A saúde emocional em tempos difíceis
Autor: Kethlyn Saibert - Estagiária de JornalismoEstamos vivendo um momento histórico por causa de uma crise sanitária global. A pandemia do coronavírus obrigou o mundo todo a mudar os hábitos de relacionamento e de interação social. São tempos difíceis, não há como negar. E o medo de contaminação e o isolamento social podem resultar em quadros de estresse, ansiedade e depressão. Portanto, é importante prestar atenção nas emoções e mudanças de humor.
Pensando nisso, a Uninter promoveu a I SIPAT 360º – Semana de Qualidade de Vida no Trabalho com equilíbrio emocional. O evento virtual apresentou 10 palestras que abordaram assuntos relacionados à saúde física e mental. Durante a semana, os colaboradores da instituição recebem orientações sobre ergonomia e uso consciente da tecnologia, inteligência emocional e mindfulness, além de assistirem a uma peça de teatro e até um aulão de ginástica laboral para aliviar o estresse e propiciar relaxamento.
O coordenador psicopedagógico da Uninter, Ivo Carraro, encerrou a semana SIPAT com ensinamentos sobre comportamento e aspectos emocionais. Ele explica que todas as informações que o cérebro recebe atingem o emocional: “Todo o conhecimento humano – sem exceção – entra pelo emocional. É uma região do cérebro chamada de sistema límbico. E é responsável por receber toda a informação sensorial dos ouvidos, da boca, dos olhos, do tato”.
Segundo Carraro, é no tálamo que as informações são repassadas para outras regiões do cérebro. Ele exemplifica que é “como se fosse uma telefonista de uma empresa que recebe as informações e distribui”. Ao distribuir essas informações, quem recebe por primeiro é a amídala cerebral, que tem a função de disparar para outras partes do cérebro fazendo com que gere reações como o medo e a ansiedade.
Desta forma, como a sociedade de hoje é ultraconectada, a enxurrada de informações afeta diretamente o emocional. “Com essa avalanche de informações sobre coronavírus, estatísticas e mortes, a amídala interpreta que há perigo à vista. E quando há perigo, cria-se o medo e a ansiedade, que são faces da mesma moeda. É por isso que o coronavírus está causando medo nas pessoas, e quando há medo, também há estresse”, afirma Carraro.
Assim que o estresse se instala no emocional, o corpo também é afetado. “O estresse faz com que a pessoa não durma bem, chore muito e não preste atenção no trabalho. Além disso, a irritação atinge o físico, que resulta em problemas como o ataque cardíaco, pressão alta e dores no estômago e no corpo”, explica Carraro.
O psicólogo salienta que mudanças no comportamento precisam de atenção. Para isso, é preciso buscar o autoconhecimento. Deve-se olhar para dentro de si em um momento de introspecção e tentar compreender os fatores que afetam a saúde física e mental. Além disso, deve-se comunicar o que se está sentindo. “Busque ajuda psicológica e também procure alguém da sua intimidade para falar. É pela palavra que se tira as angústias, fazendo com que a carga emocional diminua”, aponta.
Para finalizar, Carraro deixou um recado aos participantes: “O medo é natural de todo ser humano. Quando o medo é muito alto, nós paralisamos. Mas se tivermos muito medo, nós não vivemos”. Para lidar com os medos da vida, temos que respeitar a realidade e conviver com ela”. Carraro argumenta que no caso do coronavírus, temos que respeitar as condições, adotando as medidas de proteção. Portando, o respeito é a base para se viver em sociedade. “O respeito faz o medo não evoluir e ativa outros sentimentos do cérebro, como a gratidão, a empatia e a gentileza”, conclui o psicólogo.
Para conferir esta palestra e a programação completa da I SIPAT 360º, os colaboradores da Uninter devem acessar o Univirtus e procurar pelo evento no link “Ao Vivo”.
Autor: Kethlyn Saibert - Estagiária de JornalismoEdição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro