Big Data no comércio eletrônico é para todos?

Autor: Luciano Furtado C. Francisco (*)

Pense na quantidade de dados aos quais você tem acesso todos os dias. Certamente você deve ter pensado em uma quantidade gigantesca. E é isso mesmo, diariamente, de acordo com a IDC, International Data Corporation, empresa de inteligência de mercado e consultoria em serviços estratégicos, são gerados no mundo cerca de 3 quintilhões de bytes de dados. Esses números são gerados em praticamente toda ação que fazemos na internet, desde uma simples pesquisa, passando pela leitura de um texto, acesso a um vídeo ou música, até uma compra on-line. Tudo isso gera dados que, de uma forma ou outra, podem ser analisados. Dados podem ser estruturados – em bancos de dados com estrutura homogênea e mais rígida – ou não estruturados – de formato mais aberto, como vídeos, textos, sons, áudios, redes sociais etc.

Esse cenário é o chamado Big Data, “grandes (volumes de) dados” ou “megadados”, em traduções livres. Não por acaso, hoje os dados são chamados de o “novo petróleo”, pois é a partir da análise dessas informações que as organizações costumam elaborar suas estratégias nos dias de hoje. Essas análises se dão por meio do cruzamento de dados e têm por objetivo gerar os insights e decisões gerenciais. Com o volume altíssimo de dados, as análises têm de contar com ferramentas tecnológicas – sistemas, nuvem, internet –, caso contrário seria impraticável.

E no comércio eletrônico? Como o big data pode ser aproveitado?

Primeiro, é importante saber que as plataformas de e-commerce, aplicativos de vendas e redes sociais geram, diariamente, grandes quantidades de dados. Quanto maior a empresa, maior o volume de informações, portanto mais relações entre esses dados podem ser descobertas a fim de auxiliar as estratégias ou resolver problemas. Por exemplo, o big data pode revelar comportamentos específicos do público-alvo da empresa, que não é detectado “a olho nu”.

Em seguida, a empresa deve contar com sistemas e ferramentas que conseguem coletar, armazenar, processar e permitir a análise gerencial dos dados. Feito isso, vejamos alguns benefícios do big data para o e-commerce.

Relacionamento com os clientes

Coletando as atividades dos visitantes do e-commerce, é possível conhecer os padrões de comportamento. Assim, ações customizadas podem ser tomadas, tornando o relacionamento mais assertivo. Contribui para maior retenção e fidelização.

Marketing

Tem a ver com o relacionamento citado acima. As estratégias de marketing podem ser mais personalizadas e mais eficazes, o que dá mais chances de vendas. Por exemplo, um cliente ou grupo de clientes pode ter ofertas customizadas de forma muito mais assertiva, que vão ao encontro de suas motivações de compra.

Preços

Um dos recursos dos softwares de big data é ter bots (robôs) que varrem a internet coletando dados públicos como preços de produtos. De modo que o lojista pode ter muito mais noção de como seus concorrentes estão precificando os itens. E sabemos que o preço é um elemento primordial na decisão de compra.

Estoque e entregas

big data permite ao lojista virtual analisar melhor as vendas, com base nas oscilações do mercado, sazonalidades e outros aspectos. Antecipando as tendências, fica mais fácil manter níveis de estoque ideais para cada produto, evitando excessos e a falta de itens. E isso ajuda muito na gestão dos custos. A logística de entrega pode também se beneficiar. Por exemplo, os dados de tráfego das regiões podem ser analisados, de modo a fazer roteirizações mais eficientes e rápidas.

Ou seja, o big data pode proporcionar aos lojistas virtuais o aumento de vendas, maior ticket médio, melhores taxas de conversões, novas oportunidades, além de maior fidelização dos clientes.

Mais ainda, o exercício constante de análise de dados vai tornando as decisões estratégicas cada vez mais inteligentes e eficazes. Saem as planilhas de duas dimensões e relatórios simplificados, e entram os softwares que fazem cruzamentos de dados multidimensionais, revelando aos gestores informações que jamais teriam sem o big data organizado e estruturado na empresa.

Por fim, uma dúvida de muitos lojistas: o big data é eficiente mesmo para pequenas operações de e-commerce? A resposta (boa) é que sim. O preço da tecnologia já não é mais um impeditivo. Foi-se a era da tecnologia cara, acessível apenas a grandes corporações.

Portanto, o lojista pode e deve usar as funcionalidades do big data. Se ainda não começou, a hora é agora. E preparar-se para o crescimento das vendas.

* Luciano Furtado C. Francisco é analista de sistemas, administrador e especialista em plataformas de e-commerce. É professor do Centro Universitário Internacional Uninter, onde é tutor no curso de Gestão do E-Commerce e Sistemas Logísticos e no curso de Logística.

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Autor: Luciano Furtado C. Francisco (*)
Créditos do Fotógrafo: Lukas/Pexels


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