Auditoria nos hospitais é indicador de qualidade no atendimento a pacientes
Autor: Karla Marcolin - Estagiária de JornalismoA saúde, apesar de ser um direito básico e universal assegurado em várias convenções internacionais, acaba sendo hoje um privilégio para inúmeras pessoas ao redor do mundo que convivem com algum tipo de doença. Ao longo do tempo, os métodos para tratar tais enfermidades evoluíram. Uma dessas evoluções é o advento dos hospitais, que também passaram por transformações e se tornaram organizações complexas, compostas por pessoas, recursos físicos, financeiros e tecnológicos, no qual o cuidado é aliado ao gerenciamento com a finalidade de atingir metas institucionais.
O artigo Auditoria dos registros de enfermagem e qualidade da assistência à saúde: uma revisão narrativa de literatura, publicado no Caderno Saúde e Desenvolvimento em 2022, revela a relação da auditoria dos registros de enfermagem com a qualidade da assistência à saúde. De autoria de Antônia Dyeylly Ramos Tôrres Rios, graduada especializada em MBA em Auditoria de Saúde pela Uninter, e Célio Luiz Banaszeski, graduado em Farmácia e Bioquímica e professor da instituição, o estudo enfatiza que os registros devem ser padronizados para evitar falha nas anotações. Os dados no prontuário se tornam um documento com valor ético, científico e legal, tanto para o paciente quanto para a equipe médica, que contribui para uma possível auditoria.
O ato de registrar no prontuário é, no entanto, muitas vezes tratado com descaso por falta de tempo, desinteresse, sobrecarga de trabalho, insuficiência de funcionários ou por ignorar a relevância de alguma atividade que pode causar erros e colocar a eficácia dos serviços prestados em xeque. A auditoria torna-se é essencial para comunicar à direção das organizações a eficiência do serviço prestado, da mesma forma que notifica falhas, deficiências, sugestões e pontos positivos da assistência de enfermagem. Esse processo é realizado por meio da análise das anotações feitas pelos enfermeiros em prontuários.
As anotações devem ser objetivas e de fácil entendimento. A falta ou incompletudes nos dados podem gerar duplicidade de procedimentos e deficiência do tratamento do paciente, gerando riscos à saúde do paciente. Para impedir futuros erros, é necessário confirmar alguns dados, como o nome completo do paciente, o uso de pelo menos dois identificadores e a padronização do preenchimento de pulseiras de identificação.
Inúmeras vezes, o enfermeiro prefere cuidar do doente em detrimento das anotações. Há também casos em que tais profissionais omitem informações por medo de represálias e por vergonha de assumir o erro diante da equipe médica e do enfermo.
O auditor deve atuar como educador para auxiliar os enfermeiros na melhoria de suas competências e os hospitais devem investir em uma cultura de valorização paciente para que a equipe se sinta tranquila para informar a ocorrência de um evento adverso. Tal procedimento visa evitar a culpa e o medo do castigo, estimulando o aprendizado do profissional e a garantia do devido atendimento médico.
Autor: Karla Marcolin - Estagiária de JornalismoEdição: Arthur Salles - Assistente de Comunicação Acadêmica
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