A pandemia e sua influência no relacionamento íntimo das pessoas
Autor: Pollyanna Rodrigues Gondin e Shirlei Miranda Camargo*Estamos vivendo um momento totalmente atípico e, assim, nossa rotina mudou drasticamente. De uma hora para outra, fomos obrigados a mudar alguns hábitos, como sair com amigos, fazer um churrasco com toda a família em um domingo de sol, conhecer pessoas. Assim, os abraços calorosos e os encontros deram espaço para o uso de máscaras, o distanciamento social e a vigilância.
Mas será que esses novos padrões, por mais momentâneos que sejam, influenciaram o modo como as pessoas se relacionam amorosamente? Digamos, uma pessoa que quer encontrar um parceiro neste momento de pandemia, quais seriam as estratégias? Para além disso, os casais que namoram ou vivem distantes por motivos de emprego ou até mesmo por uma opção, como estão lidando com essa nova rotina?
Para encontrar alguns indícios do comportamento das pessoas a este respeito, fizemos uma pesquisa na internet utilizando o Google Trends. Esta ferramenta mostra a popularidade dos termos buscados. Assim, quando você pesquisa algo na página do Google, sua busca entrará para as estatísticas do Google Trends. Pesquisamos vários termos a respeito de relacionamentos, de maio de 2019 a agosto de 2020, e alguns destes nos chamaram a atenção: Sex Shop e Tinder (aplicativo de paquera). Quanto mais próximo de 100 no gráfico, maior o interesse e popularidade do termo buscado.
O período recortado e apresentado no gráfico foi proposital, uma vez que gostaríamos de verificar se o comportamento diante da pandemia foi diferente a datas como o dia dos namorados do ano anterior. Analisando as curvas, é possível perceber que houve no Tinder uma alta procura já no início deste ano, com picos consideráveis. Na pandemia, o isolamento social potencializou o uso de aplicativos de relacionamento. Se anteriormente, os relacionamentos virtuais já estavam em alta, pode-se considerar que houve um aumento desse movimento com a pandemia e os reflexos do isolamento social. Para além disso, o E-Commerce também intensificou a procura por sex toys, como uma forma de diminuir a carência propiciada pelo afastamento.
Essa tendência continuará? Quais os reflexos da pandemia nos relacionamentos interpessoais após a volta à “normalidade”? Bem, de fato não podemos mensurar de antemão como as pessoas irão se comportar. Mas o fato é que os aplicativos de relacionamento e os estabelecimentos que trabalham com E-Commerce de produtos eróticos têm lucrado com o atual cenário.
* Pollyanna Rodrigues Gondin é economista e professora da Uninter. Shirlei Miranda Camargo é tutora do curso de Gestão Comercial da Uninter.
Autor: Pollyanna Rodrigues Gondin e Shirlei Miranda Camargo*Créditos do Fotógrafo: Cottonbro/Pexels