Com preços em alta, qual a melhor opção: gasolina ou etanol?

Autor: Jeferson Morais, Gabriele Dupont e Hugo Amorim Batista*

Imagine a frota mundial de veículos (aproximadamente 1,4 bilhão) utilizando apenas um combustível: a gasolina. Uma massiva quantidade de produção se faria necessária para suprir a demanda crescente. Mas, por que a gasolina é o combustível mais utilizado? A resposta é simples, devido a sua octanagem. A octanagem mensura quanto esse combustível reage à queima no interior do motor de ciclo Otto, ou seja, antes da detonação (explosão). O índice informa a resistência do combustível às elevadas temperaturas e às elevadas pressões dentro do cilindro do motor, gerando, assim, uma determinada potência motora.

Porém, quando analisamos um país de dimensões continentais como o Brasil, é complicado fazer uso de apenas uma fonte de combustível (o que geraria um certo monopólio), e outros combustíveis precisam ter uma oportunidade. Assim, o etanol surge como uma opção viável e mais acessível ao consumidor.

Entretanto o seu potencial “explosivo” é reduzido em comparação à gasolina. Para inserir esse combustível, originário da biomassa, em meio nacional, o etanol inicialmente era incorporado à gasolina (amparado, desde 1933, pela Lei n° 737, que tornou obrigatória a mistura de etanol na gasolina em porcentagem máxima de 25%) e assim foi ganhando espaço e, atualmente, é uma possível opção para o consumidor.

Notificados pela Petrobras em 10 de março de 2022, os consumidores foram informados de um novo aumento no preço da gasolina nas refinarias. O preço médio do litro chegou a R$ 7,47 – superior ao recorde (R$ 6,79) já corrigido pela inflação em novembro de 2021. De acordo com o levantamento semanal da Agência Nacional do Petróleo (ANP), no Brasil, o litro de gasolina mais caro foi encontrado nas bombas dos postos de combustíveis da Bahia (R$ 8,77).

Mas em que o preço da gasolina impacta a nossa economia? Influencia apenas em maior custo de deslocamento para ir ao trabalho ou para fazer uma viagem? Não, o preço da gasolina interfere no preço de venda de tudo que consumimos. Desde os alimentos, que precisam ser transportados para chegar ao mercado em que costumamos frequentar, até o preço dos serviços, para que os prestadores de serviços possam se deslocar para nos atender. O aumento no preço da gasolina impacta, de maneira geral, o custo e o valor final de todos os produtos e serviços.

Então fazer uso do etanol é a saída para não mais fazer uso da gasolina? Não necessariamente. O valor do litro de etanol deve ser dividido pelo valor do litro de gasolina. Se o resultado obtido for menor ou igual a 0,70, compensará abastecer com etanol. Como exemplo, na Bahia, com o preço médio do etanol custando R$ 5,45 e a gasolina custando os exorbitantes R$ 8,77 o litro, compensa abastecer com etanol (pois 8,77 multiplicado por 0,7 é igual a 6,13, e o valor do litro do etanol é inferior ao resultado obtido).

Infelizmente, o preço da gasolina tem subido mais do que se esperava e, para muitas pessoas, mais do que se pode pagar. Dessa forma, buscar soluções alternativas para reduzir o consumo de combustíveis, como caronas solidárias ou utilizar os meios de transporte público, tem sido uma saída viável. Se for possível, deslocar-se caminhando até o trabalho ou fazendo uso da bicicleta traz uma solução ecologicamente correta e benéfica à saúde. Além de melhorar a qualidade de vida, retira a população do sedentarismo e auxilia a ajustar a economia residencial. Em tempos difíceis, temos as opções viáveis para reduzir o consumo dos combustíveis e cuidarmos de nossa saúde.

* Jeferson Kotokovski de Morais é licenciado em Matemática e bacharel em Engenharia Mecânica, especialista em Ensino de Matemática. Docente da área de Exatas da Uninter.

* Gabriele Kuhn Dupont é bacharel em Engenharia Química, mestre em Ambiente e tecnologias sustentáveis. Docente da área de Exatas da Uninter.

* Hugo Henrique Amorim Batista é licenciado em Física e Matemática, especialista em Educação. Docente da área de Exatas da Uninter.

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Autor: Jeferson Morais, Gabriele Dupont e Hugo Amorim Batista*
Revisão Textual: Larissa Drabeski
Créditos do Fotógrafo: Engin_Akyurt / Pixabay


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