A engenharia do rock
Denise Becker – Estagiária de Jornalismo
O escritor Victor Hugo já dizia que “a música é o barulho que pensa”. Embalados ao som de Foo Figthers, U2, Lynyrd Skynyrd e Guns N’ Roses e na voz e violão de Marco Eleuterio, os jovens estudantes participaram da 5ª edição do evento Engenharia, Café e Rock’n’Roll promovido pela Escola Politécnica da Uninter, na última sexta-feira (10) à noite, no campus Garcez. Essa foi a primeira edição do ano.
A proposta desta ação é aproximar de forma descontraída os alunos das engenharias no intervalo da aula. “Essa iniciativa busca romper a rotina da sala de aula e integrar o professor-aluno e vimos no rock’n’roll a melhor forma de nos identificarmos com os engenheiros”, diz Neil Franco de Carvalho, diretor da Escola Politécnica.
Além da boa música, houve o momento de trocar experiências com a engenheira química Rejane Afonso, convidada especial da noite, que compartilhou sua história e direcionou a fala especialmente às alunas dos cursos de Engenharia. Ela atua há 17 anos no mercado e diz que sua maior contribuição aos alunos é “mostrar que eles podem”.
A engenheira contou que o primeiro desafio da carreira foi no primeiro estágio. “A placa dizia que a vaga era só para rapazes”, conta. Ela entrou na fila com o currículo em mãos. A pessoa que mais tarde seria seu chefe disse que não gostava de trabalhar com mulheres, mas decidiu dar uma oportunidade a ela.
O setor cimenteiro costuma ser muito fechado, mesmo assim, com muita dedicação, ela foi a primeira estagiária mulher na empresa. Trabalhou lá por 14 anos e foi a primeira gerente de planta do sexo feminino no Brasil. “Quando temos um objetivo, é preciso encontrar as formas. Se fala muito em igualdade, mas eu sempre tive que trabalhar muito mais que os homens”, diz Rejane.
O professor Marco Eleuterio é pró-reitor de Tecnologias Educacionais e acompanha desde o início o projeto das escolas de Engenharia. “Tenho um carinho muito especial por essa turma”, diz. Para ele, o engenheiro se aproxima do rock de uma maneira muito especial e cria uma conexão muito importante entre professor e aluno.
O momento musical teve a duração de meia hora, intercalado com o depoimento da engenheira Rejane. No final, foram distribuídas camisetas a todos, e brindes alusivos ao Dia Internacional da Mulher às alunas, que ocupam 9,7% das vagas de Engenharia da Produção, 21,9% na Engenharia da Computação e 11,1% na Engenharia Elétrica.
A proposta de integrar os futuros engenheiros em atividades para além da sala de aula já é sucesso e a próxima edição de Engenharia, Café e Rock’n’Roll será dia 9 de junho, às 20h30, na cantina do campus Garcez.
Edição: Mauri König