Boteco também é lugar para salvar o mundo. Será?
Você acredita que uma conversa de botequim pode salvar o mundo? Não responda antes de ler o livro Pensamentos fora da caixa – uma filosofia de boteco, do estudante de Filosofia Ismael Tavernaro Filho. O lançamento foi no último dia 24 de janeiro na Câmara Municipal de Cerqueira César, cidade do interior paulista onde ele mora.
Ismael está cursando Filosofia na modalidade de educação a distância no polo de apoio presencial da Uninter em Avaré (SP). Além de estudar, ele se dedica à profissão de escritor. É também um dos fundadores do Instituto Jarro Branco, uma Organização Não Governamental (ONG) que tem por objetivo promover os direitos humanos.
No livro, o escritor relata uma história que acontece dentro de um boteco, durante uma reunião entre amigos, que têm quatro noites de reflexão “em um bar lá na Rua Augusta”. Fomos conversar com Ismael para entender melhor essa história. Confira:
Este é seu segundo livro sobre filosofia. O que é que se destaca nessa obra?
Tavernaro Filho: Talvez a questão mais importante do meu segundo livro é o jeito extremamente informal que abordo os temas e as teorias de alguns filósofos. Tanto é que a narrativa se passa dentro de um boteco entre amigos.
Qual a reflexão principal?
Tavernaro Filho: Que a filosofia, antes de surgir como uma concepção de pensamentos refinados, sofisticados, oriundos de célebres acadêmicos, nasceu em um contexto de coragem! De pessoas que, talvez, nem fossem tão eruditas assim, inteligentes, mas que tiveram a bravura de pensar com a própria cabeça, de enfrentar os paradigmas da época, os dogmas.
Que respostas o leitor vai encontrar nessa obra?
Tavernaro Filho: O único conhecimento digno e legítimo que podemos ter em relação à realidade e sobre nós mesmos é o conhecimento da nossa própria ignorância.
Quais são os filósofos que você cita na obra?
Tavernaro Filho: Falo sobre Platão, Sócrates, Spinoza, Nietzsche, Osho, Aristóteles, Krishinamurti e outros.
Esses amigos no bar, eles vão conversando sobre as teorias dos filósofos?
Tavernaro Filho: Os amigos do bar vão conversando indiretamente sobre filosofia, mas quem os direciona com exemplificações e citações é a figura do narrador, que também é personagem. As pessoas vão chegando e dividindo suas reflexões.
Como você vê a sua evolução do primeiro para o segundo livro?
Tavernaro Filho: Acredito que estou tendo mais fluidez na escrita. É um círculo vicioso: quanto mais eu escrevo, mais vontade de escrever eu tenho.
Qual tutor/professor te ajudou na construção do segundo livro?
Tavernaro Filho: Estou recebendo o apoio de muita gente: familiares, amigos, inclusive do gestor do polo da Uninter de Avaré (SP), meu amigo José Juber.
O que é um “sabichão erudito”, expressão presente no prefácio da obra?
Tavernaro Filho: Esse foi um termo que inventei para desmistificar, que a filosofia é algo somente para aqueles ditos “geniais”, que utilizam uma linguagem acadêmica, difícil e chata. Como disse Platão, certa vez, “todas as crianças nascem filósofas”, em relação ao espanto que elas têm com a vida.
Concluiu o curso de Filosofia?
Tavernaro Filho: Ainda não. Estou na reta final, último semestre para acabar o curso de licenciatura em Filosofia, porém o ato de filosofar será “eterno enquanto dure”.
Como comprar o livro? Foi lançado por qual editora?
Tavernaro Filho: Essa obra foi lançada junto ao Clube de Autores. É um selo independente, uma plataforma de auto publicação. Tive que correr atrás de incentivadores para custear os processos editoriais e gráficos.
Ficou interessado? Confira: Pensamentos fora da caixa – uma filosofia de boteco.
Autor: Evandro Tosin – Estagiário de JornalismoEdição: Mauri König / Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Arquivo pessoal