A linguagem da educação nas ciências biológicas
Autor: Igor Ceccatto - Estagiário de JornalismoA área das Ciências Biológicas é aquela que estuda as plantas, os animais e todos os tipos de seres vivos que fazem parte do nosso planeta. Egressos do curso na licenciatura geralmente tornam-se professores de Ciências (disciplina que contempla o ensino fundamental) ou Biologia (no ensino médio), e no bacharelado em atividades da área de pesquisa e conservação do meio ambiente, entre outras.
Para falar sobre a formação deste profissional, e também em comemoração ao Dia do Biólogo, em 3 de setembro foi realizada a mesa-redonda Ciências Biológicas e o Ensino de Ciências e Biologia, que fez parte da I Semana da Biologia, transmitida na página de Geociências da Uninter no Facebook, que contou com quatro dias de atividades (de 31.08 a 04.09.2020).
A mesa foi mediada pelas professoras Nicole Witt e Vera Cristina Scheller, e contou com a presença das professoras convidadas Odisséa Boaventura, doutora em educação pela Universidade de São Paulo (USP), e Michelle Bochi, professora da área de educação da Universidade Federal do Paraná UFPR, ambas estudiosas da questão do ensino de ciências.
Ciências, biologia e as linguagens de ensino
Em nosso mundo imerso em recursos tecnológicos de comunicação, o emprego de múltiplas linguagens é um dos principais fatores para um aprendizado de qualidade, pois torna a educação mais eficaz e facilita o entendimento dos alunos, além de despertar seu interesse pelos conteúdos. No ensino das Ciências e da Biologia não é diferente.
Odisséa começou explicando sobre os métodos de ensino e seu uso da linguagem sob vários formatos. Ela explica que “é importante levar em conta todos os atores do processo e perceber que ao trazer um discurso sempre estamos tomando uma posição, seja na posição de professora ou não”.
A professora também salienta que essa questão deve influenciar na leitura, no texto e no processo de aprendizagem, pois de nada adianta um bom discurso se suas metodologias não forem aplicadas corretamente.
Educação performativa
A segunda professora convidada, Michelle, trouxe para o bate-papo uma discussão sobre o conceito de educação como performance, que é o olhar para a experiência humana a partir da realização de atos na vida cotidiana, de relações sociais e da esfera artística. “Temos, então, um dispositivo teórico e metodológico capaz de visibilizar as marcas de história e cultura associadas ao corpo”, diz.
Segundo ela, ao analisar uma sala de aula, por exemplo, muitas vezes os corpos dos alunos e professores são esquecidos, sendo que também são importantes para um discurso, ou para demonstrar uma linguagem, logo são os corpos que produzem a relação entre sujeitos e suas ações e pensamentos.
Por fim, Michelle faz um convite a uma mudança no processo pedagógico, que priorize a liberdade dos corpos e, no caso dos mais pequenos, estimule o lúdico e o brincante. “Isso é de suma importância, pois percebe-se que ao longo dos anos, esses alunos que eram mais abertos e receptivos, vão se tornando mais fechados e a performance pode mudar isso”, completa.
Autor: Igor Ceccatto - Estagiário de JornalismoEdição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Krzysztof Niewolny/Pixabay e reprodução Facebook