Atleta da seleção brasileira conta como conheceu o rugby adaptado
Miriã Calistro – Estagiária Jornalismo
A realização das Olimpíadas no Brasil a partir da próxima semana vai reunir atletas na disputa de 42 modalidades Olímpicas. Serão 19 dias de competição em busca de medalhas, algumas delas em esportes que ainda não são tradição por aqui. É o caso do rugby, muitas vezes confundido com o tradicional futebol americano, é um jogo coletivo e de extremo contato físico, com diversas variações, como a competição em cadeiras de rodas.
No rugby adaptado existem algumas curiosidades, como o fato de que essa modalidade não é dividida por gênero, homens e mulheres jogam juntos na mesma equipe. Os jogos são realizados em quatro períodos de oito minutos, e cada time tem quatro atletas e oito jogadores reservas. O principal objetivo dessa categoria é passar da linha do gol com as duas rodas da cadeira e a bola nas mãos.
Enquanto alguns brasileiros ainda tentam entender o esporte e as principais diferenças entre as modalidades Olímpica e Paraolímpica, a atividade conquista novos adeptos. É o caso de Taina Santos, 24 anos, que começou a jogar rugby em 2011 e não parou mais. ‘’No primeiro dia fiquei completamente assustada, achei o esporte um pouco agressivo. Porém, o tempo foi passando e eu continuei frequentando os treinos. Acabei me envolvendo completamente com o esporte e quando percebi já estava realizando viagens com o time e até participando de campeonatos’’, relembra.
A rugbista conta que agora que iniciou o curso de Pedagogia na UNINTER, precisa conciliar a vida corrida de atleta com os estudos. ‘’Como eu treino três vezes por semana e estou estudando, preciso sempre conciliar meus horários. Mas eu estou muito contente por tudo o que está acontecendo. Com o rugby aprendi diversas coisas, como novas técnicas para me locomover com a cadeira e isso trouxe mais qualidade de vida e autonomia’’, comenta.
No início do ano, Tainá foi convocada para a seleção brasileira de rugby em cadeira de rodas. ‘’Em um dia de treino, um amigo me parabenizou por ter sido convocada para a seleção, e eu pensei que fosse brincadeira. Depois eu fui checar os meus e-mails, e descobri que realmente tinha sido convocada’’, diz.
Ela participou de dois treinos com a seleção no Rio de Janeiro. ‘’Eu fiquei feliz com a convocação e ao mesmo tempo preocupada, pois eu iria treinar com pessoas de outros times, que estavam acostumados com formas diferentes de jogar’’, explica.
Para a atleta, o esporte a ajudou a conhecer e melhorar sua interação com outras pessoas. ‘’Quando eu conheci o rugby, eu encontrei um lugar no qual em me sentia parte, e me sentia verdadeiramente aceita. Lá cada jogador é uma peça fundamental e que pode fazer falta para a equipe, por isso me sinto útil e importante para eles’’, finaliza.
Edição: Marjorie Gomes