Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis: desafios aos novos gestores

Autor: Rafael Lemos - Assistente de Comunicação

Instigar reflexões com base nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS) contribuindo na formação dos gestores contemporâneos. Foi essa a proposta trazida pela socióloga Rosane Fontoura na Mesa Redonda promovida pelo curso de Administração da Uninter, sob a responsabilidade da Professora Aline Purcote. Esse tema ganha relevância na medida em que o futuro gestor deve ter compromisso com o desenvolvimento sustentável e as empresas estão cada vez mais comprometidas e engajadas em ações relacionadas aos ODS.  

 Os ODS são um esforço global para alcançar os desafios lançados pela Organização das Nações Unidas (ONU), por meio da Agenda 2030, e demandam uma parceria global com o engajamento de todos. Ao todo são 17 Objetivos e 169 metas em que Rosane Fontoura destaca o objetivo 5, Igualdade de gênero, e o 10, Redução das desigualdades. De acordo com a palestrante, esses ODS convergem com todos os demais. 

 Ao tratar da igualdade de gênero, Rosane Fontoura destaca a meta 5.5: “garantir a participação plena e efetiva das mulheres e a igualdade de oportunidades para a liderança em todos os níveis de tomada de decisão na vida política, econômica e pública (ONU)”. Ela apresenta dados da Aula de Margareth Goldenberg, no curso de feminismos – algumas verdades incovenientes – UFRGS, sobre o efeito tesoura no mundo corporativo em que a maior parcela entre alunos universitários e profissionais formados são mulheres (53% e 56%, respectivamente), entretanto nos cargos de direção e comando, comparado com os homens, elas ocupam um percentual muito baixo. Apenas 14% dos cargos executivo, 4% CEOs e 3% de conselheiros são ocupados por mulheres. 

 Conforme Rosane Fontoura, as mulheres são marcadas pela desigualdade: “o IPEA [Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada] diz que a extrema pobreza no Brasil tem sexo, cor e endereço. Sexo feminino, cor da raça negra e no caso, Norte e Nordeste a residência […] a mulher que vai para o mercado de trabalho, independente da idade ou não, ela tem que enfrentar uma dupla jornada, tem menor espaço para ascensão, existem as diferenças salariais, um grande percentual é chefe de família, licença maternidade e saída para acompanhar filhos na escola são desafios, às vezes, para a organização. E ela é a que mais tem assédio moral e sexual”. 

 Outro Objetivo em destaque é a redução da desigualdade. As metas selecionadas por Rosane Fontoura deste ODS são: 10.2 – “Até 2030, empoderar e promover a inclusão social, econômica e política de todos, de forma a reduzir as desigualdades, independentemente da idade, gênero, deficiência, raça, etnia, nacionalidade, religião, condição econômica ou outra”; e 10.3 – “Garantir a igualdade de oportunidades e reduzir as desigualdades de resultados, inclusive por meio da eliminação de leis, políticas e práticas discriminatórias e da promoção de legislação, políticas e ações adequadas a este respeito”. 

 Para que essas metas tenham êxito, é importante que haja mudança de mentalidade já na formação de novos gestores. Nesse sentido, Rosane Fontoura trouxe dicas de ouro dentro do escopo Ambiental, Social e Governança (ESG), com destaque para a Capacitação das Habilidades Necessárias (IDG) na qualidade de promover ações para alcançar os ODS.  

 A primeira dica é que os administradores tenham pleno conhecimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e escolham alguns que mais se aproximam do tema diversidade para reduzir as desigualdades. Nesse contexto, é preciso identificar os critérios de ESG e promover a capacitação das habilidades necessárias. 

 Outro ponto é que o gestor deve reconhecer que a atualidade é volátil, incerta, complexa e ambígua (VUCA), que a sociedade é frágil, ansiosa, não-linear e incompreensível (BANI) e por isso deve entender qual tipo de negócio está inserido: economia tradicional, circular, verde, azul, economia criativa, economia formal ou outras que surgirão na medida em que se vive em um mundo de constante transformação. 

 Rosane Fontoura também alerta sobre a importância do brainstorm acerca de quais tipos de colaboradores que estão na organização e qual o nível de necessidades procura-se satisfazer (básicas, de segurança, social, de autoestima e outras). Ela exemplifica com a pirâmide de Maslow, que estabelece uma ordem de necessidades.  

A palestrante finaliza dizendo que o gestor contemporâneo deve encontrar o equilíbrio entre os eixos social, ambiental, econômico e cultural e para isso precisa trazer novos atores sociais para tornar o seu ecossistema favorável à cultura colaborativa e inovadora. E por fim, os administradores devem tratar dos temas, assédio moral, sexual, racismo estrutural, homofobismo, capacitismo, etarismo e tantos outros estigmas que prejudicam a harmonia do ambiente corporativo. 

O tema foi debatido na Mesa Redonda: ODS – Reflexões para o gestor contemporâneo, que aconteceu no dia 19 de março de 2024. 

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Autor: Rafael Lemos - Assistente de Comunicação
Edição: Larissa Drabeski
Créditos do Fotógrafo: Thirdman/Yan Krukau/Reprodução Youtube


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