A importância da educação no combate à LGBTfobia

Autor: Izadora Alves - Estagiária de Jornalismo

Ampliar os horizontes para as diversidades com respeito ao espaço e à decisão de cada um sobre sua vida e seu corpo é um dos objetivos do Dia Internacional Contra a LGBTfobia, celebrado em 17 de maio. No Brasil, a data tem especial relevância pelo fato de o país abrigar cerca de 20 milhões de cidadãos (10% da população) que se identificam como pessoas LGBTIA+, de acordo com a Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT).

A conscientização é também amplamente necessária por se tratar do país que mais mata transexuais no mundo, liderando a infame estatística há 13 anos, desde o início do registro realizado anualmente pela Transgender Europe. Somente em 2020, a contabilização foi de 175 assassinatos (33% da soma mundial). E o número pode ser ainda maior: de acordo com entidades ligadas à causa, os relatórios teriam baixa precisão e muitas mortes ocasionadas por LGBTfobia não teriam sido registradas como tal pelos sistemas de segurança pública do Brasil.

A data se torna significativa na busca por inclusão e pelo combate à violência. O debate sobre sexualidade fomenta o respeito à forma como cada um se vê e busca desmistificar o preconceito da sociedade, dia após dia. “Preconceito todos nós temos, uns mais, outros menos, mas a gente vai ter que ir eliminando isso com bastante informação e conhecimento”, afirma o doutor em educação e especialista em sexualidade humana Toni Reis. Militante desde os 20 anos de idade pelos direitos humanos e da população LGBTIA+, ex-presidente e um dos fundadores da ABGLT, Reis afirma com convicção, parafraseando Aristóteles: “A finalidade da vida é ser feliz”.

O educador comenta que hoje temos a possibilidade de nos embasarmos na Constituição e nas decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) de forma didática na preservação de direitos, conquistados pouco a pouco. Acompanhadas pelo conhecimento e pelo respeito, podemos compreender, por exemplo, os novos formatos de família, incluindo a valorização de advogadas, assistentes sociais e psicólogas na formação desse processo para concretizar o sonho de ter e ser família.

“Por todo o sofrimento que eu passei na minha adolescência, eu não desejo nem para a pior pessoa que vocês conheçam o sofrimento que era não ser aceito na família, na religião, na escola e na sociedade. Isso fez com que eu me tornasse um ativista militante”, comenta o professor.

O professor, que também é pedagogo formado pela Uninter, ressalta que não se pode ter uma prática educativa sem a teoria, uma vez que ambas estão atreladas ao ensino. Nesse sentido, o curso de graduação o ensinou muito sobre a Legislação. “Esse [curso de Pedagogia] que dá o conhecimento e a sabedoria que a gente tem que levar aos nossos estudantes. O curso foi excelente, eu recomendo a todas as pessoas”, avalia. “Sem ter um bom pedagogo ou pedagoga, não tem como ter uma educação de qualidade, eficiente e organizada.”

Podemos nos tornar melhores todos os dias quando nos permitimos conhecer o outro e nós mesmos, trabalhando a empatia para melhor compartilhar a vida. É sempre importante considerar nesta caminhada de luta pelo respeito à diversidade uma frase de Paulo Freire: “Enquanto luto, sou movido pela esperança; e se eu lutar com esperança, posso esperar”.

Toni Reis foi o convidado do programa Fala, Prof! deste mês sobre o tema diversidade sexual e de gênero. Exibido na Rádio Uninter em 17 de maio de 2022, com mediação das professoras Talita Cabral e Relly Amaral, você pode conferi-lo neste link.

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Autor: Izadora Alves - Estagiária de Jornalismo
Edição: Arthur Salles - Assistente de Comunicação Acadêmica
Créditos do Fotógrafo: Sharon McCutcheon/Pexels e reprodução YouTube


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