Atitudes do presente podem construir as cidades do futuro

Autor: Gabriel Smaniotto - Estagiário de Jornalismo

As cidades e os grandes centros estão crescendo cada vez mais, e o processo de urbanização está elevando-se a cada dia. Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 60% da população reside nas cidades. O número pode aumentar para 68% até o ano de 2050, trazendo alguns problemas ao meio ambiente. Assim, surge a dúvida: como serão as cidades do futuro?

Com o grande número de pessoas vivendo no mesmo espaço, muitos problemas ambientais já são sentidos pela população, como enchentes, poluição do ar, da água e poluição sonora. “Hoje existe muita preocupação com a questão do meio ambiente, porque tem muita poluição e isso prejudica as pessoas, as deixando doentes”, explica a coordenadora de pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo da Uninter, Andressa Muñoz.

A falta de saneamento básico, por exemplo, afeta cerca de 100 milhões de brasileiros sem acesso a rede de esgoto. Aproximadamente 35 milhões de pessoas não têm acesso a água potável no Brasil. Além disso, outros dois aspectos são preocupantes e podem afetar a qualidade de vida das pessoas: a arquitetura e a mobilidade urbana.

Sem planejamento adequado, há risco de construções em locais inapropriados para moradia, ocorrendo desabamentos. Quando instalações elétricas são feitas de maneira errada, há o risco de incêndios. Até mesmo a falta de planejamento de onde instalar portas e janelas pode prejudicar a vida das pessoas. Pode faltar circulação de ar e entrada de luz, ocasionando mofos e outros problemas.

Na questão da mobilidade urbana, o trânsito e a falta de alternativas de transporte interferem negativamente na vida das pessoas. Carros ligados por muito tempo e parados nos congestionamentos geram milhares de gases danosos ao ar. A poluição sonora e a demora para chegar ao destino também são fatores prejudiciais para a vida humana.

Arquitetura sustentável

O setor da construção civil é responsável por mais de 60% da poluição no Brasil, sendo a área que mais polui em nosso país. Mas alternativas sustentáveis estão sendo implantadas para que esse número possa ser reduzido no futuro.

Um exemplo disso é a otimização do uso da matéria-prima, dando preferência à utilização de recursos de origem natural e captando esses recursos com fornecedores que possuam certificados de procedência. A compra desses materiais, na maioria das vezes, é feita com os fornecedores locais para evitar longas distâncias de transportes, reduzindo a emissão de gás carbônico.

O planejamento de uso e reuso de matéria-prima é feito previamente para que seja utilizado apenas o essencial, sendo julgada a necessidade da demanda. São feitas avaliações para o reaproveitamento e reciclagem dos materiais, como a água será utilizada e reaproveitada, buscando alternativas para evitar desperdício e seu reaproveitamento.

Os benefícios da arquitetura sustentável são muitos. A preservação do meio ambiente, a melhoria significativa na vida e saúde das pessoas, visto que essa modalidade de construção polui muito menos, trazendo mais saúde física e mental. Outro fator que contribui para a evolução da arquitetura sustentável é sua eficiência, evitando o desperdício de materiais e diminuindo o gasto com energia.

Mobilidade sustentável

Para garantir que as cidades do futuro sejam sustentáveis, as cidades do presente já estão tomando providências para que isso se realize. Exemplo de mobilidade urbana desde a década de 1970, Curitiba segue inovando.

Apenas neste ano, o prefeito Rafael Greca anunciou a compra de 70 ônibus elétricos para a capital do Paraná, além da instalação de painéis solares flexíveis nas estações-tubo. Essas ações fazem parte do Plano de Ação Climática (PlanClima) para melhorar a qualidade de vida dos curitibanos.

No Brasil, os carros elétricos estão sendo cada vez mais realidade. O que ainda impede a população de menor renda ter acesso é justamente seu preço elevado, mas nos últimos dois anos marcas novas chegaram ao território nacional e estão trazendo veículos com valores mais acessíveis

“A questão dos automóveis tem avançado bastante. Os carros elétricos que surgiram, a princípio, eram inacessíveis financeiramente. Ainda não é algo para a nossa realidade, mas tem aumentado e melhorado o acesso”, explicou Andressa.

Na Europa, medidas mais severas estão sendo tomadas. A União Europeia determinou que, a partir de 2035, todos os carros produzidos sejam livres de emissão de CO2. Mas isso não significa que os carros serão necessariamente elétricos; carros que utilizam combustíveis sintéticos ainda poderão ser produzidos.

O assunto foi discutido no programa Negócios e Tendências, da Rádio Uninter, em 29 de setembro de 2023. Apresentado pelo coordenador de cursos de pós-graduação da Uninter Ricieri Garbelini, o programa pode ser conferido na íntegra neste link.

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Autor: Gabriel Smaniotto - Estagiário de Jornalismo
Créditos do Fotógrafo: Pexels e reprodução do Youtube


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