Aluno de direito passa na prova da OAB antes mesmo de se formar

Autor: Daniela Mascarenhos - Estagiária de Jornalismo

Para exercer a profissão de advogado em território brasileiro, é necessária a aprovação no Exame de Ordem, também conhecido como Prova da OAB. Somente com ela o bacharel em Direito pode realizar seu registro e obter sua carteira profissional.

Podem se inscrever para o exame estudantes matriculados no último ano do curso, além dos já formados. Braycon Verdan da Silva, aluno de Direito na Uninter, conseguiu aprovação no exame antes mesmo de concluir o curso. “Como eu sempre desejei”, conta.

Para ele, ouvir tanto sobre a temida prova da OAB foi um incentivo para que se dedicasse à preparação. “Eu acredito que esse seja o objetivo de todos os alunos de direito, não tem como negar que foi muito gratificante”. Mas para o aluno, esse foi apenas o primeiro passo: “eu já penso em um concurso para Defensoria Pública e já ter isso em mente ajuda a seguir em frente para superar mais um dos obstáculos”.

Braycon teve seu primeiro contato com a área jurídica quando trabalhou em um escritório de advocacia como auxiliar administrativo. “Foi conversando com amigos e colegas do trabalho que me interessei pelo direito”, diz. O aluno conta que sempre buscou por uma profissão rentável economicamente por causa do seu contexto familiar. Ele diz que deve o sucesso em sua trajetória aos esforços da mãe, que o criou juntamente com um tio.

“Minha mãe sempre foi o vínculo de oportunidades para mim. Foi ela quem abriu portas desde o ensino médio até o emprego no escritório de advocacia”. A mãe, que já trabalhava como zeladora no local, o indicou para a vaga.

Apesar das dúvidas sobre a área em que pretende atuar, o aluno diz que nunca quis mudar de curso. “Acho que a insegurança vem de eu não ter tido tantas oportunidades de estágio em direito criminal (área em que tem mais interesse), então minha base é mais teórica do que prática”.

Braycon diz que sua escolha foi feita com base nas influências que recebeu dos professores durante as aulas e de personalidades da profissão. “Além de ser a área mais emocionante e suscetível a discussões. Eu ainda vejo um direito muito pragmático e a área criminal tem mais abertura para diferentes narrativas”, explicou.

Regina Reinert, professora de sociologia e antropologia jurídica em Direito, foi uma das pessoas que recebeu um agradecimento especial do aluno. Em seu Facebook, Braycon fez uma publicação comemorando a aprovação e dedicou algumas palavras à professora, que também foi parabenizá-lo: “Você não sabe o impacto que as suas aulas causaram na minha vida. Te agradeço imensamente por tudo. São pessoas como você que fazem com que eu acredite em um futuro mais solidário e humano”, escreveu o aluno.

“Eu achei linda a forma como ele se mostrou transparente em sua postagem. Quando ele falou sobre o impacto que minhas aulas causaram, eu resolvi compartilhar”, disse a professora. Para ela, o simples fato de ele publicar isso em uma rede social já é um grande passo de alguém que está olhando para o coletivo. Alguém que entende seu espaço na sociedade e agora busca o espaço do próximo.

Regina diz que trabalha de forma muito franca com seus alunos. “Eu acredito na solidariedade como aquilo que nos leva pra frente e nos empodera. Em minhas aulas, uso muito a palavra alteridade, olhar para o outro, ajudar o outro, se colocar para o outro”, diz.

Para ela, quando um aluno enxerga na sociedade seu lugar, quando ele consegue abrir os olhos e olhar para o outro, é a razão de ser da sua profissão. “Se eu não formar sujeitos, não tenho motivos para dar aulas”, diz.

“O que me mantém em pé e com esperança na sociedade são os meus alunos que me mostram que a comunidade ainda tem um futuro bom. São os vários ‘Braycons’ que assumem seus lugares na sociedade e se colocam ali”, conclui Regina.

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Autor: Daniela Mascarenhos - Estagiária de Jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Arquivo pessoal


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