As ferramentas digitais que impulsionam o mercado financeiro

Autor: Leonardo Tulio Rodrigues - estagiário de jornalismo

Na forma de cédulas, moedas ou sinais eletrônicos, o dinheiro é o meio usado por centenas de nações para troca de bens e serviços. Na concepção de historiadores e antropólogos, o dinheiro é antes de qualquer coisa uma ideia, uma instituição social que toma diferentes formas em diferentes momentos da história humana.

As economias modernas e capitalistas são, em sua essência, monetárias. Todo o conjunto das relações sociais é mediado pelo dinheiro. Esse importante “personagem” da vida cotidiana se apresenta das mais diversas formas no mundo em que vivemos. Além de bens e serviços, ele medeia a obtenção de trabalho, as decisões das famílias e de pequenas ou grandes empresas.

Entretanto, as novas tecnologias vêm alterando cada vez mais o modo como compreendemos o mundo financeiro e lidamos com nosso dinheiro.  A dinâmica dessas tecnologias impacta de maneira tão expressiva a nossa sociedade ao ponto de nos perguntarmos “O que é esse dinheiro que estou utilizando? Como esse processo funciona? É realmente seguro?”

Para responder essas perguntas, o economista e coordenador do curso de Gestão Financeira da Uninter, Daniel Weigert Cavagnari, nos ajuda a entender um pouco mais sobre o novo mercado financeiro e sua mais diversas funcionalidades.

Criptomoedas

Tendência no mercado mundial, as criptomoedas são na verdade “ativos descentralizados”, ou seja, nenhum órgão de governo ou país tem como controlar sua emissão e negociação.

Segundo Daniel Weigert, as criptomoedas não são comumente utilizadas para comprar produtos e serviços de maneira direta, pois são na verdade reconhecidas como bens e não como dinheiro.

“A volatilidade dessa moeda é tão grande que ninguém se arrisca a usá-la como forma de pagamento”, aponta Daniel.

Para compreender melhor essa lógica, ele fez um comparativo com o dólar: a moeda norte americana não pode ser utilizada diretamente em território brasileiro, pois ela  é considerado uma mercadoria que deve ser negociada e transformada em valores monetários locais.

Blockchain

Presente nos mais diversos processos financeiros, o blockchain é uma tecnologia que armazena periodicamente informações de transações em lotes, chamados blocos. Em seu funcionamento, ativos recebem uma impressão digital chamada hash e interligados em um conjunto em ordem cronológica, formando uma linha contínua de bloco.

Daniel conta que o blockchain é considerado por especialistas como a inovação tecnológica mais importante desde a criação da internet. No entanto, casos de roubos cibernéticos vêm chamando a atenção no mundo inteiro.

O mais recente foi o caso ocorrido na empresa de criptomoedas norte-americana Nomad, que sofreu um roubo de 190 milhões de dólares no dia 2 de agosto. Apesar disso, Daniel afirma que o blockchain é o modo mais seguro de movimentar dados, mas é preciso ter ciência de quais empresas estão por trás do procedimento e de quão seguro é o serviço. “Temos que nos assegurar da credibilidade da empresa. Afinal, você vai entregar dinheiro de verdade a eles, que vão te devolver em um código, um ativo digital”, pontua.

NFT

Popularizado por meio da mídia ao noticiarem a compra de obras artísticas ao redor do mundo, o NFT foge ainda mais da compreensão comum. Criada por Greg Solano e Wylie Aronow, a sigla se refere a “Tokens não-intercambiáveis”

Trata-se do registro digital da posse de determinado bem, seja ele real ou virtual. Esse registro de determinado produto em NFT vale exatamente o mesmo valor que o produto real, diferente do que acontece em outros mercados. “Atualmente, ele é tão reconhecido quanto as criptomoedas”, garante Daniel.

Real digital?

Em meio às diversas inovações na forma de usar o dinheiro, o projeto de criação do Real digital, por parte do governo federal brasileiro, vem chamando muita atenção. Se diferenciando em relação as criptomoedas, o Real Digital será um novo modo de utilizar a moeda brasileira.

De acordo com o Banco Central do Brasil (BC), O projeto é tratado como a principal aposta para habilitar a moeda nacional em funcionalidades de finanças descentralizadas, Web 3 e demais aspectos da economia digital.

“Enquanto a maioria das nações estuda o uso de um CBDC para pagamentos mais rápidos, no Brasil, o PIX já exerce esta função. O BC vai além com o Real Digital e quer tornar a moeda nacional o principal meio de pagamento da economia digital”, destaca o diretor do Banco Central do Brasil, Fabio Araújo, em declaração.

O mercado financeiro digital e as novas ferramentas monetárias foram o tema do “Programa F5!”, produzido pela Escola Superior de Gestão Pública, Política, Jurídica e Segurança da Uninter.

Mediado pelo professor Guilherme Lemermeier Rodrigues, o programa exibido no dia 17 de junho recebeu o economista Daniel Weigert Cavagnari para conversar sobre as novas formas de se compreender o mercado financeiro mundial.

Assista ao Programa F5! Na integra pelo canal de Youtube da Escola Superior de Gestão Pública, Política, Jurídica e Segurança da Uninter.

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Autor: Leonardo Tulio Rodrigues - estagiário de jornalismo
Edição: Larissa Drabeski


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