As quatro saúdes do ser humano: física, mental, social e espiritual
Autor: Daniela Mascarenhos - Estagiária de JornalismoO que é saúde? Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), é o estado de completo bem-estar físico, mental e social. Não apenas a mera ausência de doença ou enfermidade. Por isso, a Semana Pedagógica 2022 da Uninter, realizada entre 31 de janeiro e 4 de fevereiro, escolheu como tema Você na essência – saúde física, mental, social e espiritual.
A transmissão com esse tema foi realizada no dia 1º de fevereiro e contou com a abertura do professor Cristiano Caveião, diretor da Escola Superior de Saúde, Biociências, Meio Ambiente e Humanidades da Uninter, e palestra da professora e psicóloga Giovanna Medina.
Segundo Giovanna, nós somos um todo muito complexo. “Quando eu trago esse conceito, eu falo de um acontecimento pós-moderno. Onde nós, seres humanos, entendemos que para estarmos bem na nossa integralidade, é preciso dar lugar para as emoções”, explica.
Ao olhar para o próprio corpo, quando temos uma enxaqueca ou uma dor em alguma parte, o que isso pode estar querendo nos dizer? Será que se trata apenas de algo fisiológico? “Uma criança pequena, por exemplo, tem febre ao se distanciar dos pais quando vai para a escola. Ou seja, um sintoma físico decorrente de uma experiência emocional”.
Inteligência emocional
De acordo com a professora, um termo muito errado que já deveria ser substituído, é o “controlar as emoções”. “Não se pode ter controle da velocidade com que o cérebro processa uma informação, é algo que ocorre em nanosegundos, o que podemos fazer é ter conhecimento do nosso emocional. Analisar a situação, o que estamos sentindo e decidir como vamos nos comportar”, diz.
Nós temos o péssimo costume de tratar emoções com racionalidade, quando, na verdade, são campos opostos. “É comum as pessoas dizerem que o oposto do medo é a coragem. Muito pelo contrário, é o conhecimento”, afirma. Segundo ela, quanto mais aquilo for aprofundado, quanto mais você destrinchar aquela situação, maior vai ser o seu autoconhecimento. A partir disso, o medo passa a diminuir gradativamente.
“Quando separavam mente e corpo dos sentimentos, queriam tratar o homem como máquina. Mas isso não é possível. Somos seres humanos, aprendemos a ser no mundo. Nós sentimos, vivemos e passamos conhecimento”, explica Giovanna.
Um ponto importante para esse processo é entender que quem nós somos depende de com quem nos relacionamos. “Se somos quem somos hoje, é pelas relações familiares, pelas heranças culturais, é por reconhecermos nosso espaço dentro de um grupo”, explica. Para a professora, quando nós nos relacionamos, estamos também evoluindo e, consequentemente, mudando.
“O humano é um ser social, ele não nasceu para viver isolado. Se ele se isola, ele para de evoluir”, diz. Nossa saúde social parte dessa característica do ser humano, de interagir constantemente com o outro. A socialização interfere diretamente no campo emocional, ou seja, até mesmo as relações com outras pessoas atingem nosso íntimo.
A grande chave para os relacionamentos é nos fazermos mais humanos. “Quando você se fecha e se mostra forte ou sem a necessidade de interações, as pessoas tendem a se afastar. Mas, quando se compadece, demonstra humildade ou até mesmo compartilha de um mesmo sentimento, você permite que se aproximem”, explica Giovanna.
A saúde em todos os campos
Segundo a professora, uma grande preocupação para os profissionais dessa área tem sido o isolamento por causa da pandemia. “Ficar isolado é um grande risco para a saúde mental. Nós somos de toque, de abraço, e precisamos disso”. O simples ato de abraçar libera ocitocina, hormônio que exerce importantes funções no organismo e nas sensações de prazer e afeto. Por isso, é conhecido como “hormônio do amor”.
Os níveis de ocitocina tendem a ser maiores durante experiências ligadas ao convívio social, segundo a Associação Americana de Psicologia. O hormônio influencia o nosso comportamento nas interações sociais, como o modo de agir, o reconhecimento, o apego, a empatia. Parte do ponto físico para o social e, posteriormente, o mental.
Todos nós temos campos que afetam o nosso ser em seu todo. “O sentido da nossa vida, o como vamos lidar com o estresse, depende do quanto reconhecemos a nossa existência”, explica. Desde bebês desenvolvemos as percepções de como nossas atitudes afetam o outro. É a partir disso que aprendemos a criar relações profundas e criamos, também, nosso sentido da vida, ou seja, o nosso eu espiritual.
É nesse momento que entra o sentido da escolha. A espiritualidade é um tema muito debatido, embora seja certo de que não existe uma única verdade. “Se aquela determinada crença traz bem-estar, paz e coisas boas para uma pessoa, que bom. Quem somos nós para julgar o certo e o errado?”, explica Giovanna. Para ela, o espiritual muitas vezes é responsável por dar energia para as pessoas, seja para levantar da cama ou seguir em frente depois de uma situação difícil.
Dessa forma, fica claro que todos os campos se conectam integralmente. Nosso corpo é feito de pontos que trabalham em conjunto, por isso, é necessário o autoconhecimento. “O ser, na nossa essência, é poder (e dever) cuidar de nós como um todo. Cuidar da nossa mente, da nossa espiritualidade e crenças, dos nossos relacionamentos e do nosso corpo físico de forma conjunta”, conclui.
Ser Uninter na Essência foi o tema escolhido para o evento realizado pela Escola de Polos. As palestras foram transmitidas ao vivo pelo canal do Univirtus e aconteceram entre os dias 31 de janeiro e 4 de fevereiro de 2022. O evento está disponível no AVA Univirtus, na aba “Ao Vivo – Anteriores”.
Autor: Daniela Mascarenhos - Estagiária de JornalismoEdição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Reprodução
Gostei muito dessa explanação muito humanizada Detalha bem a nossa integração como mundo , a natureza animal e o cosmos espiritual. Parabéns Giovana
Parabéns Giovana,tem profundidade e conectividade no que você diz.
gostei do curso