Alunos de Artes da Uninter fazem bonito na Mostra de Arte da Primavera de Taubaté
Autor: Leonardo Tulio Rodrigues – Estagiário de JornalismoA primavera é a estação do ano em que a vida se renova. Com dias mais longos e noites mais curtas, a força da natureza floresce e nos inspira com sua beleza. A VI Mostra de Arte da Primavera de Taubaté (SP) traz a estação para dentro dos salões de arte.
Com o tema “Perdas e Recomeços”, sugestão do Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM), a mostra desse ano propôs uma reflexão sobre o que o mundo tem passado nos últimos tempos com a pandemia da Covid–19 e sobre a importância de superar os problemas para recomeçar.
O evento, que ocorreu de 30 de agosto a 10 de setembro, contou com a participação de professores e estudantes dos cursos de bacharelado e licenciatura em Artes Visuais da Uninter. “Nós começamos no início do segundo semestre um trabalho de produção plástica e desenvolvimento poético”, diz André Luiz Pinto dos Santos, professor nos cursos de bacharelado e licenciatura em Artes Visuais na Uninter.
“Das discussões que tivemos, surgiram algumas propostas artísticas, que foram mandadas para vários salões e mostras do Brasil, como a VI Mostra de Artes Visuais da Primavera da Cidade de Taubaté, o IV Salão de Artes Visuais de Pinhais, e o 36° Salão de Artes Plásticas de Jacarezinho, dentre outros”, explica.
De acordo com ele, a ideia principal do projeto é qualificar a produção plástica e conceitual dos estudantes da instituição. “A Uninter tem sido pioneira nesse tipo de trabalho, pois é sabido que pouco se fala do ensino de arte na modalidade EaD, muito menos sobre o trabalho individualizado de orientação de estudantes quanto a suas produções”, afirma.
A exposição é focada em desenhos e pinturas que podem ser em óleo, pastel, aquarela ou carvão, e é responsável por divulgar artistas do cenário universitário.
Os talentos da Uninter
Os trabalhos produzidos pelo professor André Luiz unem as artes visuais à filosofia de Baruch Espinoza (1632-1677). Abordando a afetividade, a obra exemplifica bem o conceito de afeto para Espinoza: aquilo que nos afeta.
Um trecho da descrição do trabalho destaca o conceito da proposta: “Em momentos de pandemia, a reclusão poderia ser compreendida por uma criança como um momento ótimo. Afinal, estaria junto de seus pais e poderia fazer o que mais gosta, brincar. Todavia, mesmo as crianças percebem os problemas da vida adulta e materializam dentro de seus mundos as mesmas preocupações de pessoas mais velhas”.
Katia Vitoretti apresenta uma obra baseada no mito da caverna, de Platão. “As sombras” evidencia a necessidade de vermos além do que está a nossa frente e não sermos enganados por falsas verdades.
Outro tema abordado foi a preservação da flora e da fauna. Maike Moreira traz em “Desencarne criminoso” a tristeza e revolta quanto à perda de nossa natureza. Conforme descreve, “a chuva de sangue que cai na floresta destruída é o choro daqueles que querem de alguma maneira ajudar a floresta, mas não conseguem”.
No trabalho de Melissa Paes, as telas refletem o turbilhão de emoções vividos em época de pandemia, explorando os sentimentos em um “infinito de emoções em espiral”.
“A beleza que me habita”, de Nicole Favaretto, apresenta a mulher como protagonista, propondo uma reflexão ao público sobre a imagem feminina. E o grafite sobre papel intitulado “Permita-se renascer” apresenta a visão de Hera de Deus Brigagão sobre a pandemia de covid-19 e o luto por aqueles que se foram.
Em “Coletânea afegãs”, o sentimento de dor é expresso através da imagem feminina. Vera Ritter reflete sobre o medo pela volta do talibã ao poder no Afeganistão e a luta das mulheres afegãs por liberdade.
“A Mostra de Taubaté foi apenas a primeira de muitas que ainda virão pela frente. Nossos estudantes estão aprendendo inclusive a fazer propostas de lei de incentivo para angariarem espaços e recursos para as suas exposições. Isso de fato é a ponte entre ensino e mercado de trabalho”, conclui André Luiz.
O catálogo foi divulgado em 20 de setembro e você pode conferir todas as obras da mostra clicando nesse link.
Autor: Leonardo Tulio Rodrigues – Estagiário de JornalismoEdição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro