Gestão de estoque na logística do e-commerce: minimizar os desperdícios para maximizar os lucros

Autor: Roberto Pansonato (*)

Os hábitos de consumo dos clientes mudaram significativamente nos últimos anos, especialmente em relação às compras online. O e-commerce vem crescendo de forma consistente, impulsionado pelo cenário pós-pandemia. De acordo com a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), o setor registrou um aumento de mais de 10% em 2023, em comparação ao ano anterior. Foram contabilizados cerca de 395 milhões de pedidos, com ticket médio de R$ 470 por cliente. Esses números mostram a importância crescente da logística no sucesso das operações. 

Segundo o site e-commercebrasil, a logística tornou-se o novo marketing, sendo um diferencial competitivo. Globalmente, a taxa de abandono de carrinho chega a 71,3%, com 67% desses casos ligados ao valor do frete, taxas de entrega e atrasos. A experiência logística é cada vez mais determinante para o sucesso das vendas. 

Para reduzir esses índices, é essencial uma logística eficiente. Perguntas como “Quantos itens devem ser estocados?” e “Quais produtos precisam de mais controle?” tornam-se centrais. A logística influencia diretamente na decisão de compra, seja pelo preço do frete, seja pela disponibilidade do produto. Um controle de estoque robusto e enxuto pode ser o grande diferencial competitivo. 

A gestão de estoques deve levar em consideração a demanda dos clientes e históricos de consumo. Quantidades em estoque devem ser baseadas no estoque mínimo e no tempo de reposição. A curva ABC pode ser usada para definir itens que requerem atenção especial. Ferramentas do Lean Manufacturing auxiliam na eliminação de desperdícios, como excesso de estoque e tempo gasto na busca por itens mal organizados. Um sistema de gerenciamento de armazéns (WMS) pode melhorar a precisão do inventário, garantindo que o que está no sistema corresponda ao estoque físico. 

No entanto, mesmo com todo o cuidado com os estoques, erros na expedição podem comprometer a operação e gerar insatisfação dos clientes. 

Os processos logísticos no Brasil ainda têm desafios em comparação a países com logística mais avançada, como Singapura, Finlândia e Dinamarca, líderes no índice de desempenho logístico (LPI) do Banco Mundial. No e-commerce, as entregas fracionadas e a demanda por agilidade forçam as operações a revisarem o controle de estoque. Com margens de lucro apertadas e expectativas de serviço elevadas, otimizar o estoque e eliminar desperdícios são essenciais para aumentar a competitividade. O Brasil e seus milhões de consumidores certamente agradecem!  

(*) Roberto Pansonato é Mestre em Educação e Novas Tecnologias, graduado Bacharel em Desenho Industrial, com atuação em Gestão de Engenharia de Processos e Produção. É professor do Centro Universitário Internacional – Uninter, onde atua na tutoria dos cursos de Logística e Gestão do E-Commerce e Sistemas Logísticos. 

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Autor: Roberto Pansonato (*)
Créditos do Fotógrafo: Own work


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