Biodiversidade na saúde é promover bem-estar para todos
Autor: Evandro Tosin - Assistente MultimídiaQuando se escolhe uma profissão da área da saúde, a decisão implica cuidar das pessoas. Para isso, é necessário receber uma formação voltada para o atendimento, atuar com diferentes culturas, comportamentos e variações anatômicas. Os pacientes possuem diversidade biológica.
Entre as variações anatômicas, o tratamento e promoção da saúde é adaptado para cada indivíduo: baixo ou alto, magro ou alto, criança ou adulto, protetizado, cadeirante, com dificuldades de locomoção, pessoa com deficiência visual e outros.
Essas variações anatômicas também podem ser internas, um indivíduo pode nascer, por exemplo, com o ápice do coração voltado e localizado no lado direito do corpo, ao invés do comum que é o lado esquerdo. O que é conhecido como dextrocardia, condição congênita rara que afeta 1% da população. Com isso, é preciso refletir sobre a promoção e prescrição em saúde.
De acordo com IBGE (2021), a população brasileira é de 213 milhões. Entre eles, 12,5 milhões são considerados pessoa com deficiência (grande ou total dificuldade para enxergar, ouvir, andar ou subir escadas, mental ou intelectual), o que corresponde a 6,7% da população, segundo dados do último Censo, de 2010.
Quando falamos em pluralidade cultural, refletimos sobre características sociais, culturais e religiosas. Dentro dos cursos da área da saúde, estão presentes disciplinas na área de bioética, políticas de coletividade, humanização, entre outras. A coordenadora do curso de Fisioterapia da Uninter, Fernanda Cercal, e a professora da Escola Superior de Saúde, Biociência, Meio Ambiente e Humanidades Thayse Zerger apresentaram um estudo de caso para a reflexão do assunto.
Em resumo, vamos a um caso hipotético. Uma paciente de 65 anos, após um acidente doméstico, teve uma infecção grave e, com histórico de outras doenças, a decisão dos médicos foi amputação da perna abaixo do joelho. Passou a utilizar uma cadeira de rodas e foi encaminhada para um consultório para um programa de reabilitação ambulatorial visando o tratamento pré-protético para adaptação de uma prótese.
Ela se apresenta animada para o tratamento, porém não aceita fazer o uso da prótese. Contraria a vontade dos filhos, argumenta que aquilo é horrível, que seu corpo agora é daquele jeito. Isso vai contra a seus princípios e valores. Relata que está melhor do que antes. Como o profissional de saúde dever agir nesse momento?
“Muitas vezes você sabe o que você teria que fazer se fosse um caso clínico típico, mas ele vem com um histórico totalmente diferenciado, e você dentro daquela demanda, precisa se adaptar, trazer o melhor para o seu paciente, algo que tenha uma resolutividade, mas dentro daquilo do que ele precise e que anseia como melhor pra ele. Levar isso em consideração. Não entra naquela área de convencimento. Mas sim, a gente adapta as nossas terapêuticas, a nossa intervenção, com aquilo que o paciente necessita”, explica Thayse,
“A palavra-chave é respeito, e esse é o novo desafio na promoção da saúde e prescrição. O primeiro passo é o diálogo com todos, de expor o seu conhecimento científico, técnico. Se colocar em posição de igualdade com os pacientes e nunca de superioridade, a gente tem que pensar nesse fator humano, comportamento, emoções e vivência de cada um. Sempre respeitando o ponto de vista do outro, e desejando uma vida ética, um compromisso com a saúde. Tudo isso faz parte do trabalho do profissional da saúde. Defender a dignidade do ser humano e os direitos de cada um. Isso significa amor ao próximo e à profissão”, enfatiza Fernanda.
Fabiana Prestes, Fernanda Cercal e Thayse Zerger debateram o assunto na 2ª Maratona Ecos do Brasil, organizada pela Escola Superior de Saúde, Biociência, Meio Ambiente e Humanidades da Uninter. O evento contou com 12 horas de palestras com tema principal “Biodiversidade, a vida em ação”.
As profissionais trataram do tema na palestra “Biodiversidade na saúde – variações anatômicas e culturais a serem pensadas pelos profissionais da saúde para promoção”, com transmissão ao vivo pelo canal do YouTube do Grupo Uninter.
Entre os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, o assunto está relacionado ao ODS 3 (Saúde e bem-estar), o 4 (Educação de qualidade) e o 10 (Redução das desigualdades).
Autor: Evandro Tosin - Assistente MultimídiaEdição: Mauri König
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