A filosofia que habita os poemas de Alex
Heloisa Alves Ribas – Estagiária de Jornalismo
Em algum momento você já deve ter ouvido a frase “Antes de morrer um homem deve plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro”. Não é mesmo? Algumas pessoas levam isso a sério e, independentemente da ordem, seguem fielmente o conselho. Uma delas é Alex Assunção Rebello, estudante dos cursos de bacharel em Teologia Interconfessional e licenciatura em Filosofia da Uninter, que, aos 42 anos, já cumpriu as três etapas e recentemente lançou o seu segundo livro.
Técnico químico, natural da cidade de Registro (SP), ele decidiu escrever “Alguns Poemas Inglórios” (2017) após encontrar poemas antigos espalhados pela casa. Juntou os poemas antigos com os recentes, para não correr o risco de perdê-los em definitivo, o que, como relata, já deixou acontecer várias vezes com outros escritos. “Como alguns deles datam de 1995, acabei tendo a feliz oportunidade de preservar algumas das impressões obtidas num período da vida de mais de 20 anos”, diz.
“Desde 2015, quando cheguei aos 40 anos, alguns desses textos foram escritos como resultado de uma percepção mais sofrida ou intensa que passei a ter, desde então, sobre a passagem do tempo. Na realidade, a poesia sempre foi para mim como um instrumento que nos permite ‘fotografar’ esses instantes da alma, essas sensações que nos sobrevêm ao longo da vida, como se uma foto estivesse sendo tirada do nosso interior num dado momento. Esta foi, portanto, a ‘primeira etapa’ da criação desse livro”, conta o escritor.
Alex explica que o curso de Filosofia pôde o auxiliar a adentrar o vasto universo filosófico exposto pelas aulas e, mesmo no início do aprendizado, isso o vem ajudado a ampliar horizontes e a ter um olhar mais profundo sobre a vida e seus significados. Segundo ele, alguns elementos “alimentam” a poesia, como o questionamento e a denúncia das injustiças, as variadas contingências humanas, por exemplo. “Estas coisas já me foram apresentadas desde o início do curso, o que tem se constituído para mim numa experiência ampla e enriquecedora em vários sentidos. Apenas lamento não ter tomado a decisão de estudar filosofia um pouco antes”, completa.
Publicando um livro
A ideia de publicar um livro muitas vezes pode parecer complexa e demandaria do autor um vasto investimento financeiro para arcar com custos como impressão e divulgação, entre outros. Entretanto, com a vinda da internet e o fácil acesso, fez com que as publicações de e-book (livro eletrônico) aumentassem. Ele é acessível, prático e pode ser lido no smartphone, tablet e computadores. E foi dessa forma que se deu a publicação tanto do primeiro livro de Alex, “Libélulas de ferro” (2015), quanto o segundo.
“Atualmente o processo de publicação e divulgação de um trabalho independente está mais facilitado devido aos inúmeros recursos virtuais que antes não existiam. Além das novas ferramentas disponibilizadas, vários serviços, como revisões, leitura crítica da obra, ficha catalográfica, release e outros são oferecidos hoje por um preço bem mais acessível por profissionais da área literária. É interessante que não há custo para a publicação de um e-book pela Amazon, mesmo para as obras impressas, que podem ser vendidas e enviadas apenas de acordo com a demanda, não havendo, portanto, a estocagem dos livros”, destaca Alex.
O primeiro livro de Alex pode ser encontrado nas lojas virtuais como Amazon e Livrarias Cultura, além de estarem na Apple Store e Google Play.
Edição: Mauri König