As dores de quem é portador da fibromialgia

Autor: Leonardo Tulio Rodrigues - estagiário de jornalismo

Cerca de 6 milhões de brasileiros convivem com dores intensas e outros sintomas causados pela fibromialgia, segundo dados da Sociedade Brasileira de Estudos para a Dor. De acordo com a entidade, a doença é mais recorrente em mulheres na faixa entre 25 e 50 anos, que correspondem a pelo menos 70% dos casos diagnosticados.

Caracterizada como uma síndrome clínica não hereditária, a fibromialgia se manifesta com dor em todo o corpo. Além da dor, a síndrome desperta sintomas como fadiga, alterações intestinais, alterações de memória e atenção, ansiedade e depressão.

A coordenadora do curso de Fisioterapia da Uninter, Fernanda Cercal, explica que, como muitas das doenças reumatológicas, a fibromialgia não tem suas causas esclarecidos. O diagnóstico da fibromialgia é essencialmente clínico, pela história e exame físico, e após serem excluídas outras causas para a dor e demais sintomas.

“Quando o paciente procura atendimento, não é detectada nenhuma inflamação, deixando evidente que se trata de uma síndrome sem diagnóstico clínico. É um diagnóstico feito por exclusão”, afirma Fernanda.

O portador da síndrome possui maior sensibilidade à dor e isso tem relação com o centro de dor no sistema nervoso. Nervos, medula e cérebro fazem com que qualquer estímulo doloroso seja mais intenso. Com isso, o indivíduo apresenta dores por mais de três meses, além de sensibilidade aumentada em qualquer parte do corpo.

Normalmente, anti-inflamatórios e analgésicos auxiliam no controle da dor. O uso de antidepressivos e ansiolíticos pode ser necessário se o profissional psiquiatra avaliar irregularidade no padrão do sono do paciente. Mas, vale ressaltar, sempre converse com seu médico de confiança para definir qual é o melhor medicamento para o seu caso.

Fernanda explica que a síndrome dificulta ao paciente realizar diversas tarefas simples do dia a dia, como se locomover pela casa e fazer atividades domésticas. “Imagine o impacto que essa dor crônica vai causar na vida de uma pessoa”, comenta.

Para auxiliar o paciente, a fisioterapia busca tratar a fibromialgia com uma abordagem não medicamentosa. “É uma atividade física que traga benefícios de oxigenação celular para o paciente. São atividades mais leves, voltadas ao quadro de cada indivíduo”, diz Fernanda.

Estudos e avanços

Com os avanços da medicina, muitos estudos são desenvolvidos para sanarem as dúvidas quanto às causas de doenças e síndromes muito presentes na sociedade.

No caso da fibromialgia, existem várias teorias sobre o surgimento da síndrome. Fernanda Cercal conta que, anteriormente, achava-se que era um processo inflamatório do tecido conjuntivos que permeia músculos, tendões e ligamentos.

Ela afirma que hoje já existem estudos que apontam uma relação entre a síndrome e o funcionamento biológico das mitocôndrias, a organela celular responsável pela respiração celular. Entretanto, a Sociedade Brasileira de Reumatologia, responsável pela área, ainda não reconhece tais estudos como conclusivos.

Na visão da fisioterapeuta, ainda hoje existe um certo preconceito quanto a essa doença. “Muitas pensam que os sintomas são de caráter psicológico ou que se trata de uma pessoa preguiçosa, e não é o caso”, ressalta.

O objetivo profissional de Fernanda é desenvolver estudos e equipamentos para tornar o diagnóstico da fibromialgia mais dinâmico e objetivo. Ela foi a convidada do programa “Saúde em Foco”, exibido pela Rádio Uninter em 12 de julho.

Comandado pelo jornalista Evandro Tosin, o programa buscou esclarecer todos os mistérios e dúvidas acerca da fibromialgia, a síndrome que afeta milhões de brasileiros.

Assista o programa “Saúde em Foco” no canal de Youtube da Rádio Uninter.

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Autor: Leonardo Tulio Rodrigues - estagiário de jornalismo
Edição: Larissa Drabeski


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