Apura Verdade debate o PL das Fake News

Autor: Nicole Thessing - da Agência Mediação

A segunda temporada do Apura Verdade estreou trazendo conversas sobre como a desinformação afeta diversas áreas do conhecimento. O tema debatido no primeiro episódio foi a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet, conhecida como PL das Fake News. 

Para este programa, foram convidados os jornalistas Marden Machado e Rogério Galindo. Machado é Secretário de Comunicação Social do TRE Paraná e atuou como voluntário da Organização das Nações Unidas (ONU) em três missões eleitorais internacionais: Camboja (1993), Moçambique (1994) e Timor Leste (1999).

Rogério Galindo é jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), fundador do Jornal Plural e responsável pelo Blog Caixa Zero. Ganhador do Prêmio Esso, Categoria Regional Sul, em 2013, pela série de reportagens Crime Sem Castigo. Mestrando em Filosofia na UFPR.

Machado pontua que o fenômeno das fake news não é exclusivo do Brasil e que a onda de desinformação toma força próximo ao período eleitoral. Explica, ainda, que esse processo se sustenta em um tripé que começa por desacreditar a mídia profissional, “para que as pessoas, ou pelo menos boa parte das pessoas, não aceitem mais, ou não acreditem mais, ou questionem continuamente as notícias que são dadas, que normalmente são notícias que não são favoráveis a certos grupos”. O segundo passo é o ataque às instituições e, por fim, o ataque ao sistema eleitoral do país, visando provocar uma desestabilização.

Para Galindo, com o surgimento das redes sociais digitais, “as pessoas ganharam voz, ganharam um jeito de se comunicar independente dessa grande mídia”. Ele defende que haja uma regulação neste ambiente digital para combater a desinformação. “A imprensa”, lembra ele, “sempre foi regulada, sempre teve parâmetros legais de atuação. É preciso criar parâmetros legais para esse pessoal também”, avalia.

 A disseminação de conteúdos falsos também pode representar prejuízos à democracia, como explica Machado: “O risco é de justamente criar uma ‘realidade’ que não condiz com a realidade, de manter um grau de desconfiança, de negação generalizada, de ação contrária ao que é feito nas diferentes instâncias de poder do país, ou nos diferentes poderes do país”, pontua.

 “Tem gente que aproveita a criação dessa realidade paralela ou até fomenta a criação dessa realidade paralela para a partir daí tentar solapar a própria democracia”, complementa Galindo, que exemplifica: “Dizer que a nossa democracia é injusta ou é mentirosa ou é uma fraude, que as urnas não funcionam e que a eleição, portanto, não é válida e extrair disso uma conclusão muito perigosa de ‘cancelar’ essa democracia e criar uma outra coisa”.

O uso de campanhas de desinformação não é desinteressado. Pelo contrário, ajuda determinados grupos a atingirem seus objetivos, muitas vezes antidemocráticos. “Para que eles possam dizer que ‘tudo isso não funciona. Venha comigo porque eu tenho a solução’. Qual é a solução? É colocar eles no poder perpetuamente sem contestação”, finaliza Galindo.

Confira o programa completo aqui.

O projeto

O programa Apura Verdade é um projeto do grupo de pesquisa Novas Práticas em Jornalismo: Inovações no Ensino para o Combate à Desinformação. Orientado pelas professoras Karine Vieira e Monica Fort, traz entrevistas com jornalistas e pesquisadores que trabalham no enfrentamento da desinformação.

A finalidade é falar sobre as práticas desenvolvidas nesse processo e entender o contexto do atual trabalho jornalístico. A segunda temporada do programa busca trazer conversas sobre como a desinformação afeta a sociedade em diversas áreas do conhecimento.

As edições

O programa está disponível no YouTube, Spotify e você também pode acompanhar pelas redes sociais, no Facebook, Instagram e Twitter.

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Autor: Nicole Thessing - da Agência Mediação
Créditos do Fotógrafo: Reprodução


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