Adeus ano velho! Que venha o próximo!
Autor: Dulce de Almeida Torres*Final de ano que se aproxima. E que ano! Ano ruim? Esquisito? Desafiador? Até agora ainda não conseguimos defini-lo muito bem. Pareceu um mix de tudo isso. Vamos tentar analisar item por item e, quem sabe, possamos chegar a uma melhor ou mais completa conclusão.
Sim: ruim, porque não conseguimos nos sentir à vontade durante a sua passagem. Esquisito, porque até esse momento não conseguimos defini-lo de forma acertada ou adequada. E, finalmente, desafiador porque nos tirou de nossa zona de conforto nos surpreendendo a todo instante com situações inusitadas.
Talvez, por essas e por outras, fosse mais coerente repensar e redefinir nossas considerações e julgá-lo, quem sabe, um ano senão ótimo, pelo menos um ano interessante, pois muito nos ensinou e nos despertou para novos caminhos, novas formas de pensar, de aplicar novas didáticas, novos critérios, novas soluções para velhos problemas.
Foi também um ano interessante porque parece que não o vivemos. Passou, como se diz, em brancas nuvens e, quando nos demos conta, já estava terminando. Foi um sentido de ausência, de marginalização, uma sensação que até então desconhecíamos. Mas as novas sensações, o desconhecido, também são válidos e nos acrescentam.
Tudo isso já seria uma grande contribuição para nos fazer crescer e para nos mostrar quanto podemos ainda ser maiores, melhores e mais produtivos. Quanto ainda podemos nos tornar mais generosos e mais colaborativos para com nossos pares e para com a sociedade em geral.
E tudo foi seguido por nós. Transpusemos barreiras, afastamos muitas pedras do caminho, enveredamos pelos caminhos ainda pouco explorados da tecnologia, rompemos novos horizontes, tivemos que, ao mesmo tempo, aprender e ensinar.
Como diz Guimarães Rosa em Grande Sertão: Veredas: “A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer de nós é coragem”. Isso foi o que esse ano quis de nós: coragem! E aqui estamos: vivos e mais experientes que nunca! Foi pela coragem que vencemos e quebramos paradigmas!
E tudo isso devemos a quem? Ao nosso desafiador ano velho que, ao que parece, não foi de todo ruim. Foi apenas um ano atípico que, como tudo na vida, teve seu lado negativo e positivo. Melhor então será agradecer a esse ano que está se despedindo por tudo que nos ensinou, pelas novas portas que permitiu se abrirem para nós e pelas vitórias conquistadas. Foi um ano repleto de lições inovadoras, de momentos de tensão e calmaria, de avanços e retrocessos, de dúvidas e soluções e de vitórias enfim.
E que venha o próximo! Já estaremos bem melhor preparados, sem aquele medo que nos assombrava, sem aquelas dúvidas que nos assolavam, sem aquelas inquietações que perturbavam o nosso sono.
Pode vir, a ano novo! Será um ano para o qual entraremos prontos para a luta, vibrantes de desejo, libertos dos medos enfrentados e dos momentos de incertezas. Bem-vindo, ano novo! Caminharemos juntos, com garra, com coragem, com atitude e, sobretudo, com muito amor!
* Dulce de Almeida Torres é graduada em Letras Inglês, mestre em Ciências da Educação e é professora da Área de Linguagens e Sociedade da Escola Superior de Educação da Uninter.
Autor: Dulce de Almeida Torres*Créditos do Fotógrafo: Gerd Altmann/Pixabay