Aluna da Uninter confecciona máscaras para doação
Autor: Julia Siqueira - Estagiária de JornalismoEm meio ao cenário de medo e insegurança gerado pela pandemia da Covid-19, a empatia e a solidariedade merecem destaque. São essas duas palavras que têm guiado os dias de trabalho da aluna Rosilene Rodrigues durante este período de quarentena.
Moradora da cidade de Iporã (PR), Rosilene é estudante do curso de Licenciatura em História, modalidade a distância, da Uninter, e proprietária de uma confecção de bolsas para maternidade. Desde o dia 22 de março, a microempreendedora está empenhada na produção e doação de máscaras caseiras para ajudar na prevenção contra o coronavírus.
O projeto começou após o seu retorno de Portugal no fim de fevereiro. Ela conta que durante suas férias no exterior, notou a escassez de produtos como álcool em gel e máscaras descartáveis, e que ao retornar ao Brasil, decidiu comprar material extra prevendo uma situação semelhante por aqui.
“Voltando das minhas férias, passei por São Paulo para fazer algumas compras para a minha fábrica de bolsas. Comprei o TNT 95, de proteção, e voltei para Iporã”, comenta. Rosilene já utilizava o TNT em sua empresa.
A estudante lembra que, quando chegou em sua cidade natal, as notícias sobre o vírus começaram a ganhar destaque em todos os veículos de comunicação e redes sociais. Não demorou muito para que Iporã entrasse em quarentena, assim como várias outras cidades brasileiras. Apesar da preocupação, Rosilene não se desestabilizou e, percebendo a falta de máscaras na cidade, iniciou sua própria confecção. “Ninguém tinha para vender, nem nas cidades vizinhas! Então eu comecei a produção para atender à demanda da minha casa e da minha família”, explica.
Dessa primeira linha de montagem, Rosilene conta que sobraram algumas unidades e, por isso, decidiu anunciá-las em seu perfil do Facebook, o que gerou um grande número de pedidos. A partir daí, a produção teve início.
Quando estava perto de bater as 3 mil unidades produzidas, a Vigilância Sanitária de Iporã a proibiu de confeccionar o produto. “Eles disseram que minhas máscaras só serviam para enfeite”, desabafa. Felizmente, com a ajuda da promotoria da cidade, depois de dois dias Rosilene conseguiu reverter a situação e continuou com a fabricação.
Até o momento, mais de 5 mil unidades foram confeccionadas e doadas pela aluna e suas três costureiras voluntárias. “Já foram máscaras para o hospital, farmácias, para a Copel, para os Correios, supermercados, a população e até cidades vizinhas”, conta.
Apesar de receber doações de alguns materiais, Rosilene usa o dinheiro de sua pequena empresa de bolsas, que atualmente está com a produção reduzida, para arcar com os custos das máscaras. A empreendedora não pensa em parar com a confecção e, ainda, deixa uma mensagem positiva a todos.
“Eu quero dizer que a gente pode se organizar, mesmo com as dificuldades e com pouco tempo […] Nesse período nós precisamos dizer sim ao conhecimento e nos proteger. Proteger a nós, a nossa família e às pessoas que convivem com a gente na cidade”, conclui.
Autor: Julia Siqueira - Estagiária de JornalismoEdição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Arquivo pessoal Rosilene Rodrigues