Aluna de Processos Químicos cria empresa com foco na sustentabilidade

Autor: Flávio Ducatti - Estagiário de Jornalismo

A busca pelo desenvolvimento sustentável tem o objetivo de preservar o meio ambiente a partir da exploração dos recursos naturais de modo sustentável em atendimento às necessidades humanas. Foi com esse pensamento que Elisangela Fedwyczyk, estudante dos cursos de Ciências Biológicas e Processos Químicos da Uninter, resolveu criar sua empresa voltada para a construção civil e com foco na sustentabilidade, a ArgaPower.

A sustentabilidade empresarial é o conjunto de práticas realizadas pela organização que visa a um crescimento consciente e que não prejudique o meio ambiente e a sociedade. Essa sustentabilidade busca pela conservação e manutenção do meio ambiente a longo prazo, pensando também nas futuras gerações que poderão usufruir dos recursos naturais e viver em harmonia com a natureza.

“A ideia surgiu em 2019, quando meu pai faleceu e deixou uma pequena herança. Eu queria aplicar em algo que fosse sustentável, ecológico e fizesse a diferença para o meio ambiente”, explica a estudante e empreendedora.

Para incentivar os alunos em frentes de empreendedorismo e a conhecerem os processos de produção química, a coordenadora Ana Carolina Tedeschi e o professor Guilherme Barrachina Stocco, ambos do curso de Processos Químicos, visitaram em 21 de junho de 2022 a empresa de Elisangela. “A visita teve dois objetivos: prestigiar nossos alunos e conhecer os produtos que eles desenvolvem”, diz Stocco.

Ao adotar a sustentabilidade na forma de produção, a organização não beneficia somente a sociedade e o meio ambiente, mas também sua imagem perante os consumidores, que estão cada vez mais em busca de consumir produtos e serviços responsáveis. Isso ajuda na prospecção de mais clientes e, consequentemente, contribui para atingir maiores rendimentos.

Depois de várias tentativas, testes e pesquisas, Elisangela finalmente conseguiu sintetizar a qualidade, resistência, durabilidade e a economia de vários produtos naturais, surgindo assim a ArgaPower. A empresa produz argamassa ecológica que não contém cimento em sua composição, feita com carbonatos e liga de titânio. O produto não passa pelo processo de clínqueres (etapa comum no processo de fabricação de cimento) e isso evita o lançamento de toneladas de gases poluentes na atmosfera.

Além disso, com o uso da liga de titânio, essa argamassa fica 28 vezes mais resistente do que o cimento. Sua fórmula já contém impermeabilizante, dispensando o uso de areia, cimento e cal, o que representa uma economia de 50% na obra. Outro detalhe é a utilização de água da chuva na fabricação, tendo um maior aproveitamento dos recursos naturais.

“O produto não passa pelo processo de queima, de clinquerização em fornos rotativos e nem por resfriamentos (como ocorre no cimento). Reduz em 90% a extração de recursos naturais. Além de conter bactericidas, é biodegradável em contato com a terra, impedindo a contaminação do solo e lençóis freáticos. A massa já vem pronta, não tem desperdícios, não deixa resíduos na obra e também não agride o meio ambiente”, destaca Elisangela.

A massa é de uso prático e dispensa betoneiras, reduzindo gastos com energia, água e barateando a mão de obra, sendo possível assentar até 2 mil tijolos ao dia com a massa ArgaPower.

“Descobrimos um reboco que vai direto na parede sem a necessidade do chapisco, fica muito bom e é impermeável. Criamos também a marítima, que protege a ferragem interna e mantém a obra intacta sem desgastes do tempo, mas a base toda do projeto foi o assentamento ecológico, que é específica para assentar tijolos e blocos de qualquer tamanho”, complementa.

Elisangela destaca ainda que a ideia futuramente é produzir tijolos ecologicamente sustentáveis. Os testes estão em fase inicial, mas já demonstram bons resultados. Apesar do pouco tempo no mercado, o início da empresa é promissor. O empreendimento possui diversos clientes pelo Brasil, com foco maior em Minas Gerais, Bahia e São Paulo. Com a indústria em expansão, a ideia é criar franquias para levar o produto no Brasil inteiro e desafogar as minas de extração de calcário e baixar as emissões de gases poluentes.

“Temos que mudar o jeito de pensar em relação aos recursos, porque lá na frente vai faltar para os nossos filhos”, conclui Elisangela.

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Autor: Flávio Ducatti - Estagiário de Jornalismo
Edição: Arthur Salles - Assistente de Comunicação Acadêmica
Créditos do Fotógrafo: Acervo pessoal


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