A importância da biomedicina durante e após a pandemia

Autor: Nathaly Dziadek e Benisio Filho*

Com a chegada do SARS-CoV-2 ao Brasil iniciou-se o trabalho de monitoramento genético para averiguar se o vírus apresentava mutações, o que poderia lhe conferir maior patogenicidade. Quem sequenciou o coronavírus no país foi uma biomédica, Jaqueline Goes, profissional muito experiente que já havia atuado no trabalho de combate a outros vírus. Mas a Biomedicina não é só isso.

Diferente de outros profissionais, o biomédico profissional é essencial para os serviços de saúde, atua dentro de diversos tipos de laboratórios, em equipes cirúrgicas como perfusionista, na gestão em serviços de saúde, na imagenologia e no controle de qualidade. São muitas as áreas de atuação, porém vamos dar ênfase na atuação biomédica nestes dias de pandemia.

Fomo todos pegos de surpresa, vivemos uma guerra com o invisível, um vírus com alta transmissibilidade e disseminação exponencial, espalhado por todo o planeta. Trazendo à tona todas as deficiências e fragilidades dos sistemas de saúde e por se tratar de um vírus novo, não se tem informações sobre o real processo de disseminação, características bioquímicas no meio ambiente e formas eficazes de prevenção. Onde entra o biomédico nessa história? Qual sua importância e contribuição neste cenário?

Somos laboratoristas por excelência, por isso, as testagens sejam elas moleculares (por RT-PCR) ou sorológicas (confirmando a presença de anticorpos) realizadas por biomédicos, tonaram-se essenciais no monitoramento da evolução da disseminação viral e para real confirmação dos casos. Além disso, outros exames devem ser realizados, analisados e laudados por biomédicos, pois neste momento não existe apenas exames para confirmação de Covid-19.

Nossa formação permite que atuemos nas linhas de pesquisa em busca de vacinas e tratamentos eficazes e lá estamos, além de produzirmos por diferentes metodologia e equipamentos, imagens para o diagnóstico, que em muitos casos tornam-se importantes para auxiliar nas decisões da equipe médica qual estratégia tomar para salvar vidas.

Não somos profissionais médicos, não tratamos o paciente, nossa função é usar o conhecimento para garantir que todas as informações fisiológicas, oriundas de técnicas laboratoriais, das mais simples às mais complexas, sob nossa responsabilidade técnica, contribuam para que vidas sejam salvas.

Temos biomédicos em contato direto ou indireto com a Covid-19, gestores de qualidade, responsáveis técnicos envolvidos com biossegurança afim de garantir condições seguras de trabalho aos seus colegas ou subordinados mesmo com o risco biológico tão eminente. Biomédicos por trás dos bastidores atuantes em saúde pública, vigilância sanitária afim de auxiliar programas governamentais de saneamento para erradicação de doenças, atuantes agora na tentativa de erradicação do causador desta pandemia.

Essa situação terá fim e após esse período conturbado, a Biomedicina será fundamental neste chamado, novo normal, pois a saúde agora deve ser encarada como área estratégica de defesa de um país, e sabemos que estamos expostos a outros patógenos com potencial pandêmico. A vida precisa continuar, logo, áreas que atuam em contato direto com os pacientes trabalhando com autoestima e bem-estar das pessoas, visto que estamos todos com o psicológico abalado por toda esta instabilidade, como Acupuntura e Biomedicina Estética vão ganhar destaque.

Portanto, o trabalho do biomédico durante e com certeza, após a pandemia, será fundamental para manutenção do bem-estar do brasileiro. Estamos no Brasil desde a década de 60 e continuaremos contribuindo para o crescimento da qualidade dos serviços de saúde.

* Nathaly Tiare Jimenez da Silva Dziadek é biomédica, habilitada em Análises clínicas, especialista em Biomedicina Estética, tutora do curso de Biomedicina da Uninter. Benisio Ferreira da Silva Filho é biomédico, habilitado em Análises clínicas e Genética, doutor em Biotecnologia, coordenador do curso de Biomedicina da Uninter.

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Autor: Nathaly Dziadek e Benisio Filho*
Créditos do Fotógrafo: Michal Jarmoluk/Pixabay


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