Alimentação saudável na prevenção do câncer
Autor: Ana Paula Garcia Fernandes dos Santos (*)O câncer de cólon e reto é uma doença que afeta um número significativo de pessoas no Brasil e no mundo. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), estima-se que, para cada ano do triênio de 2023 a 2025, ocorrerão cerca de 45.630 novos casos da doença no país. Essa estatística é alarmante e reforça a importância de se intensificar a conscientização e as medidas preventivas para combater o câncer colorretal.
A prevenção e a detecção precoce são fundamentais para melhorar o prognóstico e as chances de sucesso no tratamento dessa doença. Quanto mais cedo o câncer de cólon e reto for diagnosticado, maiores serão as possibilidades de cura e a qualidade de vida dos pacientes. Por isso, é essencial que a população esteja ciente do que é essa doença, quais são os fatores de risco e as medidas de prevenção.
O câncer de cólon e reto é uma doença que abrange os tumores que se formam no cólon, que é a parte do intestino grosso; no reto, que corresponde à porção final do intestino antes do ânus, e no ânus. Essa doença apresenta uma natureza heterogênea, pois é caracterizada por uma variedade de subtipos e estágios de desenvolvimento.
Dentre os fatores de risco, o consumo de alimentos ultraprocessados ganha destaque. Esses alimentos são caracterizados por sua alta densidade calórica e baixo teor de fibras, nutrientes essenciais para a saúde intestinal. Os alimentos ultraprocessados, além de contribuírem para o ganho de peso e a obesidade, também apresentam outros aspectos preocupantes. Um exemplo são as carnes processadas, que passam por técnicas de preparo, que podem favorecer o surgimento do câncer.
Durante o processo de defumação, a fumaça gerada contém substâncias que podem ser prejudiciais ao organismo. Além disso, os conservantes, como nitritos e nitratos, frequentemente adicionados durante o processamento, juntamente com o alto teor de sal, são substâncias que podem desencadear o desenvolvimento do câncer de intestino.
Dessa forma, para reduzir o risco de câncer de cólon e reto, é fundamental adotar uma alimentação saudável, dando prioridade aos alimentos in natura. Isso significa incluir no dia a dia uma variedade de frutas, legumes, verduras, cereais e oleaginosas, que são fontes de nutrientes essenciais para a saúde. Por exemplo, consumir uma salada colorida com vegetais frescos e variados, como alface, tomate, cenoura e beterraba, pode fornecer fibras, vitaminas e minerais importantes para o funcionamento adequado do intestino.
Além disso, é fundamental evitar o consumo excessivo de alimentos ultraprocessados. Em vez de optar por lanches rápidos, como salgadinhos industrializados e refrigerantes, é mais saudável escolher opções como frutas frescas, iogurte natural ou oleaginosas. Esses alimentos naturais são ricos em nutrientes e não contêm aditivos químicos prejudiciais à saúde.
Por fim, outra dica importante é incluir peixes na alimentação regularmente, de uma a duas vezes por semana. Os peixes, como salmão, sardinha e atum, são fontes de Ômega 3, um tipo de gordura saudável que pode ajudar na prevenção do câncer de cólon e reto. Essa substância tem propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes, contribuindo para a saúde do intestino.
É importante ressaltar que o acompanhamento médico e do profissional nutricionista é fundamental para a manutenção da qualidade de vida. Levando em consideração essas informações, é imprescindível que haja um engajamento da sociedade, dos profissionais da área da saúde e das políticas públicas para promover a conscientização, prevenção e tratamento eficaz do câncer de cólon e reto. Por meio desse envolvimento conjunto, poderemos trabalhar para reduzir a ocorrência da doença, assegurar a detecção precoce e oferecer melhores prognósticos de saúde para a população em geral. É necessário que todos os segmentos da sociedade estejam conscientes da importância dessa questão e unam esforços para enfrentar esse desafio de forma abrangente e efetiva.
*Ana Paula Garcia Fernandes dos Santos é nutricionista, mestre em Alimentação e Nutrição e professora da Escola Superior de Saúde – UNINTER
Autor: Ana Paula Garcia Fernandes dos Santos (*)