Alvino Moser completa 90 anos de sabedoria e generosidade

Imbuído de sabedoria e generosidade, o decano da Uninter, professor Alvino Moser, celebrou os 90 anos de idade rodeado da família, dos amigos e colegas de trabalho. Os profissionais que fazem parte da história da instituição e da vida de Moser se reuniram no auditório do campus Divina Providência, região central de Curitiba (PR), na tarde de 20 de julho de 2023.

O momento, carregado de boas recordações e sorrisos, foi marcado por discursos, agradecimentos, música e o merecido parabéns com o apagar das velinhas. “A gente percebe a sua generosidade na disposição em ajudar, orientar e abrir os olhos dos alunos. A sua vida foi pautada nessa missão, e tenho certeza que as milhares de pessoas que passaram pela sua vida levam um pouco”, afirmou o CEO do Grupo Uninter, Marco Eleutério.

Participaram da celebração também o reitor do centro universitário, Benhur Gaio, o vice-reitor, Jorge Bernardi, o pró-reitor de graduação, Rodrigo Berté, o pró-reitor de pós-graduação, pesquisa e extensão, Nelson Castanheira, o gerente de gestão de pessoas, Joel Ziemann Ferruci e o coordenador de gestão de pessoas, Christiano Lopes Affonso. Outros gestores de áreas, diretores de escolas superiores e coordenadores de cursos da instituição também compareceram ao evento.

Benhur salienta que o professor Moser está na gênese da organização e lembra de uma história bastante contada pelo chanceler do Grupo Uninter, o professor Wilson Picler: quando Moser, a pedido de Picler, pegou um papel e um lápis e “rabiscou” a grade curricular do primeiro curso de pós-graduação ofertado pelo então Instituto Brasileiro de Pós-Graduação e Extensão (IBPEX).

“[Alvino] Fez com que a nossa instituição nascesse naquele momento”, afirmou. O reitor também relembrou a “aventura” do início dos cursos, quando viajava pelo Brasil afora junto com Moser para chegar até os estudantes e levar a instituição para todo o país.

“Nós fomos até essas pessoas para levar um pouco daquilo que sabíamos, e o senhor sempre à frente, nos inspirando com sua determinação, sua vontade e com todo o seu conhecimento, que nós nem chegávamos perto. […] A sua história se confunde com a história da Uninter e o senhor é o decano que nós respeitamos muito. Que [o professor Moser] fique conosco por muito tempo”, finalizou Benhur.

O chanceler da instituição foi representado pelo assessor de presidência, Raimundo Nonato de Siqueira, que garantiu que o professor Moser carrega consigo o “maior bem”: mostrar o caminho do exemplo, do caráter e da dignidade.

“O senhor cultiva esses adjetivos a cada dia, a ponto de chegar aos 90 anos e nos trazer aqui um momento desse de aprendizado e de grandeza. Que Deus continue lhe dando essa saúde, inteligência e capacidade de raciocínio. Que essa bênção se propague para a sua família”, desejou Siqueira.

Saudoso, o professor Moser proferiu um discurso para os presentes e resgatou toda a trajetória profissional que o levou do menino que “roubava” livros da biblioteca da escola para o profissional que a ajudou a construir o centro universitário referência em educação a distância.

“A vida vai passando e a única coisa que tenho para ensinar é: eu não sei tudo, ainda tenho que aprender muito mais. A gente pode aprender até a morte, porque a gente vai esquecendo, relembrando. Mas eu agradeço aos professores que me aceitam nas aulas de pós-graduação do mestrado e doutorado. Um agradecimento especial à toda delicadeza e respeito que me são dados pelo professor Nelson Castanheira, que sempre foi um apoiador meu, e a todos que estão aqui”, declarou Moser, ao lado da filha e do genro.

A solenidade foi conduzida pela assistente de operações acadêmicas da reitoria Nicoli Rodrigues. A trilha sonora foi uma missão dada aos professores Valentina Daldegan e Luis Fernando Lopes, da Uninter, e à professora Anna Rita Addessi, da Universidade de Bologna.

O castigo que lhe rendeu uma missão de vida

Moser nasceu em 1933, na cidade de Rodeio (SC). Ouvia o dialeto trentino, falado pelos parentes vindos da Itália e, aos seis anos de idade, se alfabetizou sozinho em espanhol, por meio da revista En Guardia, única publicação a que tinha acesso na época.

O gosto pela leitura começou com uma travessura de criança, quando, junto a um sobrinho mais velho, invadiu a biblioteca da escola e pegou diversos livros para ler. “Depois devolvemos, mas fomos descobertos, daí fomos para o ‘livro negro’, né. Isso eu estava no primário, e aí começou o meu gosto pela leitura. Eu sempre fui um leitor inveterado”, afirma o decano.

Hoje, Moser possui seis livros publicados, colaborou na produção de outros nove e soma mais de 80 artigos publicados em periódicos científicos. É graduado em Filosofia e Química, mestre em Epistemologia, doutor em Ética e tem pós-doutorado em Lógica Deôntica e Jurídica. Polivalente, lecionou português, latim, francês, geografia, física, matemática, história, filosofia e desenho geométrico.

Foi em 1996 que Wilson Picler convidou Moser para fazer o primeiro curso de Metodologia da Ciência do antigo IBPEX, rascunhada em uma folha de papel a lápis. Foi o decano quem ministrou as primeiras aulas, para uma turma de 140 alunos, incluindo Picler. Lá, também indicou os primeiros 40 professores que dariam aula na instituição.

Com quase 70 anos de docência, é o mais antigo professor em atividade e ainda realiza todas as quartas-feiras o programa Atualidades da Educação, junto ao professor Luis Fernando Lopes, transmitido pela Rádio Uninter.

“A função do professor é abrir os olhos dos alunos. Como diz Platão, você não dá visão aos alunos, apenas indica onde deve olhar. Porque a aprendizagem é feita de dentro para fora, se dá em primeira pessoa. Eu aprendo, ninguém aprende no meu lugar”, salienta Moser.

A história do decano foi contada no vídeo em homenagem ao dia dos professores, produzido pela Central de Notícias Uninter (CNU). Confira abaixo.

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Autor: Nayara Rosolen - Jornalista
Créditos do Fotógrafo: Natália Schultz Jucoski - Estagiária de Jornalismo