Choque de conhecimento: estudantes da rede municipal praticam experimentos científicos

Autor: Nayara Rosolen - Analista de Comunicação Acadêmica

O campus Divina Providência da Uninter, na região central de Curitiba (PR), foi ponto de encontro de 28 estudantes da educação integral da Secretaria Municipal da Educação (SME) da capital paranaense, na tarde de 18 de junho de 2024.

Os pequenos, entre 8 e 10 anos de idade, foram recepcionados pelo professor da Escola Superior de Educação, Humanidades e Línguas (ESEHL) e do Programa de Pós-graduação em Educação e Novas Tecnologias (PPGENT), Daniel Tedesco, e pelo egresso do Mestrado em Educação e Novas Tecnologias Yuri Berri Afonso. Os profissionais realizaram uma Oficina de Física e Astronomia para os estudantes, ação que compõe o projeto de parceria entre a ESEHL, a SME de Curitiba e a Fundação Wilson Picler.

A turma foi dividida em dois grupos. Enquanto um estava em sala de aula com o professor Daniel, fazendo experimentos relacionados à gravidade, o outro foi para a área externa do prédio com Yuri, que abordou o conhecimento astronômico dos povos originários.

O Observatório Solar Indígena, situado no campus, foi construído pelo saudoso professor Germano Bruno Afonso, pai de Yuri. Foi o profissional reconhecido internacionalmente pela comunidade científica que iniciou a parceria com a SME, com capacitações para professores da rede pública na área de Astronomia.

A formação continuada dos docentes agora acontecem sob comando de Daniel, que, ao lado de Yuri, expandiu o alcance do legado de Germano para os estudantes do ensino fundamental.

“É muita responsabilidade e muito prazeroso também. Infelizmente, eu não conheci o professor Germano, mas por tudo o que a gente vem fazendo, parece que  estamos com ele ainda, próximo da gente. É muito interessante esse legado dele na Astronomia e no ensino, que fica e que nos apropriamos um pouquinho para poder continuar o trabalho”, declara Daniel.

Os estudantes foram acompanhados da gerente de Educação Integral da SME, Kelly Aguiar, e das professoras Dafni Ferreira e Vanessa Oliveira.  Vanessa atua com práticas de ciência e tecnologia na Unidade de Educação Integral Integrada (UEI) Boa Vista – Ano 330. Também é doutoranda em Ensino de Ciências e Matemática pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e pesquisa o ensino de Astronomia. Seu orientador, Marcos Antonio Florczak,  também foi orientado pelo professor Germano.

A profissional já havia participado da formação sobre Astronomia com o professor Daniel, no dia 11 de abril de 2024, e também conquistou uma das dez vagas brasileiras em um programa internacional do Limitless Space Institute. A organização viabiliza um curso online sobre a metodologia Science, Technology, Engineering, Arts e Mathematics (Steam).

A partir disso, os participantes do programa são provocados a desenvolverem um experimento, que poderá ser enviado e realizado na Estação Espacial. Foi essa mesma proposta desenhada por Vanessa que os alunos experienciaram com o professor Daniel. Mas neste caso, com a força gravitacional da Terra.  O experimento gira em torno da questão “O que acontece com dois objetos de massas diferentes quando colidem um com o outro no espaço?”. O objetivo é entender os conceitos de conservação e transferência de energia.

“Aceitamos esse desafio. É bacana quando trazem as crianças para trabalharem aqui, porque saem da rotina da sala de aula. Fizemos uma simulação do que eles mandaram para os astronautas e é interessante que já sabiam mais ou menos todos os aspectos, todas as teorias. Usamos um ensino por experimentação e mão na massa, pensando no experimento, nas premissas e hipóteses. Eles testaram bastante, temos o que chamamos de trilho de ar para fazer o ‘choque’ [entre os objetos]. E, depois, eles vão ver como funciona lá [no espaço], sem gravidade”, explica o professor Daniel.

Vanessa destaca que, com a capacitação dos docentes, o projeto impacta também a qualidade da educação das crianças, que receberão os conhecimentos adquiridos nas salas de aula. “Isso abre o horizonte para essas crianças quererem alcançar outros caminhos, a ir para uma faculdade, escolher uma área específica para estudar e verem algo além do que é comum. É muito rico para eles, além de verem a ciência acontecendo”, salienta a professora.

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Autor: Nayara Rosolen - Analista de Comunicação Acadêmica
Edição: Larissa Drabeski
Créditos do Fotógrafo: Natália Schultz Jucoski


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