Anunciados vencedores de concurso nacional de poesia

Autor: Arthur Salles - Assistente de Comunicação Acadêmica

O 1º Concurso de Poesia da Faculdade de Direito da UFPR (Universidade Federal do Paraná) anunciou seus vencedores na última sexta-feira (15/10). O evento, realizado entre estudantes dos cursos de Relações Internacionais da Uninter e de Direito da UFPR e da PUC-PR, abriu espaço para que alunos de cursos superiores de todo o país abordassem a temática de direitos humanos em versos e rimas.

O certame foi dividido em duas categorias: nacional e regional (que abrange a capital paranaense e sua região metropolitana). Os três primeiros lugares da disputa receberão como prêmio o livro O direito internacional humanitário, de Leonardo Estrela Borges, e um certificado de participação.

Já na categoria regional, as quatro primeiras posições irão receber atestado de participação e uma homenagem no salão nobre da faculdade de Direito da UFPR. A cerimônia está prevista para ocorrer até março do ano que vem, dependendo da situação do coronavírus e da retomada das atividades na instituição. A celebração também vai destacar 11 menções honrosas locais, atestando a participação de trabalhos notáveis e com apresentação de danças, músicas e declamações.

“Confesso que fiquei com muito orgulho da qualidade dos textos”, comenta José Almir da Luz Junior, organizador do concurso e discente de Relações Internacionais da Uninter e de Direito da UFPR. “O sentimento é indescritível, uma alegria por ter despertado o lado criativo dessas pessoas”.

A sensibilidade no tratamento do tema foi um dos destaques das participações, segundo o realizador. A banca julgadora, formada por alunos dos cursos e das três instituições, priorizou a criatividade dos inscritos em usar todos os recursos que a poesia permite. Diferentes estruturas, como haikai, trova, soneto e poema concretista, puderam ser apreciadas nos 160 textos submetidos.

Ody “Dmitri” Marcos Churkin, do curso de Pedagogia da Uninter e egresso de um mestrado e duas pós-graduações do centro universitário, conquistou um lugar entre as menções honrosas com a poesia Esperança, por onde andas?. O pesquisador vê com necessidade a escrita poética em seus textos científicos e acadêmicos, dedicando-se aos versos na internet e agora no concurso.

“A poesia é uma paixão, uma inquietação em incluir uma linguagem poética em minhas obras, pois aproxima, acolhe e promove a ludicidade do leitor”, afirma o professor, que adota o nome russo em homenagem ao falecido avô, originário de Moscou, e à literatura de Tolstói, Dostoiévski e tantos outros.

Obra-me ou te devoram

A primeira colocação da divisão nacional ficou com Matheus Presotto e Silva e sua composição Dir-te-ei, Humano. O advogado e pesquisador da área de direitos humanos, hoje cursando Teologia na Faculdade Metropolitana do Estado de São Paulo, fez da ocasião a sua primeira participação em concursos de escrita. As conexões entre diferentes áreas de estudo e o apreço pela literatura foram as maiores inspirações para sua poesia.

“Descrevi todas as características dos direitos humanos, utilizando da estrutura poética de texto, e ao final fiz referência expressa à esfinge”, relata o vencedor sobre a construção de seu enigma literário.

O absurdo possui muitas vestes

Francisco Miorando Castanho, aluno de Direito da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões, alcançou a segunda posição nacional com o texto Aos clamores do meu nome. Ávido leitor de poesias, esta foi sua publicação de estreia na idade adulta. O resultado, divulgado no dia anterior ao exame da Ordem dos Advogados do Brasil, o ajudou a tranquilizar-se para a prova e serviu de estímulo a novas escritas e futuros desafios.

“Os direitos humanos possuem um atrativo histórico, jurídico e filosófico que sempre despertaram interesse em mim”, conta, sem deixar de lado inspirações de Sófocles a Eduardo Galeano. “Além disso, em seu conteúdo é possível encontrar uma fonte para entender o momento de obscuridade que vivemos. Em outras palavras, entender, estudar e escrever sobre direitos humanos é combater a barbárie”.

Direito algum, mas também todos meus sonhos

O primeiro lugar da categoria regional premiou Gabriela Wilxenski Rodrigues e seu concretismo o que cabe em uma caixa. A graduanda em Direito na UFPR fez do interesse pela temática e pela poesia a forma de exercitar o conhecimento acerca do assunto.

“Eu já tinha lido relatos bibliográficos e outros textos sobre [direitos humanos], mas normalmente em relato pessoal, de alguém contando como foi a sua violação de direitos humanos e de como sofreram naquela perspectiva. Eu produzir uma coisa sobre isso, ainda que não fosse um relato pessoal, me fez ter que pensar fora da caixa”, diz, com um pequeno trocadilho.

Classificação nacional

1º lugar – Matheus Presotto e Silva – curso de Teologia da Faculdade Metropolitana do Estado de São Paulo.

Poesia: Dir-te-ei, Humano

2º lugar – Francisco Miorando Castanho – curso de Direito da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (Campus Erechim).

Poesia:  Aos clamores do meu nome

3º lugar – Gabriela Lages Veloso – curso de Letras da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA)

Poesia: Liberdade

Menções honrosas

José Maria Mendes – curso de Filosofia da Universidade Federal do Ceará

Poesia: (o autor submeteu o poema sem título)

Rafaela Oliveira Haygertt – curso de Filosofia da UERGS.

Poesia: Mil terras

Jonald Nascimento Melo – curso de Direito da Universidade Tiradentes

Poesia: Brasil em prantos

 

Classificação regional

1º lugar – Gabriela Wilxenski Rodrigues – curso de Direito UFPR

Poesia: O que cabe em uma caixa

2º lugar – Gustavo Ferreira de Souza Dutra – curso de Direito UFPR

Poesia: Artigos de luto

3º lugar – Tatiany Ribas – curso de Terapia Ocupacional UFPR

Poesia: (a autora submeteu o poema sem título)

4º lugar – Leonardo José Zanotti – curso de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas UFPR

Poesia: O direito de colorir uma vida sem cor

Menções honrosas

Anderson Mateus dos Santos – curso de Psicologia da PUC-PR

Poesia: Grito brasileiro

Robert Thadeus Tomal – curso de Direito UFPR

Poesia: Fria capoeira

Gianluca Nicochelli – curso de Direito UFPR

Poesia: Poesia anti-corpos

Juliana Tiemi David – curso de Engenharia Mecânica UFPR.

Poesia: O Rio e o Vilarejo

Marina Jenisch – curso de Direito UFPR

Poesia: Delírios Humanos

João Otávio de Oliveira Nogueira – curso de Linguagem e Comunicação UFPR Litoral

Poesia: (o autor submeteu o poema sem título)

Felipe Oliveira Fernandes de Souza – curso de Medicina UFPR

Poesia: A bandeira que a bandeira levantaria

Ody Dmitri Churkin – curso de Pedagogia Uninter

Poesia: Esperança onde andas?

Thiago Rodrigues da Silva – curso de Direito UFPR

Poesia: Diálogo do Mundo das Sombras

Lucas de Araújo Vieira – curso de Direito UFPR

Poesia: Humano, Demasiado Desumano

Renan Fernando de França – curso de Letras UFPR

Poesia: “Seculismo XXI – Década de 20”

Toda a classificação, além de outras informações, podem ser conferidas na página oficial do concurso no Instagram.

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Autor: Arthur Salles - Assistente de Comunicação Acadêmica
Edição: Mauri König
Créditos do Fotógrafo: Pexels


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