson, as experiências profissionais são fundamentais no desenvolvimento do profissional. “O que manda é a competência. O portfólio é muito importante, você deve estar sempre agregando conhecimento, nunca é demais. Você vai adquirindo conhecimento ao longo do caminho, com as experiências profissionais”, conclui.

Você pode acompanhar a gravação do evento clicando aqui.

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Autor: Matheus Pferl - Estagiário de Jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Gerd Altmann/Pixabay e reprodução


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