Câmara congratula polo de Navegantes pelo projeto Livros que Alimentam
Autor: Daniela Mascarenhos - Estagiária de JornalismoA ação social “Livros que Alimentam”, promovida em diversos polos de educação a distância da Uninter, propõe a troca de livros da Editora InterSaberes por alimentos não perecíveis. As arrecadações são destinadas a instituições carentes das comunidades locais.
O polo Uninter em Navegantes (SC) trabalha com o projeto desde 2017 e, na semana do dia dos professores, 07.out.2021, recebeu uma moção de congratulações da Câmara Municipal da cidade pelo trabalho realizado por meio da campanha. A proposição foi apresentada pelo vereador Antonio Carlos Uller (Patriota).
Segundo a gestora da unidade, Regiane Bernardo Prestes Ramos, a homenagem foi uma surpresa. “Eu fiquei bastante emocionada, pensava que só pessoas muito importantes recebiam. Nós fazemos algo sem esperar nada em troca”, declara. Para ela, esse prestígio serve como uma motivação ainda maior de continuar com os projetos.
Regiane conta que a realização dessas ações é uma forma de retribuir o carinho com que o polo foi recebido, já que foi a primeira instituição de ensino superior que chegou à cidade. “Já formamos muitos alunos que trabalham em órgãos públicos. Inclusive, vereadores da Câmara Municipal foram alunos do nosso polo”, conta.
O projeto contou com o apoio da Câmara para ser desenvolvido. Logo que pensou em colocar em prática, Regiane procurou o vereador Antonio Carlos Uller. Também conhecido como Toninho, o parlamentar se formou pela Uninter em Gestão Pública e foi a primeira opção de Regiane por estar sempre envolvido com ações sociais.
Após uma reunião com a então presidenta da Câmara, Adriana Rodrigues Luz Macarini, e demais vereadores, o projeto foi aprovado. Foram enviados ofícios aos mercados locais solicitando um espaço destinado à ação. “Ocorreu tudo com tranquilidade”, comenta a gestora. Ela acredita que a boa aceitação é decorrente de a instituição ser conhecida na cidade e ter um convênio de desconto com os mercados.
Para a arrecadação, é levado até o mercado um banner feito pela própria gestora com a logo da Uninter. Os livros utilizados são aqueles ofertados pelo polo e que os alunos não buscam. De acordo com Regiane, a unidade possui duas salas com 20 estantes repletas de livros e que são uma oportunidade a mais de aprendizado para a comunidade.
A distribuição dos itens arrecadados é feita de acordo com as necessidades de cada instituição. A gestora cita como exemplo a Associação de Pais e Amigos dos Autistas (AMA), à qual são destinadas as doações de café, leite e biscoitos. Já para outra instituição que recebe moradores de rua, são destinados alimentos como macarrão, arroz, feijão, entre outros itens.
Antes da pandemia, as entregas eram feitas todas as sextas-feiras. O pessoal da Câmara recolhe as doações e as encaminha para o polo, onde é feita a divisão e a entrega nos locais. Regiane destaca que as entregas são momentos de muita emoção, mas um acontecimento em especial chamou sua atenção.
No dia, a equipe do polo fazia uma entrega no Centro de Reabilitação Desafio Jovem Monte Sião, comunidade terapêutica e clínica de reabilitação sem fins lucrativos. Essa ONG sempre recebe doações, em especial a de uma panificadora que entrega os pães não vendidos no dia. Os pães não consumidos são colocados em uma mesa do lado de fora da instituição para que as crianças carentes possam pegar.
Regiane conta que, ao chegar com a equipe para fazer a entrega, viu as crianças “disputando aqueles pães já sem uma aparência de novos, mas com uma alegria contagiante”. Para a gestora, essa é uma imagem que não sairá de sua mente tão cedo e serve como incentivo. “Eu comecei do zero. Sem dinheiro algum e muitas vezes fazia apenas uma refeição no dia com meu marido”, recorda.
Regiane usa sua própria experiência de vida como fonte de inspiração para seguir ajudando a comunidade. “É por isso que ver aquelas crianças contentes com tão pouco me impactou de uma forma que até mesmo planejamos uma ação específica para essas crianças”, diz.
Os projetos para depois da pandemia já estão em desenvolvimento. “Em primeiro lugar, queremos retomar a visita ao asilo com os alunos de Educação Física, como fazíamos no Natal”. Nesta visita, eles recolhiam as cartas dos idosos e deixavam no pinheirinho do polo.
Os demais alunos podiam escolher uma carta e adotar um idoso para dar o presente que ele pediu. No dia da entrega, os funcionários do polo passavam uma tarde de sábado com os alunos dos cursos de Artes Visuais e Música fazendo companhia e entretendo os idosos.
Regiane comenta que também agora pensa em uma ação para os cachorros de rua. “Já estamos conversando com alguns possíveis parceiros e a ideia é mudar um pouco o foco. Eles também precisam de ajuda, mas não sabem pedir”, ela observa. Em um primeiro momento, pensa na arrecadação de ração.
“Acho que o mais importante sempre é buscar ajudar. Você pode não ter dinheiro, mas pode ter uma ideia que dê muito certo”, explica a gestora sobre suas motivações. Para ela, o mais importante é saber que está conseguindo ajudar a comunidade, sem esperar nada em troca. “Nós não vendemos educação, nós vendemos sonhos. E essa homenagem e a coleção de memórias são um incentivo a mais para eu continuar com os projetos, não desistir e continuar fazendo o que gosto”, conclui.
Autor: Daniela Mascarenhos - Estagiária de JornalismoEdição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Arquivo PAP Navegantes