A arte de formar alunos, além da matéria básica
Autor: Julia Siqueira - estagiária de JornalismoNo dia 19.02.2020 os alunos dos cursos de Bacharelado e Licenciatura em Artes Visuais a distância da Uninter, de Curitiba (PR) e região, tiveram a oportunidade de participar de uma mediação cultural no Espaço de Arte Francis Bacon, dentro do museu Rosacruz, em Curitiba. A atividade aconteceu sob orientação da professora do curso, Carla Nardes.
“O Museu Egípcio Rosacruz oferece alguns espaços expositivos para artistas contemporâneos. Em contrapartida, os artistas oferecem uma oficina de mediação cultural para alunos de escolas públicas ou privadas. A preocupação e valorização da arte-educação é uma premissa que a instituição prioriza e também um compromisso com a comunidade”, esclarece ela.
Além de professora da Uninter, Carla Nardes é educadora da rede pública de ensino do Paraná e artista plástica. A atividade de mediação cultural, segundo ela, foi uma forma de aliar suas três ocupações e proporcionar uma experiência artística, educacional e prática aos seus alunos. Isso porque a oficina mediada não envolveu apenas os seus graduandos como também seus estudantes da rede pública. Sem contar que a exposição que estava ocupando o espaço cedido pelo museu no dia da experiência, “Além da Matéria”, era um projeto pessoal de Nardes, em conjunto com outros artistas curitibanos.
A experiência
Uma mediação cultural nada mais é do que uma atividade guiada por profissionais dentro de espaços culturais. Para a professora Carla, esse tipo de prática “oportuniza à comunidade conhecer o artista e as obras de arte de forma mais ampla. Na mediação cultural acontece uma possibilidade de comunicação, de vivência única”, comenta.
Quatro graduandos participaram da atividade: Geandro Santos, Elaine de Souza, Sandra de Melo e Selma Pratis. Eles foram divididos em turnos, sendo Selma e Geandro os observadores da manhã, e Elaine e Sandra, da tarde. Cada dupla acompanhou 60 alunos do sexto ano, vindos do colégio estadual em que a professora Carla atua. A mediação aconteceu em três momentos diferentes e teve uma duração média de 1h30min, por turma.
“A oficina foi dividida em três momentos. Primeiro: contextualização do tema da exposição ‘Além da Matéria’ com dinâmica de apreciação das obras expostas. Segundo momento: visita mediada com explanação de cada obra, processo de criação do artista, tema, técnica em um bate-papo comigo e a artista Elaine Santos. E o terceiro momento foi uma proposta de recriação da temática do artista a partir de desenhos com lápis 6B, lápis de cor, giz de crayon, giz pastel”, Nardes explica.
Para ela, proporcionar esse tipo de experiência para os estudantes da educação a distância (EAD), independentemente do curso, é de extrema relevância, principalmente para fortalecer os conteúdos estudados e fomentar a troca de experiências. E essa é uma conclusão unânime, também para os alunos que participaram da prática.
“É muito bom ter experiências diferenciadas que nos fazem aprender e ter uma visão de como os projetos acontecem na prática. Conhecemos alunos de outros polos e trocamos experiências, tudo é muito válido e gratificante”, comenta Elaine de Souza, que está no segundo ano do curso de Artes Visuais EAD da Uninter.
Para Geandro, que está na metade da graduação, a experiência de atividades práticas vai muito além. “É muito importante ter atividades práticas como essa para a evolução dos alunos e futuros professores pois, além do conhecimento adquirido no dia, vamos desenvolver mais segurança para quando estivermos no campo de atuação”, comenta.
Sandra, que está nas etapas finais, também menciona a importância de experiências presenciais para alunos da EAD e complementa falando sobre o sentimento que elas passam ao aluno. “Foi uma experiência maravilhosa, vivenciar com colegas a práxis do que estamos estudando nos conteúdos do curso. Essa é uma das importâncias dessas atividades: trazer aos graduandos em EAD a sensação de pertencimento, de grupo”, menciona ela.
“Ficou bem claro o quanto é importante essa vivência prática de colocar a mão na massa, de estar presente, em contato com os ambientes de arte e artistas”, diz Selma, que também está terminando a graduação. “Temos todo o aparato tecnológico perfeito em nosso ambiente virtual, material didático maravilhoso, que atende a nossa necessidade junto a nossa realidade que vivemos. Mas essa atividade prática que tivemos, realmente, vai ‘além da matéria’”, conclui.
Autor: Julia Siqueira - estagiária de JornalismoEdição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Carla Nardes - arquivo pessoal