Ano de descobertas do telescópio James Webb

Autor: *Daniel Guimarães Tedesco

James Webb space telescope in deep space research far galaxies. JWST and gaalxy. Space observatory. Sci-fi collage. Elements of this image furnished by NASA (url: https://www.nasa.gov/sites/default/files/styles/full_width_feature/public/thumbnails/image/755409main_webb.jpg)

Você que acompanha séries nos serviços de streaming deve sofrer quando maratona uma temporada e fica torcendo para virem logo outros episódios. Desse mal não sofremos na Astronomia, pois com o Telescópio Espacial James Webb da Agência Espacial Americana (NASA) funcionando, temos todo dia um episódio novo revelado. Pode ser que ao final da leitura desse texto esteja saindo algo novo e revolucionário. 

Já se passou um ano desde que o poderoso Telescópio Espacial James Webb revelou sua primeira foto histórica do universo, impressionando cientistas ao redor do mundo com seus detalhes imensos. O James Webb começou sua jornada em órbita no final de 2021, já de início presenteando o mundo com suas primeiras imagens em julho de 2022. Como todo bom político, com uma obra que começou com o projeto em 1996, o presidente Joe Biden apresentou as imagens que já eram impressionantes, melhorando e muito as observações anteriores do telescópio Hubble. E esse era apenas o começo de algo grandioso! Abaixo uma lista com algumas das contribuições, neste ano, de James Webb: 

Buraco negro supermassivo mais distante e ativo: A descoberta do buraco negro supermassivo mais distante e ativo, até o momento, e está escondido no centro da galáxia CEERS 1019, que existia apenas 570 milhões de anos, após o Big Bang. O buraco negro tem uma massa de cerca de nove milhões de vezes a massa solar e é considerado incomumente pequeno, devido à sua formação no início do universo.  

Primeiro exoplaneta de Webb: Em 11 de janeiro de 2023, a NASA relatou a descoberta do primeiro exoplaneta de Webb, o LHS 475 b, localizado a 41 anos-luz da Terra. O espectro de transmissão de Webb revelou que se trata de um planeta terrestre do tamanho da Terra. O telescópio de alta sensibilidade detectou uma variedade de moléculas na atmosfera, mas os cientistas não conseguiram determinar se o exoplaneta possui uma atmosfera ou não.  

As primeiras moléculas orgânicas complexas: a descoberta de compostos químicos complexos em uma galáxia a 12 bilhões de anos-luz da Terra. A galáxia SPT0418-47 se formou quando o universo tinha apenas 1,5 bilhão de anos (menos de 10% da sua idade atual). O Webb identificou a presença de moléculas conhecidas como hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HAP). Apesar das moléculas orgânicas serem difíceis de observar pois ficam “mascaradas” pela poeira cósmica, a visão infravermelha do Webb e sua abordagem de lente gravitacional permitiram ao telescópio coletar esse conjunto único de dados. 

Novas imagens de Saturno: O instrumento Near Infrared Spectrograph (NIRSpec) do telescópio registrou o planeta anelado, revelando algumas das luas do planeta, incluindo Dione, Encélado e Tétis.  

Estrelas Wolf-Rayet raras a 15.000 anos-luz de distância: Uma das primeiras observações feitas pelo telescópio da NASA, em junho de 2022, foi de uma estrela Wolf-Rayet. Em uma fase avançada de evolução estelar, as estrelas Wolf-Rayet perdem massa em uma taxa rápida. No entanto, nem todas as estrelas passam por uma curta fase Wolf-Rayet antes de explodirem, tornando-as difíceis de detectar e estudar. A tecnologia de infravermelho próximo do Webb conseguiu capturar a estrela WR 124, localizada na constelação de Sagitta, a cerca de 15.000 anos-luz de distância. Dentro do modelo, existe a ideia de que essas estrelas que estão a ponto de morrer provavelmente forneceram ao universo jovem elementos pesados que, em última análise, levaram à formação de novas estrelas. 

Foi bem difícil escolher uma lista justa, mas com certeza não é definitiva. De acordo com a NASA, o Telescópio Espacial James Webb tem combustível suficiente para operar por pelo menos 20 anos. Em breve, ele terá a companhia do telescópio espacial Euclid da Europa, que foi lançado em 1º de julho, cuja missão é coletar informações sobre duas das maiores incógnitas do universo: a energia escura e a matéria escura. Vamos aguardar por mais capítulos diários! 

*Daniel Guimarães Tedesco é Doutor em Física pela UERJ e professor de Matemática e Física dos cursos de Exatas da Escola Superior de Educação no Centro Universitário Internacional Uninter 

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Autor: *Daniel Guimarães Tedesco
Créditos do Fotógrafo: Divulgação/Nasa


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