Artesanato é mais que pintar pano de prato
Em dez anos, o Instituto IBGPEX, braço socioambiental do Grupo Uninter, já atendeu a mais de 400 pessoas apenas no projeto Fazendo Renda, que as auxilia na capacitação e estimula a profissionalização antes de ingressar no mercado de trabalho. As mulheres são maioria nessas atividades e, juntas, elas contribuem para quebrar o preconceito de quem acha que elas se reúnem apenas para pintar panos de prato.
Segundo a gerente de projetos do Instituto, Adenir Fonseca, as artesãs atendidas no projeto passam por capacitações que as ensinam desde a trabalhar com material reciclado, onde procurar esse material (alfaiatarias, lojas e outros), até como fazer roupas, bolsas e muito mais. Além disso, o projeto possibilita que os alunos da instituição desenvolvam outras habilidades.
“Nós já tivemos uma turma de contabilidade que fez um trabalho de como fazer um livro caixa. Certa vez o professor Elizeu Barroso Alves [do curso de Administração da Uninter] foi explicar como se trabalha o marketing pessoal, e já tivemos também uma capacitação de informática. Então, desde o primeiro momento a gente investe muito para que elas se profissionalizem”, relata Adenir.
O projeto Fazendo Renda é tão importante que tem a certificação de Tecnologia Social do Banco do Brasil. Esse certificado é concedido quando se entende que a iniciativa abrange requisitos como envolver economia e sustentabilidade, ser um resgate cultural, além de poder ser replicável em qualquer outra realidade. Porém, mesmo com essas qualidades, as atividades relacionadas ao artesanato sofrem com a desvalorização.
Para valorizar o artesão
“No exterior o artesanato é bem aceito. Grupos que conseguem entrar na exportação têm outro tipo de rendimento. No Brasil, tem a questão da baixa valorização, o artesão tem grande dificuldade de achar quanto vale o produto dele. Por isso essas aulas são bem importantes. Às vezes, quando chega na hora da venda, se a pessoa fala que é trinta reais o produto e pedem para deixar por vinte, o artesão deixa. É uma coisa imediata”, diz a coordenadora de Projetos Sociais do IBGPEX, Elizabeth Bernardi.
Para debater melhor sobre o assunto, no final do mês de abril o Instituto participou da 2ª Conferência Municipal de Economia Popular Solidária de Curitiba. O evento foi realizado pelo Conselho Municipal de Economia Popular Solidária de Curitiba (CMEPS) em conjunto com a Fundação de Ação Social (FAS). A atividade aconteceu no campus Garcez da Uninter, em Curitiba, e a abertura ficou por conta da professora Adenir Fonseca e do vice-reitor da instituição, Jorge Bernardi. O IBGPEX participou do evento expondo produtos produzidos pelas artesãs do Projeto Fazendo Renda.
“A economia solidária é uma temática (movimento) internacional, ela se refere a pequenos empreendimentos que compartilham a forma de fazer o produto a venda e comercialização do produto, então entra muito na questão do mercado informal. Ela tem uma importância muito grande porque ela combate a exploração do trabalho e investe na questão do uso consciente dos recursos naturais”, explica Adenir.
A gerente de projetos do IBGPEX acredita que assuntos relacionados à produção própria devem ser trabalhados frequentemente, pois não se trata apenas de produzi-los, mas também de como vender e para que servem. “O produto tem que ter qualidade final e usabilidade. Houve uma época que artesanato era só um pano de prato pintado com uma maçã, mas o artesanato tem que evoluir também nas suas próprias tecnologias, porque se o artesão faz isso, vai para área de mercado, vende e é valorizado”, conclui Adenir.
Autor: Talita Santos – Estagiária de JornalismoEdição: Mauri König
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