Caso de amor com a geografia leva André a fazer o mesmo curso duas vezes ao mesmo tempo
Autor: Nayara Rosolen - Estagiária de JornalismoIngressar em um curso superior ainda representa uma quebra de paradigma para muitas famílias brasileiras, missão para as novas gerações. Essa é a realidade de André Leone Facundo, 29 anos, aluno do último período do curso de Geografia da Uninter, no polo de educação a distância de Fortaleza (CE), que precisou insistir bastante para não deixar o sonho do diploma universitário morrer pelo caminho.
Nos últimos meses, o estudante comemorou sua aprovação em três concursos públicos no estado do Ceará. “A aprovação nesses três concursos públicos eu devo muito ao empenho dos professores de Geografia da Uninter. A dinâmica de atividades foi fundamental. Temos um corpo docente excelente, composto por mestres e doutores”, comenta.
Mas sua trajetória em busca do sonho de ser professor não tem sido fácil. Na família de André, que conta com 5 filhos, 16 netos e 6 bisnetos, ele e uma prima são os primeiros a chegarem na reta final de um curso universitário. Além dos dois, outros 4 netos também já chegaram no ensino superior, e vão servindo de inspiração para os mais novos.
Morador da zona rural da cidade de Horizonte, distante 40 km de Fortaleza, o estudante passou no vestibular da Universidade Federal do Ceará (UFC) em 2008, mas precisou adiar o sonho. “Por ter passado por algumas dificuldades financeiras com a minha família, eu não tinha como ir pra universidade e acabei nem fazendo minha matrícula. Porém, a gente não pode parar de sonhar né? Dei uma pausa, mas voltei”, explica.
Apesar das dificuldades, André nunca se deixou abalar e manteve a força de vontade para superar os obstáculos que surgiam no caminho de seu sonho de ser professor. Depois que a mãe, dona Zenilda, teve de se mudar para outra cidade por causa do trabalho, além de ter que vender a casa, o estudante ficou responsável por criar os três irmãos mais novos.
Em 2009, trabalhava como funcionário de uma pousada da região e, graças a seu bom desempenho, foi promovido para um cargo na administração. Ele então pôde trazer a mãe de volta e conseguiu um emprego para ela no mesmo local. Com muito trabalho, comprou uma nova casa para a família.
Essa melhora na vida familiar colocou o estudo novamente em seu horizonte. Mas foi a mãe dele quem teve prioridade nesse momento. “Minha mãe teve a oportunidade de estudar pela primeira vez, se alfabetizou e já está lendo. Diz que será pedagoga. Eu acredito”, diz confiante.
Após um concurso, em que ficou como primeiro colocado, André foi efetivado como agente de saúde pública em 2013 na Secretaria de Saúde de Fortaleza. Três anos depois, começou a pesquisar faculdades onde pudesse iniciar o curso superior de Geografia. “Quando encontrei a Uninter, pesquisei as notas do MEC, eram as máximas. Isso me chamou atenção, além dos livros didáticos que são ofertados para cada disciplina, que são atualizados”, explica.
Em 2016, o estudante decidiu fazer a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para testar seus conhecimentos. Com a nota, ele pôde se inscrever em dois cursos: Geografia, na Universidade Estadual do Ceará (UECE), e Letras, na UFC (Universidade Federal do Ceará).
André precisava escolher uma das duas, e optou pela primeira. “Não esperava entrar na UECE, mas como havia passado e naquele momento já tinha cumprido a missão de ajudar minha mãe na criação dos meus irmãos, resolvi me dedicar também à universidade pública”, explica.
Na época, o estudante chegou a trancar o curso na Uninter, mas, acreditando que a instituição tinha muito a oferecer, voltou atrás um semestre depois. Atualmente, cursa Geografia nas duas instituições: está no sexto período da UECE, e se forma na Uninter no próximo mês.
Essa decisão incomum, fazer a mesma graduação duas vezes, se deve à paixão de André pela área da geografia. Ele acredita que, estudando nas duas instituições, pode absorver o melhor que cada uma oferece e assim ser um profissional mais completo.
“Não iria perder com mais estímulos e, sendo a mesma ciência, ficarei com uma sólida bagagem na geografia. A base das disciplinas voltadas para a educação, de forma ampla, é muito boa. Levava da Uninter uma bagagem de discussão para as aulas de oficinas, metodologias do ensino, na UECE. Apresentava os livros na sala, citava e isso começou a fazer muita, mas muita diferença em relação aos meus colegas. Tive uma professora que dizia que eu ia para as aulas com uma biblioteca e isso fez muita diferença”.
A grande dedicação do aluno o fez receber convites para monitorias e laboratórios, mas com a rotina corrida, seu tempo é limitado. Quando questionado pelos professores sobre como funciona essa conciliação no dia a dia, a resposta é uma só: “Eu estava com os sonhos adormecidos, não poderia ser medíocre agora”.
Ele diz que além da qualidade dos livros que a Uninter fornece, outro diferencial é a preocupação com os estudantes e toda a plataforma digital, com materiais e conteúdo de primeira qualidade. Além disso, há uma série de projetos, cursos de extensão, programas e bolsas ofertadas.
“Não encontramos instituições com cursos em EAD que estejam preocupadas com isso. Na Uninter a gente vive o mundo do trabalho, passa por uma formação acadêmica que desenvolve as diversas faculdades manuais e mentais dos estudantes”, comenta.
Entre o ensino presencial e a modalidade a distância, André diz que a diferença está no tempo e dedicação que o aluno dá ao estudo. “Não existe facilidade na EAD. O que há é flexibilidade do tempo e do espaço de aprendizagem, mas a disciplina, o comprometimento e a dedicação tem que ser a mesma e pra melhor”, salienta.
No momento, além de estar esperando a convocação para assumir sua vaga como professor do estado, o estudante também já está na expectativa e se preparando para o mestrado. “Eu tenho pesquisado na área de Geografia Ambiental e Ensino de Geografia, com ênfase no processo de desertificação no estado do Ceará. Ultimamente tenho pesquisado o processo de degradação de matas ciliares em algumas bacias hidrográficas do litoral cearense. No Ensino de Geografia, tenho feito estudo sobre e Educação Profissional e Tecnológica”, explica.
Apesar do imprevisto com a pandemia do novo coronavírus, que chegou ao Brasil, o que fez o pesquisador dar uma pausa nas análises de campo, o cearense diz que não tem desculpa para não continuar os estudos de casa. Ele continua fazendo as atividades, tanto da Uninter quanto da UECE, a distância.
“A gente se volta para os referenciais teóricos e para realizar os cursos de extensão da Uninter. Esse mês já fiz três, além de acompanhar as lives no Facebook da Geociências”, finaliza.
Autor: Nayara Rosolen - Estagiária de JornalismoEdição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Arquivo pessoal André Leone Facundo
O Andre é incrível .
Obrigado meu querido!
Ter visto isso me alegou bastante! Estou no último período de nutrição em uma faculdade privada, na vdd só falta uma disciplina, mas passei na UFPE no msm curso. Dsd o início do ano q n sei o q fazer, me formar logo (q é o q quero) ou seguir meu sonho de fazer nutrição na UFPE (q tb quero). Não sabia q era possível se formar no msm curso por faculdades diferentes, irei fazer isso. Muito obrigada, André, ver isso foi essencial. E parabéns, vc merece!
E aí, começou na Federal? Fiquei curioso.
Oi André, que historia linda!
Voce saberia me dizer em relação a estagios, por exemplo, tento em.vista que voce fazia 2 faculdades ao mesmo tempo poderia ter 2 estágios?
Agradeceria muito!
Olá,gostaria de saber uma coisa,posso fazer dois cursos iguais em faculdades diferentes ou não.
Agradeço Muito.