2021 será o ano do fim da pandemia?

Autor: Evandro Tosin – Assistente multimídia

O mundo chegou à marca de 100 milhões de casos de Covid-19 no dia 26.jan.2021, contabilizando mais de 2,1 milhão de mortes pelo novo coronavírus, de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins, nos EUA, que possui um painel de monitoramento do novo coronavírus no mundo (clique aqui). O número foi alcançado após 13 meses do primeiro caso confirmado em Wuhan, na China. Por outro lado, a vacinação contra a doença já começou a ser aplicada em cerca de 50 países.

Os Estados Unidos lideram o ranking mundial de casos confirmados da doença, com 25,4 milhões, enquanto o Brasil tem mais de 8,9 milhões de casos, ocupando a 3ª posição. Já em número de mortes, são 427.432 no país norte-americano e 218.878 no Brasil.

De acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), já são mais de 39 milhões de pessoas infectadas pelo novo coronavírus na Américas do Sul, Central e Norte. E mais de 925 mil pessoas já morreram por conta de complicações da Covid-19 em todo o continente. O relatório foi divulgado pela entidade no último dia 19.jan.2021.

A OPAS tem monitorado a propagação do vírus e suas mutações. Uma nova variante, identificada no Reino Unido, já foi localizada em oito países da América: Brasil, Canadá, Chile, Equador, Estados Unidos, Jamaica, México e Peru. Outra variante, diagnosticada pela primeira vez na África do Sul, já foi encontrada no Canadá e no Brasil. Ainda não há evidências de que essas variantes sejam mais agressivas à população, mas possuem capacidade maior de circulação, o que vem afetando os sistemas de saúde, muitos já perto do limite, ou mesmo em colapso.

No programa Sua Saúde do dia 26.jan.2021, com transmissão ao vivo pelo Facebook e Youtube da Rádio Uninter, os professores Benisio Ferreira da Silva Filho, Nathaly Tiare Jimenez da Silva Dziadek  e Ivana Maria Saes Busato conversaram sobre as perspectivas para o controle da pandemia neste ano. Os docentes fazem parte da Escola de Saúde, Biociência, Meio Ambiente e Humanidades da  Uninter. A mediação foi de Bárbara Carvalho, analista de comunicação da Central de Notícias Uninter.

Nathaly é biomédica, habilitada em análises clínicas, especialista em biomedicina estética, e tutora do curso de Biomedicina da Uninter. Ivana  tem experiência em saúde pública, é doutora em Odontologia e coordena os cursos Gestão Hospitalar e Gestão em Saúde Pública da Uninter. Benisio é biomédico, habilitado em análises clínicas e genética, doutor em Biotecnologia e coordena o curso de Biomedicina da Uninter.

Sobre a possibilidade do fim da pandemia, Benisio diz é preciso continuar confiando na ciência. “Vai haver sempre esse coronavírus circulando entre as populações, ele veio para ficar e vai. A questão é que nós desenvolvemos vacina pra evitar que as pessoas desenvolvam a doença por ter contraído esse vírus. Nós já tivemos outros vírus que não tinham esse grau de letalidade e nem de transmissibilidade, mas que causaram também muita preocupação, e hoje em dia eles estão circulando por aí. Temos vacinas para eles. Continuaremos convivendo com o coronavírus, sim, da melhor forma possível. Porque agora nós temos vacina, e não vamos ter um alto número de pessoas doentes e indo a óbito. Quando vai acontecer essa situação? Assim que uma grande parte da população mundial for vacinada”, explica.

Por enquanto, temos duas vacinas aprovadas para o uso emergencial pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária no Brasil (Oxford e Coronavac), com diferentes metodologias, mas com o intuito de estabelecer uma resposta imune e protetiva. “Quanto à nova metodologia, com RNA mensageiro, isso não provoca nenhum tipo de alteração no nosso genoma”, reforça o biomédico.

Segundo a OPAS, a quantidade de doses de vacinas para o enfrentamento à Covid-19 nas Américas ainda é insuficiente para impactar nos índices de redução de transmissão, mesmo que alguns países já tenham iniciado a vacinação de profissionais da saúde e grupos vulneráveis.

“A OMS (Organização Mundial da Saúde) está muito preocupada com a discrepância do acesso à vacina, o que está provocando muitas desigualdades. Os países mais ricos no mundo estão avançando mais rapidamente em detrimento dos países mais pobres. Nós poderemos chegar ao final do ano não mais em pandemia, o que acontece quando se atinge os cinco continentes, mas nós poderemos estar com situações epidemiológicas focadas em especial nos países mais pobres. Isso é muito preocupante, vai contra todos os princípios éticos e de direitos humanos. Esse acesso à vacina tem que ser igual, a partir de critérios epidemiológicos para a vacinação. Por isso que começaram com as instituições de longa permanência para idosos, a população indígena e profissionais de saúde”, explica Ivana.

Uma das questões em debate também foi sobre o retorno das aulas das crianças. Para Ivana, é possível realizar a volta de forma gradual: “As crianças são bem mais organizadas e sensatas do ponto de vista de não tirar a máscara. Percebem e se adaptam mais rapidamente do que os adultos. Devem retornar às aulas presenciais de forma organizada, diminuindo o número de alunos. Cada escola vai ser organizar. A UNICEF vem há bastante tempo alertando sobre a importância da volta às aulas. Como profissional de saúde, acredito que há maneiras seguras para que isso ocorra”, comenta Ivana.

Você encontra todos os episódios do programa aqui.

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Autor: Evandro Tosin – Assistente multimídia
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: RF Studio/Pexels


2 thoughts on “2021 será o ano do fim da pandemia?

  1. Aí a criança se contamina vai para a casa passa para os pais avós,acho que só após todos idosos vacinados deveriam retornar, ou melhor após a maioria vacinada

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