Combinação de tecnologias – o mundo não será mais o mesmo
Autor: Armando Kolbe Júnior*O mundo não será mais o mesmo com a criação de possibilidades infinitas reunindo 5G, inteligência artificial (AI), internet das coisas (IoT), Blockchain e Big Data. O fortalecimento da conectividade é uma promessa de um futuro muito melhor para todos. Inúmeras possibilidades de negócios advêm do uso combinado dessas tecnologias emergentes. Podemos vislumbrar um futuro praticamente interligado por dados e tecnologias que se comunicarão buscando cada vez mais o compartilhamento da sociedade.
A plataforma mobile já é uma das mais adotadas em todo o mundo, com aproximadamente nove bilhões de conexões, entrando agora em uma nova era, a de experiências personalizadas.
O 5G deve ser um divisor de águas, quebrando diversos paradigmas e atuando de forma a facilitar a conectividade inteligente, proporcionando um acelerado desenvolvimento tecnológico e viabilizando novos serviços digitais disruptivos. Esse novo padrão de conectividade poderá proporcionar novas experiências, cada vez mais personalizadas, promover interações inimagináveis e aumentar de forma exponencial o desempenho e a qualidade de muitos serviços.
Nosso dia-a-dia já nos apresenta inúmeros exemplos de como a IoT e outras tecnologias se fazem presentes. Algumas soluções como pulseiras que medem nossa pressão, temperatura, bem como relógios para avaliação de batimentos cardíacos fazem parte desse novo cenário. O rastreamento de veículos, proporcionando a gestão de frotas, coleiras smart para cuidar dos animais de estimação, ou até mesmo aquelas aplicações mais complexas, que participam na automatização de fábricas, melhorando consideravelmente os níveis de eficiência e segurança também são soluções IoT que estão presentes em nosso cotidiano.
O 5G irá proporcionar uma maior capacidade na utilização de sensores e dispositivos que poderão disponibilizar consideráveis benefícios facilitando o nosso cotidiano. Os veículos autônomos terão melhora de performance e aumento da segurança nas operações envolvidas.
Já no varejo, o centro do processo é a tecnologia, ampliando e impulsionando várias questões do segmento com respostas imediatas, interligando com a Inteligência Artificial (IA), direcionando os resultados do negócio, minerando os dados provenientes dos dispositivos, demonstrando quais itens são mais comercializados, necessidades futuras, integrando cada vez mais as aplicações de negócios, gerando valor.
Além disso, a IA está muito longe de ver suas possibilidades esgotadas, podendo crescer e muito, nos mais diferenciados setores. Segundo o Relatório de Tendências de Tecnologia do Future Today Institute, “no máximo em três anos, 50% das pessoas que moram em países desenvolvidos, vão interagir com as máquinas utilizando apenas a voz”.
A “limpeza” dos dados que foram gerados, e como são aplicadas as regras de Machine Learning (ML) e IA, às vezes negligenciado, são fatores importantíssimos para que sejam úteis e façam a diferença nos negócios e no monitoramento e coleta dos dados.
Podemos considerar essa camada de tecnologia como uma rede, por se compor de conexões e nós, em que é necessário monitoramento intensivo para a geração e extração de dados. Esse processo necessita de muita atenção, por tratar-se de uma produção considerável de dados, precisa ser escalável, que depende de um complexo gerenciamento, para que possa atender precisamente aos negócios.
Com tantos dados e informações circulando, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) é essencial em nossos dias, dá proteção à informação, acentua a importância da ética na correta utilização dos dados e no compartilhamento destes.
Outra tecnologia com potencial é o Blockchain, auxilia na proteção das redes bancárias móveis e o 5G garante que não haja sobrecarga nessas redes complexas. O Blockchain é usado para facilitar um novo tipo de cidadania digital em alguns países e pode ser utilizado como um índice universal de autoria e edição de conteúdo. Os principais casos de uso dessa tecnologia têm evoluído no campo de serviços financeiros.
Os pequenos e médios negócios (PMEs) não podem ser deixados de lado nesse contexto, em sua maioria, não possuem um grande DTI e muito menos dispõem de um time de especialistas. Esse papel poderá ser assumido pelas operadoras, levando a conectividade para um nível superior, graças aos dados gerados, proporcionando insights de negócios com base nos padrões e diferentes comportamentos dos equipamentos conectados e logicamente monitorados, agregando valor de negócios e servindo de apoio no gerenciamento e o crescimento dessas organizações.
A chegada de tecnologias exponenciais como IA, Blockchain, IoT, Big Data, entre outras tem exercido pressão regulatória e tecnológica nas organizações, modificando toda a arquitetura de negócios e criando modelos inovadores.
Na transformação digital tivemos os consumidores cada vez mais conectados e ansiosos, exercendo pressão de fora para dentro das organizações. Atualmente essa pressão ocorre, além dos consumidores finais, vindo também dos colaboradores e é necessário que ocorra a combinação dessas tecnologias, trazendo novos modelos de negócios, construindo então, a geração de novas soluções.
Uma questão é tida como certa, em levantamentos realizados recentemente, verifica-se que as empresas que querem se manter competitivas na era digital deverão manter seus investimentos em TI, pois há o entendimento que o presente momento é de disrupção, o mercado exige organizações mais ágeis, com respostas rápidas, eficientes, seguras e que saibam atender de forma personalizada seus clientes.
* Armando Kolbe Júnior é mestre em tecnologias e coordenador do curso de Gestão de Startups e Empreendedorismo Digital na Uninter.
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