São João no Nordeste
Autor: (*) Maristela R. S. GrippQuem nunca foi ao Nordeste na época do São João, não sabe o que é uma festa junina raiz!
São muitas as histórias sobre a origem dessa festa. A festa de São João teve seu início na Idade Média nas festas que eram realizadas para deuses pagãos que foram substituídos pelos santos da igreja. A escolha do dia 24 de junho tem a ver com a celebração do solstício de verão no hemisfério Norte, tempo de renovação da natureza.
No Brasil, a festa chegou no século XVI trazida pelos portugueses, mas aqui, tomou outros rumos na comemoração dos três santos: São João, São Pedro e Santo Antônio. De acordo com um artigo publicado no blog da USP intitulado “Festas juninas: origem e celebração”, ao longo do tempo, as festas juninas no Brasil foram também influenciadas pelas tradições indígenas e afro-brasileiras, incorporando elementos culturais locais.
No Nordeste, onde a festa é mais comemorada, bandeirinhas coloridas, fogueiras, comidas e ritmos típicos ajudam a criar um dos cenários mais lindos da festa! As prefeituras oferecem shows gratuitos com artistas convidados especialmente para o São João. Além disso, tem a apresentação das quadrilhas com apresentações e campeonatos para eleger a “melhor quadrilha do Brasil”! São apresentações lindas com participantes que treinam o ano todo para fazer bonito nas festas de São João. É lindo ver as roupas coloridas e bem-feitas e a coreografia perfeita dos casais!
Na Bahia, ocorre um fato muito curioso: as famílias se reúnem para o São João como se fosse no Natal! As cidades sofrem um verdadeiro êxodo, porque as pessoas vão para as cidades do interior, onde encontram seus familiares para comemorar o São João! É uma festa para reunir a família e amigos ao redor da fogueira! Tudo isso regado a muito licor de jenipapo, amendoim, coco, etc. Além das comidas deliciosas como o munguzá, a canjica, o bolo de tapioca, o mingau de tapioca, amendoim cozido, caldo de Kenga, Lelê, mocotó etc.
O São João no Nordeste é uma festa para todos os sentidos e não tem hora pra acabar!
As festas juninas acontecem em todo o país em formatos diferentes, mas como diria o mestre Luiz Gonzaga “Não há, ó gente, ó não; Luar como esse do sertão” e é lá no sertão que o Brasil é mais Brasil! Proteger e preservar a nossa cultura é dever de todo brasileiro!
E viva São João! E viva o Nordeste brasileiro!
(*) Maristela R. S. Gripp é Doutora em Estudos Linguísticos. Psicopedagoga e professora do Curso de Letras no Centro Universitário Internacional UNINTER
Autor: (*) Maristela R. S. GrippCréditos do Fotógrafo: Janine Moraes/MinC