Semana de Gestão 2024 apresenta novas disrupções e promove conexões
Autor: Nayara Rosolen - Analista de ComunicaçãoCom de 154,3 mil profissionais formados, a Escola Superior de Gestão, Comunicação e Negócios (ESGCN) da Uninter possui o maior número de conclusões de curso da instituição, contabilizadas até o meio-dia de 12 de agosto de 2024. A data marca o início da Semana de Gestão 2024, “Disruptivo e Conectado”, pensada a partir da necessidade da construção de relacionamentos sólidos e adaptação às mudanças do mercado.
Embora os dois termos pareçam muito distintos um do outro, o diretor da ESGCN, Elton Schneider, mostra que disrupção e conexão são coisas intimamente ligadas por alguns aspectos. Ao mesmo tempo que o disruptivo está ligado à quebra de paradigmas, inovação, desenvolvimento de tecnologias e criação de novas oportunidades; a conexão está relacionada às redes de relacionamento. “Duas forças que se alimentam mutuamente”, afirma o diretor.
“O que mais é uma Semana de Gestão do que uma rede de relacionamentos? Na qual nos reunimos para trocar ideias. É colaboração, é ampliação do impacto daquilo que a gente está querendo fazer. A disrupção é impulsionada pela conexão. Quanto mais eu consigo me conectar com as pessoas para discutir o impacto dessa disrupção, maior é a velocidade que ganha força”, complementa Schneider.
O pró-reitor de Graduação, Cursos Técnicos e Extensão da Uninter, Rodrigo Berté, destaca que a ESGCN foi a que mais conquistou nota máxima nas avaliações de cursos realizadas pelo Ministério da Educação (MEC). Somente neste ano, até o momento, foram 12 graduações notas cinco, conceito máximo concedido pelo órgão. Berté destaca ainda como uma das áreas com índices mais elevados na rapidez da devolutiva para os estudantes.
“[A Semana de Gestão] é extremamente importante para nós, porque faz parte também do processo de aprendizagem. Não somente os alunos quando estão desenvolvendo suas práticas, mas como ter um tratamento multidisciplinar de diferentes ações que estão sendo desenvolvidas pela escola. Todos têm uma importância naquilo que cada um de vocês faz. E se fazem, fazem muito bem feito”, declara o pró-reitor.
Quando trata do tema disruptivo e conectado no mundo dos negócios e da educação à distância (EAD), o coordenador do departamento de Egressos e Central de Carreira, Sidney de Lara, reafirma três palavras: transformar, inventar e implementar. A transformação por meio da educação, inclusive, está na missão do centro universitário. Por isso, o profissional salienta que a disrupção não está em interromper, mas em dar continuidade neste trabalho. Uma atuação realizada pelo setor no incentivo da formação contínua.
“No ato em que o aluno recebe o diploma, a gente sempre fala em formação continuada e o egresso é nossa formação continuada, é nossa responsabilidade. Mas é a transformação que vocês [docentes] têm feito e estão construindo na vida das pessoas. Eu repito em todas as minhas falas: a grande joia de uma instituição de ensino são os nossos alunos, mas joias não se transformam sem lapidadores. E vocês, de fato, são os grandes lapidadores dessas vidas que estão sendo transformadas”, garante.
Berté, Scheneider e Lara recepcionaram os participantes na abertura do evento organizado por professores coordenadores da ESGCN, que aconteceu de forma híbrida. O público pôde acompanhar de forma presencial, no auditório do edifício Garcez, em Curitiba (PR), e também por meio da transmissão ao vivo no canal do Youtube.
A professora coordenadora Angela Kochinski foi a mestre de cerimônias do evento e mediou toda a apresentação, que contou com uma palestra do professor e secretário municipal de Desenvolvimento Econômico de Curitiba, Dario Paixão, sobre as competências essenciais para o futuro do trabalho.
De 13 a 16 de agosto, o evento se deu de forma remota, por meio de videocasts que contabilizam quase seis mil acessos. Ao longo da semana, os estudantes foram contemplados com cinco bolsas integrais de pós-graduação e outros brindes, como livros e camisetas personalizadas do evento.
O futuro do trabalho
As inovações e avanços tecnológicos apresentam uma estimativa de 100 milhões de novos postos de trabalho devem surgir nos próximos anos. No entanto, de 11% a 23% da população poderá perder o emprego para a robotização e a inteligência artificial. Os dados divulgados pelo Mckinsey e Fórum Econômico Mundial (WEF) e demonstrados por Dario Paixão na noite de abertura da Semana de Gestão 2024 ativam o alarme da importância de capacitação dos profissionais para que se tornem relevantes para o mercado ou na criação do próprio negócio.
O debate acerca desta realidade é consequência direta da 4ª Revolução Industrial, que se inicia em 2015, com a democratização dos smartphones. Ao mesmo passo que 60% dos profissionais confessam que escolheriam uma carreira diferente se fosse possível, outros estudos consideram que, principalmente na área operacional, há a previsão da perda de 800 milhões de vagas de emprego. Nesse cenário, o analfabeto digital, que soma 30% da população mundial, perde espaço. O dado aparece de encontro com a realidade brasileira, onde 30% dos habitantes não têm acesso de qualidade ou acesso nenhum à internet.
Dario é autor do livro #TemosVagas e afirma na obra que “a tecnologia é um espelho das necessidades humanas, deve gerar trabalho e não destrui-lo”. Também acredita que “o tema da empregabilidade ganhou força com a necessidade de maior protagonismo dos profissionais na gestão de sua própria carreira”. Por isso, acredita em coworkings e hubs, profissionais “personal” e negócios “do-it-yourself” (faça você mesmo), inclusive no mercado tradicional.
“Se eu tiver que começar de novo com meu próprio negócio, vou para o hub. Porque é onde conecta pessoas e ideias, trabalha em colaboração. E a inovação é a constante colaboração às áreas, é multidisciplinar”, afirma o doutor em Gestão e Empregabilidade, que já fundou nove empresas e contabiliza mais de duas décadas de aprendizagem no mundo corporativo.
O profissional diz que o Brasil avança e tem muitas oportunidades de crescimento, já consegue ter novidades de forma muito mais rápida se comparado aos últimos anos. Mas segue atrás de países desenvolvidos, como os Estados Unidos e a China, que centralizam e estão muito à frente nos estudos sobre inteligência artificial, por exemplo.
Na palestra, que segue disponível para livre acesso, Dario ainda abordou as principais competências para 2025 e as habilidades essenciais para o futuro do trabalho.
As transformações no jornalismo
Em meio ao bombardeio de informações, imediatismo das coberturas e ampla concorrência digital com a qual tem que lidar, o jornalismo passa pelo desafio de se conectar e manter fiel o público que o acompanha nos mais diversos formatos. Os jornalistas Herivelto Oliveira e Eduardo Scola acreditam que mais do transmitir as informações, os profissionais agora precisam corrigir dados mentirosos e realizar o trabalho de educar o público quanto às notícias falsas. Principalmente no cenário em que o consumidor também se torna um produtor de conteúdo e dissemina o que achar mais conveniente. Poder que está na palma da mão, basta um celular e uma conexão de internet.
“Eu olho o jornalismo hoje, claro, pensando nas referências de futuro, vivendo o que a gente tem de ferramenta no presente, mas sem esquecer do passado. No passado eu sinto que o jornalismo tinha muito mais relevância e muito mais espaço na casa ou, pelo menos, na vida das pessoas”, aponta Scola.
Embora pense que os antigos meios não devam morrer e se reinventam a cada nova geração, Oliveira imagina para o futuro um jornalismo imersivo. Por meio de óculos 3D, por exemplo, em que o espectador poderá escolher o que e em qual formato deseja consumir. Algo que hoje já é realizado nos streamings, como o caso de sucesso mais recente da Cazé TV durante as Olimpíadas, com várias transmissões e milhões de acessos simultâneos durante as Olimpíadas. Conteúdo interativo e multitela, integrado com as redes sociais.
Os profissionais puderam relembrar e comparar ocasiões do passado com o que é realizado atualmente, abordaram a personalização e centralização de consumo de acordo com o interesse do público, e traçaram caminhos para o que preveem nos próximos anos e décadas.
“Eu vejo o futuro da mesma forma como via o passado, em 1986, na televisão. Se formos considerar o que fazíamos e o que fazemos hoje, já temos o que foi o futuro, tecnologicamente falando. Então, imagino que daqui a 20 anos, ainda mais com o desenvolvimento que temos, de fato vamos estar em um jornalismo imersivo. Mas o profissional de jornalismo, que eu espero que não deixe de existir, vai ter que ser como é hoje e como era no passado. A pessoa mais bem informada dentro daquilo que eu entendo como verdade”, declara Oliveira.
Scola também acredita que a responsabilidade não pode mudar. O jornalista admite se assustar com o avanço da inteligência artificial e reflete sobre a importância de um profissional que tenha controle e análise do que é certo e errado. “É uma ferramenta que pode ser disruptiva, desde que usada na dosagem certa”, ressalta.
O bate-papo mediado pelo professor coordenador Alexandre Correa, contou também com a presença do egresso da Uninter e atual tutor do curso de Tecnologia em Gestão de Mídias Sociais, Matheus Felipe. O docente pondera que, embora exista hoje o conceito de homem-máquina, isso não deve excluir a autenticidade dos profissionais.
“O [profissional] que vai aprender a fazer sua especialidade no mercado do próprio jeito, mas obviamente com responsabilidade e segurança, acho que é o que vai acabar se destacando, porque nesse mundo de mentiras, aquilo que é mais caseiro está ficando raro. Independente do mercado que for”, analisa.
Todos ainda refletiram sobre até onde a inteligência artificial é capaz de ir e da criação de repertório com o desafio de falar com diferentes públicos em 13 de agosto, no segundo dia de evento. A conversa completa pode ser acessada no canal da ESGCN.
As disrupções nos modelos de trabalho e relações corporativas pós-pandemia
Os desafios da liderança e as relações interpessoais no ambiente de trabalho foram tratados no terceiro dia de evento, em 14 de agosto, em um videocast mediado pela professora coordenadora Carla Patrícia Souza. Para a docente, a “conexão precisa estar viva” e, especialmente após a pandemia da Covid-19, grandes disrupções aconteceram no dia a dia do trabalhador, assim como nos modelos de trabalho encontrados e na utilização de ferramentas tecnológicas.
A psicóloga e consultora em Gestão de Pessoas, Fernanda Werka, confia que nas relações corporativas não basta comunicar, é preciso ser assertivo no diálogo. “Investir em rituais e cadências de comunicação muito bem executados sempre foi a chave para conseguir fazer com que a estratégia chegasse em todos os níveis da mesma forma, para que não se torne aquela brincadeira do telefone sem fio, na qual as coisas vão se perdendo e chegando cada vez mais pobres nos níveis mais iniciantes”, complementa.
Fundadora do Instituto Connect e cofundadora do Programa “Mais Mulheres na Governança”, Silvana Pampu, é RH General Manager na Renault Latam e busca um olhar estratégico das conexões. A profissional acredita que esse movimento depende de cada indivíduo e a culpa não deve ser toda depositada na liderança. Silvana sugere um mapeamento do stakeholders internos e externos, assim como formas de se relacionar.
“Quando falamos de conexões, tem que ser intencional. O que você tem que aprender, quais postos almeja alcançar e tudo mais, para que realmente flua e você veja que, de alguma forma, está acontecendo naturalmente. No início, com certeza vai ser algo muito planejado, mas a partir dali, é perceber como as coisas vão acelerar o seu processo. Vai ter que experienciar e [aos poucos] ampliando”, afirma Silvana.
Rafaele Maia é egressa do curso de Secretariado Executivo e precisou fazer uma disrupção na própria vida. Quando ingressou na graduação, já atuava no mercado e se percebia acolhendo demandas para além da área. Foi aí que notou oportunidades dentro da empresa e decidiu se capacitar em especializações. Realizou dois MBAs na área de Gestão de Pessoas e há seis anos lidera operações de people na Deloitte, como analista de people & purpose na região Sul do Brasil.
“[As conexões] vão muito dos propósitos também. O que é que eu quero entregar naquele momento para que seja, de fato, de qualidade, dentro do que o meu gestor quer. Em desenvolvimento de carreira, a gente fala muito em protagonismo e o protagonismo está inserido nesse momento também. De uma decisão, uma escolha estratégica do que eu quero desenhar para o meu processo, o meu dia a dia de trabalho”, aponta Rafaele.
As profissionais debateram sobre as principais dificuldades do mundo corporativo atualmente e apresentaram as competências que mais são desejadas pelos gestores, na transmissão aberta e salva para todos os públicos.
A quebra de paradigmas para soluções de problemas reais
Resolução de problemas reais. É assim que o profissional de estratégia, planejamento e controladoria financeira, Rafael Brandão, enxerga as disrupções e inovações no mundo do negócio. É preciso criar e entregar algo de valor para as pessoas.
“A disrupção não é algo em si mesmo, a tecnologia embarcada nos negócios não existe e não serve para nada se não for para resolver um problema. Acompanhamos o mercado e acabam surgindo muitos modismos. A disrupção só serve com base em um problema, para que se possa aprofundar, entender e, aí sim, colocar a tecnologia, o processo, a estratégia, a gestão, etc.”, explica Rafael.
A profissional de relações internacionais e comércio exterior Verônica Prata, atua com commodities e mostra que a área demanda profissionais conectados a todo e qualquer movimento, visto que o Brasil trabalha na produção e exportação contínua.
“Existe uma demanda sempre permanente pelo consumo de alimentos, mas o modo como a gente produz, como a gente processa, como a gente negocia as variações cambiais ou qualquer rumor que possa existir em qualquer parte do mundo pode interferir muito, muito, muito no setor de commodities. Eu costumo dizer que é um setor muito sensível, não só aos movimentos globalizados, às questões de países e de políticas, mas também as questões de clima. Tudo isso interfere muito. O agricultor planta, tem todo um planejamento estratégico para produzir, mas se não tiver chuva, muda tudo, a produção, o volume, a quantidade e o preço. E aí, se a gente tiver uma interferência do câmbio, muda mais ainda. É um setor muito sensível e que vive disrupções constantes”, afirma Verônica.
Dentro de uma agência de comunicação, a estudante de Gestão de Startup e Empreendedorismo Digital, Karen de Bejar, diz que as conexões permitem adentrar mais a fundo em campanhas envolvidas com a experiência do consumidor e trabalhar em peças publicitárias em diferentes mídias, desde que consiga aproximar esse público. Assim é possível sugerir oportunidades potenciais para os clientes, com base em tecnologias que aparecem no mercado.
“Esse aspecto dá para trazer bagagens de diversas áreas e trazer isso de uma forma bem ampla, nenhuma possibilidade pode ser descartada, tudo que tenha uma conexão direta com o objetivo do nosso cliente e do mercado também. Então, a gente pensa mais em jornadas”, apresenta Karen.
Em três áreas distintas, mas que se relacionam, os profissionais abordaram o planejamento das organizações, o impacto das novas tecnologias, a sustentabilidade nos processos das empresas e a adequação ao ESG. No videocast do quarto dia de evento, em 15 de agosto, que foi mediado pela professora Angela Kochinki e se mantém disponível para acesso.
Mais de duas décadas inovando e conectando pessoas
Completam-se 25 anos da modalidade de educação à distância (EAD) na Uninter em janeiro de 2025. O diretor da ESGCN, Elton Schneider, lembra da resistência das pessoas com o que na época foi considerado uma disrupção. “Vocês estão loucos? Quem é que vai estudar em um curso à distância?”, perguntavam.
Mais de duas décadas depois, a instituição que se consolidou e se tornou referência em EAD, segue inovando, com a quebra de mais paradigmas. É o caso da metodologia telepresencial, na qual os estudantes assistem as aulas de casa todos os dias, das 19h às 21h40, por meio de transmissões que os professores realizam ao vivo.
“Gosto muito da questão de ser flexível. A forma como conseguimos fazer os trabalhos para ter essa união. Fazemos tudo pelo computador, pelo celular, de onde estivermos. Pode ser tanto por uma live que acessamos pelo próprio AVA [ambiente virtual de aprendizagem], quanto pelo Zoom, onde conseguimos ter uma interação melhor. Os professores fazem diversas dinâmicas e eu gosto muito das que usamos outros aplicativos”, conta a estudantes do curso telepresencial de bacharelado em Administração, Gabriela Moreira.
O diretor Schneider e o professor Norimar Ferraro, também da ESGCN, receberam estudantes na noite de encerramento da Semana de Gestão 2024. Além de Gabriela, o aluno de Arquitetura e Urbanismo, Estevan de La Fuente, e o egresso de Gestão de Turismo e Assessoria Executiva Digital, Rafael Marques, relataram suas experiências nos cursos da modalidade de educação à distância (EAD) da Uninter.
“Muitos amigos meus formados em outras faculdades não conseguiam entender como isso é possível, mas conforme foram se aproximando, acabaram não só acreditando muito mais, mas vendo que a formação que estou tendo é muito mais completa do que a formação que eles tiveram até recentemente no presencial. Isso é muito satisfatório, quando fico sabendo que estou no 3º ano e seu muito mais coisas sobre determinados assuntos do que várias pessoas que já se formaram”, declara Estevan.
Rafael já era formado em licenciatura em Letras-Português quando ingressou na Uninter. De lá para cá, já tem mais três graduações realizadas. Além dos dois cursos já mencionados no centro universitário, também é bacharel em Turismo e atua como assessor executivo e supervisor de Organização e Marketing do Destino Turístico, ambos na Secretaria de Turismo em Juiz de Fora (MG).
“Às vezes, eu saía do meu trabalho e ia para a faculdade, eu realmente ficava muito cansado de ficar ali sentado e as aulas não tinham certa dinâmica. E no segundo curso, que foi realmente à distância, meu primeiro contato foi com a Uninter, porque eu havia pesquisado quem ofereceria melhor metodologia, plataforma, o AVA e tudo isso. Eu estudei o que gosto e uma formação complementa a outra, talvez isso cause menos estranhamento nas pessoas quando digo que já estou na minha quarta graduação. Gosto muito de estudar e aprender”, relata.
Os profissionais também debateram sobre a responsabilidade de os estudantes se colocarem como protagonistas em uma metodologia que exige mais disciplina e também sobre a recepção e aceitação do mercado. Confira o videocast completo.
Autor: Nayara Rosolen - Analista de ComunicaçãoEdição: Larissa Drabeski
Créditos do Fotógrafo: Nayara Rosolen