As diferentes nuances de organizações que impactam a sociedade

Autor: * Rosemary Domingues Suzuki

No universo das organizações que impactam a sociedade, três modelos se destacam: Organizações da Sociedade Civil (OSCs), cooperativas e empresas do setor 2.5. Apesar de compartilharem o objetivo de gerar benefícios para seus stakeholders, cada uma possui características e naturezas distintas, especialmente quando se trata da questão do lucro.

As OSCs, também conhecidas como Organizações Não Governamentais (ONGs), são entidades sem fins lucrativos que dedicam suas ações ao bem-estar social, ambiental ou cultural. Seu objetivo central não é gerar lucro, mas sim promover o desenvolvimento da comunidade e a resolução de problemas sociais.

Embora não busquem lucro, as OSCs podem gerar receitas através de diversas fontes, como doações, parcerias com empresas, prestação de serviços e venda de produtos. Esses recursos são utilizados exclusivamente para a manutenção da organização e a execução de seus projetos sociais.

Eventualmente, uma OSC pode apresentar superávit, que se refere à diferença positiva entre as receitas e as despesas. Esse valor, por sua vez, não pode ser distribuído entre membros ou colaboradores. Ao invés disso, é integralmente reinvestido na própria organização, fortalecendo sua capacidade de promover impacto social positivo.

As cooperativas se caracterizam pela união de pessoas em busca de um objetivo comum, seja ele a produção de bens e serviços, a compra em conjunto de insumos ou a prestação de serviços financeiros. A busca pelo lucro está presente, mas com um diferencial: os resultados são revertidos para os próprios cooperados, na forma de dividendos ou outros benefícios.

As empresas do setor 2,5 apresentam de forma clara o propósito social ou ambiental em seu modelo de negócio, demonstram interesse e capacidade de mensurar impacto e articular com outros atores sociais e comunidades. Distinguem-se por assumir a solução de problemas sociais e/ou ambientais como alicerce de seus modelos de negócios. Ou seja, não apenas buscam o lucro, mas também se comprometem com a geração de impacto social positivo em suas atividades.

O lucro nas empresas do setor 2,5 não é um fim em si, mas sim um meio para alcançar objetivos sociais e ambientais. Parte dos lucros é reinvestida em ações de impacto social, enquanto outra parte é destinada à remuneração dos acionistas e ao crescimento da empresa.

Assim, OSCs, cooperativas e empresas do setor 2,5, apesar de suas diferenças em relação à natureza jurídica e à busca pelo lucro, convergem em um ponto fundamental: o compromisso com o desenvolvimento social e a construção de um futuro mais justo e sustentável. A escolha do modelo ideal depende dos objetivos específicos da organização e do impacto que ela deseja gerar na sociedade.

Compreender as nuances de cada modelo é crucial para que gestores, stakeholders e a sociedade em geral possam tomar decisões conscientes sobre o apoio e o engajamento com essas entidades.

* Rosemary Domingues Suzuki é gerente de Projetos Sociais no IBGPEX, do Grupo Uninter, e especialista em gestão de projetos sociais, com pós-graduações em gestão internacional, gestão da qualidade, educação superior e ESG.

Incorporar HTML não disponível.
Autor: * Rosemary Domingues Suzuki


Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *