Algoritmos estão roubando nosso livre-arbítrio?

Autor: Ariadne Körber - Estagiária de Jornalismo

Todos nós já ouvimos falar em “algoritmos” e como eles são amplamente usados nos sites e aplicativos com os quais interagimos diariamente. Sem dúvida, eles facilitam muito nossas vidas, agilizando a execução de tarefas como encontrar um endereço ou pedir comida no restaurante favorito. Mas esse avanço tecnológico e a interferência dos algoritmos sobre nossos processos decisórios também têm implicações legais, e essas implicações precisam ser estudadas e debatidas pela sociedade.

No dia 27.mai.2020, o Mestrado Acadêmico em Direito da Uninter realizou um debate sobre o tema, com transmissão ao vivo (live) pelo YouTube. A mediadora foi a professora Andreza Baggio, e os convidados foram Jefferson Holliver Motta, egresso do programa de mestrado, e o professor Charles Parchen, da UniCuritiba.

O tema do debate foi “Os desafios do Direito na sociedade de algoritmos”. Os participantes explicaram o que são algoritmos, como eles influenciam nossas vidas e quais são as questões legais envolvidas no assunto.

Andreza pontua que diariamente somos influenciados pelos algoritmos, especialmente nas nossas decisões de consumo. Algoritmos são um conjunto de etapas para executar uma tarefa e servem para automatizar as ações, e seu conceito é anterior à era da informática, como esclarece Charles.

O professor destaca a necessidade de se conciliar ética e justiça com essa tecnologia, e menciona como exemplo o caso em que a polícia de São Francisco (EUA) prendeu pessoas inocentes por causa de erros no programa de reconhecimento facial. O professor ainda enfatiza que os algoritmos podem nos levar a tomar más decisões por impulso.

O professor Charles, inclusive, pontua a semelhança entre a iniciativa “Crédito Social Chinês” e o episódio “Queda Livre” do seriado Black Mirror (Netflix). Na China, já se usam dados coletados por algoritmos para decidir quem pode ou não viajar, por exemplo.

Outro ponto levantado pelo professor é que na última década começamos a viver em estado de conexão permanente com as redes sociais. Assim, cada vez mais nossas decisões são delegadas a algoritmos, o que coloca em questão o livre-arbítrio das pessoas, um tema que Charles explorou em sua tese de doutorado.

Para Jefferson, é importante começarmos a repensar nossa forma de consumo de dados e informações na internet. A razão para isso é que vivemos isolados em bolhas, de modo que só consumimos o que nos é interessante e que reflete nossas próprias opiniões, deixando de entrar em contato com uma maior variedade de conteúdos informativos.

Após responder às perguntas dos espectadores sobre o impacto dos algoritmos na política e democracia, os três palestrantes abordaram a influência do aplicativo de mensagens instantâneas WhatsApp nas eleições presidenciais no Brasil e nos Estados Unidos. A transmissão pode ser assistida clicando neste link.

Incorporar HTML não disponível.
Autor: Ariadne Körber - Estagiária de Jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Pixabay


Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *